terça-feira, 28 de junho de 2022

BEATO FRANCISCO XAVIER SEELOS Estados Unidos.

Francisco Xavier Seelos nasceu no dia 11 de janeiro de 1819 em Füssen, Baviera, Alemanha. Foi batizado no mesmo dia na igreja paroquial de São Mang. Desde pequeno mostrava um grande desejo de se tornar padre e entrou para o seminário diocesano em 1842, após completar seus estudos de filosofia. Pouco tempo depois de ter conhecido os missionários da Congregação do Santíssimo Redentor, fundada para a evangelização dos mais abandonados, decidiu entrar para esta Congregação e trabalhar junto aos imigrantes de língua alemã nos Estados Unidos. Ele foi aceito pela Congregação no dia 22 de novembro de 1842 e no ano seguinte embarcou no porto de Le Havre, na França, chegando a Nova York no dia 20 de abril de 1843. No dia 22 de dezembro de 1844, após completar o noviciado e os estudos de teologia, Seelos foi ordenado sacerdote na Igreja Redentorista de São Tiago em Baltimore, Maryland, USA. Depois da ordenação trabalhou por nove anos na paróquia de Santa Filomena em Pittsburgh, no estado de Pensilvânia, primeiramente por seis anos como coadjutor de São João Neumann, superior da comunidade religiosa e nos últimos três anos como superior e pároco. Durante este tempo, foi também mestre dos noviços redentoristas. Com Neumann se dedicou à pregação das missões. Quanto ao relacionamento entre os dois, Seelos disse: "Ele me introduziu na vida ativa" e "foi meu diretor espiritual e confessor". Sua disponibilidade e bondade natural no entender e responder às necessidades dos fiéis, o fizeram logo muito conhecido como um excelente confessor e diretor espiritual, a tal ponto que acorriam a ele pessoas de cidades vizinhas. Fiel ao carisma redentorista, praticou um estilo simples de vida e desenvolveu uma maneira simples de se expressar. Os temas de sua pregação, ricos em conteúdos bíblicos, sempre foram ouvidos e entendidos pelas pessoas mais simples. Dedicava-se com grande esforço em suas atividades pastorais à instrução das crianças na fé. Considerava seu trabalho ministerial fundamental para o crescimento da comunidade cristã na paróquia. Em 1854, foi transferido de Pittsburgh para Baltimore, depois em 1857 para Cumberland e em 1862 para Annapolis, sempre engajado no ministério paroquial e trabalhando na formação de futuros Redentoristas, como prefeito dos estudantes. E também quanto a este trabalho se mostrava sempre um pastor bondoso e feliz, muito atento às necessidades de seus estudantes e consciente da importância da formação doutrinal. Acima de tudo, se empenhou em incutir nestes futuros Redentoristas o entusiasmo missionário, o espírito de sacrifício e o zelo apostólico para o bem espiritual e temporal do povo. Em 1860 foi-lhe feita a proposta de ser candidato a bispo da diocese de Pittsburgh. O Papa Pio IX aceitou suas razões para não ser eleito. De 1863 a 1866 ele se dedicou à vida de missionário itinerante, pregando em inglês e alemão nos dez estados seguintes: Connecticut, Illinois, Michigan, Missouri, Nova Jersey, Nova York, Ohio, Pensilvânia, Rhode Island e Wisconsin. Após um breve tempo no ministério paroquial de Detroit, Michigan, em 1866 foi designado para a comunidade redentorista de Nova Orleans, estado de Louisiana, no sul dos Estados Unidos. Também ali, na Igreja de Santa Maria da Assunção ficou logo conhecido pela sua disponibilidade aos fiéis e pela preocupação especial com os mais pobres e abandonados. Os planos de Deus, no entanto, reservaram-lhe um curto ministério em Nova Orleans. No mês de setembro, exausto de visitar e cuidar das vítimas da peste da febre amarela, ele próprio contraiu a doença fatal. Depois de sofrer pacientemente por algumas semanas, Pe. Francisco Xavier Seelos passou à vida eterna no dia 4 de outubro de 1867, quando tinha apenas 48 anos e 9 meses. No dia 9 de abril do solene Ano Jubilar 2000, na Praça São Pedro no Vaticano, Sua Santidade o Papa João Paulo II proclamou beato o Pe. Seelos.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

BEATO JANUÁRIO SARNELLI

"Os santos têm intuições especiais”, escrevia Stanggassinger. Mas o que é importante para mim, que não sou um santo, são simplesmente as verdades eternas: A Encarnação, a Redenção e a Santíssima Eucaristia. Gaspar Stanggassinger nasceu em 1871 em Berchtesgade, no sul da Alemanha. Foi o segundo filho entre 12 irmãos. O pai dele, respeitado por todos, era camponês e possuiu uma pedreira. Desde menino desejava ser padre. Nos anos de infância, Gaspar gostava de brincar de ser padre; pregava curtos sermões a seus irmãos e irmãs; os levava até mesmo em procissão para uma capela na montanha não muito distante de sua casa. Aos 10 anos foi para Freising continuar os seus estudos, que achava particularmente difíceis. Mas seu pai o tinha advertido que, se não passasse nos exames, ele deveria abandonar a escola. À força de vontade, com grande aplicação e fidelidade na oração, fez constantes progressos. Nos anos seguintes, durante as férias juntou-se a grupos de jovens, que ele afervorava na vida cristã, animava-os a formar entre eles um grupo e os ajudava a organizar seu tempo livre. Diariamente o grupo assistia a missa, eles faziam viagens ou peregrinações. Gaspar era muito dedicado a eles e até mesmo, em uma ocasião, ele correu risco de vida para salvar um companheiro durante a escalada na montanha. Ele entrou para o seminário diocesano de Munique e Frising em 1890 para começar os estudos de teologia. Para descobrir melhor a vontade de Deus se entregou a um rigoroso programa de oração. Bem depressa viu claramente que o Senhor o chamava a viver sua vocação como religioso. Depois de uma visita aos redentoristas, sentiu o desejo de seguir a vocação deles como missionário. Apesar da oposição de seu pai, entrou para o noviciado redentorista em Gars em 1892 e foi ordenado sacerdote em Regensburg em 1895. Gaspar Stanggassinger entrou na Congregação do Santíssimo Redentor para ser missionário, mas os seus superiores o destinaram à formação de futuros missionários, como vice-diretor do pequeno seminário de Dürenberg, nas proximidades de Hallein. Dedicou-se completamente ao que lhe tinha sido recomendado. Como religioso, tinham feito o voto de obediência e isto ele o viveu de um modo claro e constante. Toda semana, durante 28 horas, dava suas aulas, mas sempre estava disponível para a mocidade. Nos domingos ajudava nas igrejas das cidades vizinhas, sobretudo pregando. Apesar deste programa de trabalho, estava sempre disponível de um modo paciente e compreensivo para ajudar as necessidades do outro, principalmente dos estudantes que viam nele mais um amigo que um superior. Embora o regulamento de formação fosse muito rigoroso, Gaspar nunca se comportou com dureza; Pe. Gaspar tinha sempre o sentimento de ter podido ofender alguém e por isso se desculpava com humildade. Profundamente devoto do Senhor e do Sacramento da Eucaristia, convidava em suas pregações o povo e, em especial a juventude, a recorrerem ao Santíssimo Sacramento nos momentos de necessidade ou de dúvida. Animava-os a irem até o Cristo para o adorar e falar com Ele como a um amigo. Freqüentemente recomendava aos fiéis que levassem muito a sério a vida cristã, que crescessem na fé mediante a oração e por meio de uma conversão contínua. O estilo dele era direto e convincente, sem ameaças de castigos, em contraste com o que era habitual nas pregações de seu tempo. Em 1899, os redentoristas abriram um seminário novo em Gars. O Padre Gaspar Stanggassinger foi nomeado seu Diretor. Ele estava então com 28 anos. Ele teve apenas o tempo de pregar um retiro para os estudantes e de participar na abertura do ano escolar. No dia 26 de setembro, sua peregrinação terrestre chegou ao fim por causa de uma peritonite. A causa de sua canonização começou em 1935 com a transferência de seus restos para a capela lateral da igreja de Gars. 
Foi proclamado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 24 de abril de 1988.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

BEATO PEDRO DONDERS Surinam

Pedro Donders nasceu em Tilburg, Holanda, dia 27 de outubro de 1809, filho de Arnold Denis Donders e Petronella van den Brekel. Devido à pobreza da família, os dois filhos pouco puderam estudar, mas tiveram de trabalhar para o sustento da casa. No entanto, desde tenra idade Pedro tinha o desejo de se tornar sacerdote. Com o auxílio do clero da sua paróquia, aos vinte anos pôde começar os estudos no seminário menor. Posteriormente foi ordenado sacerdote dia 5 de junho de 1841. Enquanto ainda cursava os estudos teológicos, foi orientado pelos superiores do seminário para as missões da colônia holandesa do Suriname. Chegou a Paramaribo, capital da colônia, a 16 de setembro de 1842 e dedicou-se imediatamente aos trabalhos pastorais que haveriam de ocupá-lo até a morte. Suas primeiras obrigações consistiram em visitas regulares às plantações ao longo dos rios da colônia, onde ele pregava e administrava os sacramentos sobretudo aos escravos. As suas cartas exprimem a sua indignação com o áspero tratamento reservado aos africanos forçados ao trabalho nas plantações. Em 1856 foi enviado à colônia dos leprosos de Batávia; e esta haveria de ser, com muito poucas interrupções, o cenário dos seus trabalhos para o resto da sua vida. Na sua caridade ele não apenas oferecia aos pacientes os benefícios da religião, mas cuidava deles pessoalmente, até que conseguiu persuadir as autoridades a providenciar serviços adequados de enfermagem. De muitos modos conseguiu ele melhorar as condições de vida dos leprosos através da sua energia em levar as necessidades deles ao conhecimento das autoridades da colônia. Quando em 1866 os Redentoristas chegaram para assumir a missão do Suriname, Pe. Donders e um sacerdote seu companheiro pediram admissão na Congregação. Os dois candidatos fizeram o noviciado sob a direção do Vigário Apostólico, o bispo Dom João Batista Winkels, e professaram os votos dia 24 de junho de 1867. Pe. Donders voltou imediatamente para Batávia. Por causa da assistência que agora ele tinha no trabalho com os leprosos, pôde dedicar-se a uma obra que por longo tempo tinha querido fazer. Como Redentorista, ele agora voltaria sua atenção para os povos indígenas do Suriname. Prosseguiu esse serviço, antes negligenciado por falta de pessoal, quase até a morte. Começou a aprender as línguas dos nativos e a instrui-los na fé cristã, até que o declínio das suas forças o obrigou a deixar para outros o que tinha começado. Em 1883 o Vigário Apostólico, desejando aliviá-lo dos pesados encargos que tinha assumido por tanto tempo, transferiu-o para Paramaribo e depois para Coronie. No entanto, ele voltou para Batávia em 1885. Exerceu suas ocupações anteriores até que a saúde enfraquecida finalmente o prendeu ao leito em dezembro de 1886. Ainda viveu mais duas semanas até sua morte em 14 de janeiro de 1887. A fama da sua santidade espalhou-se no Suriname e na sua pátria, a Holanda. Sua causa foi introduzida em Roma e a 23 de maio de 1982 ele foi beatificado pelo Papa João Paulo II.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

SÃO JOÃO NEPOMUCENO NEUMANN Estados Unidos

Para nós, os redentoristas, é uma alegria ter um santo pequeno na estatura, mas de muita importância para a Igreja e para a Congregação. Ele é o 4º bispo da cidade de Filadélfia. Ele nos revela uma face bonita de nosso carisma: dedicação aos pobres e capacidade de descobrir os caminhos mais acertados para a Igreja nos momento difíceis. Lembremos que o protestantismo era forte e agressivo nestes tempos. Os emigrantes, além de abandonados e sofridos, eram hostilizados por serem emigrantes e católicos. Ele soube abrir um caminho importante que deu bases para o catolicismo americano: a formação nas escolas católicas. Foi um organizador da vida diocesana construindo em poucos anos uma catedral e 80 igrejas. Soube alimentar a vida espiritual com a introdução da Adoração das 40 Horas, devoção em voga no seu tempo. Foi o primeiro a entrar na Congregação nas terras americanas. Foi superior dos redentoristas. Foi nomeado bispo, ministério que realizou durante poucos anos.

terça-feira, 7 de junho de 2022

SÃO CLEMENTE MARIA HOFBAUER Republica Tcheca

Um olhar sobre a vida de Clemente Hofbauer pode nos ensinar muito sobre a lutar por cumprir uma missão, fundado na fé e na simplicidade. 
Nascimento e Juventude 
Nasceu no dia 26 de dezembro de 1751, em Tasswitz, (Republica Checa). Era o nono de doze filhos nascidos do casal Maria e Paulo Hofbauer. No Batismo recebeu o nome de João. Mais tarde, quando eremita, recebe o nome de Clemente. Pensou na carreira militar, como a de seu irmão. Mas a meta do sacerdócio que finalmente sobrepujou a carreira militar. Todavia, sendo de família pobre, Clemente tinha pouca chance de ir para um seminário ou entrar para uma ordem religiosa. Começou a estudar latim na casa paroquial quando tinha quatorze anos. Incapaz de prosseguir os estudos eclesiásticos, teve que aprender um ofício. Foi mandado como aprendiz a uma padaria em 1767. Em 1770 foi trabalhar na padaria do mosteiro premonstratense Klosterbruck. Em 1771, uma viagem à Itália levou Clemente a Tívoli. Aí decidiu fazer-se eremita no santuário de Nossa Senhora de Quintiliolo e pediu ao bispo local o hábito de eremita. Foi aí que recebeu o nome de Clemente Maria. Manteve para a vida o hábito da oração e do trabalho. Voltou ao mosteiro para de novo ser padeiro e recomeçar o estudo do latim. Embora tivesse completado os estudos de filosofia em 1776, não pôde ir adiante. Não era o tipo de vida que queria. Não era apostolado. Voltou para casa e viveu dois anos como eremita em Mühlfrauen. Por insistência da mãe, deixou o eremitério para de novo tornar-se padeiro. Desta vez conseguiu um emprego numa famosa padaria de Viena, onde encontrou duas senhoras distintas que se tornaram que pagaram seus estudos. Aos 29 anos entrou para a Universidade de Viena. Ali ficou frustrado com os cursos das matérias eclesiásticas, cheios de racionalismo e de outras doutrinas nada católicas. Durante uma peregrinação à Itália em 1784, Clemente e seu companheiro de viagem, Tadeu Hübl, decidiram entrar numa comunidade religiosa. Os dois foram aceitos no noviciado redentorista de São Julião em Roma. Na festa de São José, 19 de março de 1785, Clemente e Tadeu tornaram-se redentoristas, professando os votos de pobreza, castidade e obediência. Dez dias depois foram ordenados sacerdotes. Poucos meses após a ordenação, os dois redentoristas estrangeiros foram convocados pelo seu Superior Geral, Pe. De Paola. Receberam a missão de voltar à Austria e estabelecer a Congregação redentorista. Era uma nomeação difícil e insólita para dois homens recém-ordenados. Para Afonso, essa difusão da Congregação além dos Alpes era uma prova segura de que os Redentoristas iriam perdurar até o fim dos tempos.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

SÃO GERALDO MAJELLA Itália

Infância e juventude
 
Geraldo nasceu em 1726 em Muro, pequena cidade do sul da Itália. Sua mãe, Benedita, foi uma bênção para ele, pois ensinou-lhe o imenso amor de Deus que não conhece limites. Ele era feliz por estar perto de Deus. Geraldo tinha quatorze anos quando seu pai morreu e ele ficou sendo o arrimo da família. Tornou-se aprendiz na alfaiataria da cidade e era maltratado pelo mestre. Passados quatro anos de aprendizado, quando ele poderia montar sua própria alfaiataria, disse que ia trabalhar como empregado do bispo de Lacedônia. Seus amigos lhe aconselharam a não assumir o trabalho. No entanto, os ímpetos de ira e as constantes repreensões que impediram os outros empregados de permanecer mais que poucas semanas nada eram para Geraldo. Foi capaz de exercer todos os encargos e trabalhou três anos para o bispo até a morte deste. Quando acreditava que estava fazendo a vontade de Deus, Geraldo aceitava qualquer coisa. Se batiam nele na alfaiataria ou se o bispo não lhe dava valor, pouco importava; via o sofrimento como parte do seu seguimento de Cristo. "O senhor bispo gostava de mim" - dizia. E já então, Geraldo costumava passar horas diante de Jesus presente no Santíssimo Sacramento, o sinal do seu Senhor crucificado e ressuscitado. Em 1745, com 19 anos, voltou para Muro onde montou uma alfaiataria. Seu negócio prosperou, mas ele não ganhou muito dinheiro. Praticamente dava tudo para os outros. Guardava o que era necessário para sua mãe e suas irmãs e dava o resto aos pobres. Geraldo não passou por uma conversão repentina e espetacular, apenas foi crescendo constantemente no amor de Deus. Durante a Quaresma de 1747 ele resolveu ser completamente semelhante a Cristo o quanto lhe fosse possível. Fez penitências mais severas e as humilhações não eram problemas para ele.