terça-feira, 25 de janeiro de 2022

nº 2144 Homilia do 4º Domingo Comum (30.01.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Escolhido com amor” 
 Profissão de profeta 
Jesus, na sinagoga de Nazaré, iniciou sua missão com a solene proclamação, tirada do profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre Mim... Consagrou-Me com a unção para anunciar a boa nova aos pobres...” (Lc 4,l7ss). Está na linha da profecia de Jeremias que foi escolhido desde o seio materno (Jr 1,5). Os operários da colheita devem ser pedidos ao Pai (Lc 10,2). Os profetas autênticos são escolhidos, desde o seio materno (Jr 1,5). Sendo escolhido por Deus, recebe o Espírito Santo para essa missão. Por isso diz a Jeremias: “Eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (Jr 1,5). Ser consagrado é ser colocado sob a ação direta do Espírito Santo. No Batismo de Jesus vemos a manifestação de Deus: “O céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal como pomba. E do céu veio uma voz: Tu és o meu Filho bem amado. Eu, hoje te gerei!” (Lc 3,22). Lucas sempre diz que Jesus agia movido pelo Espírito Santo (Lc 4,14). Em sua missão, o profeta é anunciador do Reino de Deus: “Convertei-vos porque está próximo o Reino de Deus” (Mt 4,17) e confirma pela experiência de anunciar: “O Reino de Deus está entre vós” (Lc 17,20). Em Nazaré apresentou seu programa de missão que renova todo homem: “evangelizar os pobres, proclamar a remissão dos presos, aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18). A unção do Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no homem está destruída. 
Dom mais elevado 
A caridade (o amor) é o conteúdo da profecia, como é conteúdo da Encarnação. “Foi deste modo que se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por Ele” (1Jo 4,9). Sem o amor, a caridade em ação, a profecia e a vida cristã não existem. O amor foi a vida e o ensinamento de Jesus. Ele amou ao extremo: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo do amor” (Jo. 13,11). Amou e se entregou levando ao extremo seu amor. A leitura nos leva a perceber até onde vão as consequências da opção pelo amor. O texto de Coríntios é uma leitura autobiográfica de Paulo, coisas que aprendeu de Jesus. O final desse texto monumental resume tudo: “Atualmente permanecem essas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13). O amor de redenção se explica pelo próprio amor de Deus. Em sua missão, como a colocou na sinagoga de Nazaré, não dizia de algo distante ou intelectual, mas de um HOJE que concretiza a ação de Deus. Sempre quando realizamos as obras do amor, estamos realizando o Hoje do Reino de Deus. Quem não age de acordo com ele é inimigos da cruz de Cristo. É o retrato do cristão inimigo do Evangelho (Fl 3,18-19). Esses são os piores inimigos da Cruz de Cristo. 
Anunciar é denunciar 
Temos visto como a pregação que toca a consciência dos cristãos que vivem uma fé sem compromisso. Precisa ver se é fé. Como sempre agridem por não terem razão. Os verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade. Mostrar onde estão os males da sociedade e da Igreja será sempre causa de perseguição para os profetas, como foi para Jesus em Nazaré. Naquele dia já queriam jogá-Lo num precipício. E, um dia, culminarão em colocá-Lo na cruz. É o destino dos fiéis profetas. Os falsos profetas serão sempre cortejados e apoiados. Mas vai chegar o dia da colheita. Sejamos fiéis. 
Leituras:Jeremias30.01.22;Salmo70;
1Cor 12.31-13,13; Lucas 4,21-30 
Ficha nº 2144
Homilia do 4º Domingo Comum(30.01.22) 
1. A unção do Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no homem está destruída. 
2. O amor de redenção se explica pelo próprio amor de Deus. 
3. Os verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade. 
Conversa mole 
Fala-se tanto na Igreja! O que se resolve? Se fosse conversa que valesse, logo teria havido mudança. Muita saliva foi perdida. Gastam-se o tempo e os ouvidos dos outros. Por que não resolve? Porque não fala nada. Até não faz mal porque passa por cima das cabeças. Será que Jesus pensou como iríamos maltratar suas palavras. É verdade que o que vale é o que o Espírito Santo fala a cada um. É a salvação.

nº 2143 Artigo - Culto Litúrgico

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Liturgia é culto 
O culto é uma dimensão do ser humano e da vida da comunidade. As pesquisas arqueológicas, quase sempre partem da descoberta de lugares de culto. Os povos nômades celebravam suas festas. Os judeus, depois de sedentários, a partir do tempo do Êxodo, foram se organizando em torno da tenda da reunião, em volta do símbolo precioso da arca da aliança. Com o estabelecimento da realeza, chegou-se à bela construção do grandioso templo. Este tinha uma bela liturgia e belos cânticos, tanto que, os que haviam levado os judeus como escravos, diziam: “Cantai-nos os cânticos de Sião” (Sl 136,3). Os cristãos não tiveram edifícios de culto nos três primeiros séculos da fé cristã. Celebravam pelas casas a ceia que foi se estruturando no rito eucarístico. A liturgia é seu culto. Seu encontro com Deus se faz na novidade de Cristo, organizando-se numa celebração comum. Sua característica é a presença de Cristo, sacerdote, que preside a celebração de todo o corpo da Igreja. A dimensão fundamental da liturgia está em sua definição no documento do Vaticano II, Sacrosanctum Concílium nº 7, diz que “Cristo está sempre presente na sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da missa, quer na pessoa do ministro... quer nas espécies eucarísticas. Está presente nos sacramentos. Está presente na Palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente na Igreja que reza e canta”. Está presente nos diversos ministérios e serviços que se realizam no Cristo Servidor. Cristo está presente em seus mistérios.
Dimensão cultual 
Todo culto a Deus vem do próprio Deus que coloca no ser humano essa necessidade. Na Igreja, o culto tem sua origem no relacionamento do Filho com o Pai no Espírito. O culto é natural no ser humano. No culto, a Igreja está unida a Cristo: “Em tão grande obra, que permite que Deus seja perfeitamente glorificado e que os homens se santifiquem, Cristo associa sempre a Si a Igreja, sua esposa muito amada, que invoca o seu Senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai” (SC 7). O culto cristão corresponde a sua necessidade, mas participa do culto de Cristo ao Pai. Só em Cristo o culto atinge sua plenitude. Nós nos unimos a Cristo em seu Mistério e em seus mistérios acontecidos entre nós em sua encarnação. É a dimensão memorial que nos dá condições de celebrar os mistérios de Cristo, prestando culto ao Pai, com Ele. Nós não repetimos os fatos nem lembramos como algo que aconteceu. Pela ação litúrgica participamos do único acontecimento que não se repete, mas permanece. Na Eucaristia cumprimos a ordem de Jesus: “Isto é meu corpo que é dado por vós. Fazei isso, em memória de mim” (Lc 22,19). 
Tempos litúrgicos 
As celebrações acontecem na vida de uma comunidade concreta que vive tempos diferentes tanto no tempo físico, como na estrutura litúrgica. Entramos na categoria tempo que é parte integrante do culto. Assim temos tempos diferentes na liturgia que nos inserem nessa realidade. Infelizmente o culto perdeu muito dessa dimensão e passou a ser um texto que se lê. O ano litúrgico, em suas diversas divisões, nos introduz no mistério de Cristo no momento em que vivemos. Sua finalidade é educativa, memorial e missionária. Conhecemos melhor o mistério e o celebramos com mais intensidade de fé e de atuação na vida. Assim temos o Tempo Pascal, o Tempo do Natal e o Tempo Comum. Todos os tempos convergem para a Páscoa. Todas as celebrações vivem essa unidade.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

nº 2142 - Homilia do 3º Domingo Comum (23.01.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
“Abriu o Livro” 
Lugar da Palavra 
No segundo domingo comum, lemos o evangelho das Bodas de Caná. É texto rico de ensinamentos. E nos fixamos na manifestação aos discípulos. Hoje vemos Jesus iniciar sua missão, na sinagoga de Nazaré. Proclama sua missão como realização da profecia de Isaias. Sempre movido pelo Espírito afirma que Nele se realiza a profecia, dizendo: “Hoje se realizou essa passagem da Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4,21). Interessante é notar que a comunidade de Nazaré era pequena e pobre. Ali se realiza a Palavra. Nossas comunidades humildes são também lugar da total realização do hoje de Deus. Sempre Cristo é total em sua ação. Leremos o texto sobre a grande assembleia de Esdras e Neemias depois do retorno da Babilônia. Temos o lugar nobre, a introdução e leitura do livro da Lei e sua explicação. Cada comunidade que se reúne o faz para ouvir a Palavra. Disseram a todos: “Este é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus” (Ne 8,9). Onde se reúne a comunidade e é lida a Palavra de Deus, é um dia consagrado ao Senhor. Por isso dizemos: “Domingo é dia do Senhor”. É dia da Palavra. É dia da comunidade se alegrar. É dia de alegria a ser comemorado. É dia do Senhor que é dia da comunidade e dia da família que continua a celebração em sua casa. Os gestos, as aclamações, os cantos são parte da alegria da Palavra. Teremos sempre uma proclamação e acolhimento da Palavra com consciência e alegria. As grandes e pequenas assembleias realizam a comunicação do Senhor. 
O livro aberto 
Abrir o livro na celebração da comunidade é um belo símbolo da celebração da Palavra. É a Palavra aprisionada que salta viva no meio da comunidade, com o mesmo vigor do momento em que foi proclamada. Ela reúne o povo como na assembleia de Neemias, como em Nazaré, como Jesus vivo proclamava. É o hoje de Deus. “A Palavra é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes... Tudo está nu e descoberto a seus olhos. E a ela devemos prestar contas” (Hb 4,12-13). Quando é proclamada, é o hoje de Deus. Ela tem o vigor de quem a pronunciou, que é o próprio Deus, pela boca dos profetas e dos apóstolos. Ela toca os corações, como lemos nos textos. Ela promove o culto: “Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, levantando as mãos: Amém! Amém! Depois se inclinaram e prostraram-se diante do Senhor” (Ne 8,6.8). A Palavra de Deus conforta o povo depois do sofrimento do exílio, anima a reconstrução da cidade e a retomada da vida do povo. A Palavra proclamada é como um rio represado como toma vida e fertiliza as margens. É necessária a abertura do coração e o conhecimento sempre maior de seu vigor em nós. 
A lei do Senhor é perfeita 
O salmo nos faz refletir a maravilha da Lei de Deus. Lei não é proibição, recriminação. A Lei é a Palavra de Deus que dá conforto, sabedoria, alegria, uma luz aos olhos. O temor do Senhor é puro. Feliz o povo que tem essa sabedoria. Jesus em Nazaré não proclama mandamento, mas abre o caminho para a vida. Ali leva aos corações o carinho de Deus. É todo o Corpo de Cristo que vive em união. Não temos dado atenção à essa condição de nossa vida de cristãos. Estamos unidos entre nós e com Cristo, cabeça do Corpo. A esse corpo estão unidos todos os filhos de Deus. Essa compreensão nos explica muitos elementos da vivência de nossa fé. A vida divina percorre as veias desse corpo. 
Leituras:Neemias8,2-4ª.5-6.8-10;salmo18b;
1 Cor 12,12-14.27; Lucas 1,1-4;4,14-21 
Ficha nº 2142
Homilia do 3º Domingo Comum(23.01.22) 
1. Cada comunidade que se reúne o faz para ouvir a Palavra. 
2. Quando a Palavra é proclamada, se faz o hoje de Deus. 
3. A Vida Divina percorre as veias desse corpo. 
Nem todo palanque é política 
Todo mundo que sobe no palanque se dá uma de orador. E diz muita besteira. Há um orador que vale a pena: aquele que proclama a Palavra de Deus. São palavras de vida. Pena que nem sempre estamos falando a Palavra de Deus. Por quê? Porque não a vivemos com ardor. Vale a pena deixar que a Palavra de Deus passe por nós e chegue a todos. Assim o palanque não cai. A comunidade é sempre convocada a ouvir. O que vemos com os olhos vai para nossa memória. O que ouvimos com nossos ouvidos vai para o coração e pode modificar nossas vidas. Assim se alimenta todo o Corpo de Cristo

Nº2141 Artigo - Culto, Dimensão de Totalidade

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
O ser humano é espiritual 
É próprio do homem, rezar. Ouvi, há tempos, que quiseram provar que o ser humano não é naturalmente religioso. É algo imposto. Então isolaram uma criança que não ouvisse falar nada de religião, Deus... etc... para provar essa inverdade. Um dia encontraram a criança ajoelhada em direção ao sol nascente que é uma bela imagem de Deus. O ser humano é incompleto sem a dimensão religiosa. Se ele fosse só matéria, seria diferente. Não sabemos a relação dos seres não humanos com Deus. Em sua pureza, tem seu modo de reagir. Como não é só matéria, tem o relacionamento com o Ser Superior. Deus fez o grande caminho para levar o homem e a mulher a encontrarem a riqueza do ser espiritual no culto, de modo particular no culto judaico, que praticou Jesus, e o culto em Cristo. Os tempos de Deus não são os nossos. Esse culto foi cristalizado na Igreja que realiza essa dimensão em plenitude, com tudo o que é necessário, enriquecido pela sabedoria dos povos. Há sempre a necessidade de abrir a todos essa riqueza. Mais ainda, o que falta muito é reconhecer a diferença e a complementaridade do feminino e do masculino. É um dos aspectos mais esquecidos da dimensão espiritual e sua concretização nas religiões e na fé cristã, por excelência. Deixando os outros de lado, a estrutura da fé cristã é masculinizada. Vemos Jesus e a samaritana. Os discípulos admiraram-se que estivesse conversando com uma mulher. 
Ser de comunhão espiritual 
Quanto mais o ser humano se desenvolve, mais percebe que está junto com outros. O ser humano é social por natureza. É dimensão fundamental. Essa dimensão se estabelece também no aspecto religioso. O ser humano não é amontoado de peças úteis à vida. Ele é um todo em que as partes e dimensões estão interligadas. Por isso, a vida espiritual é realizada em comunhão. O slogan “salva tua alma”, é correto, mas incompleto. “Sois corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte (1Cor 12,27). Somos Corpo e a imagem é clara, no ver de São Paulo, para mostrar a unidade e a diversidade. Todos unidos entre si e com Cristo. Todos necessários uns aos outros. Essa comunhão espiritual acontece também no culto. Não há individualismo no culto, na liturgia cristã. Temos a tendência de ver os outros como unidades desligadas. Estamos em profunda comunhão de vida e vida espiritual. Paulo até cobra a solicitude uns pelos outros. Não haja divisão, “mas os membros tenham igual solicitude uns pelos outros” (id 25). Solicitude até mais espiritual pois, como humanos, temos essa separação natural do ser. Como espiritual, a unidade é natural. Com Cristo fazemos parte uns dos outros. A celebração não é individual, celebramos como corpo e Corpo de Cristo. Cristo realiza a união com Ele. Cristo é tudo em todos. 
Rezar com a Igreja 
A Igreja é Corpo de Cristo e realiza visivelmente o culto que o Filho, no Espírito, presta ao Pai. Esse culto no-lo deu quando Se uniu à nossa humanidade. A parte visível do culto é a dimensão humana unida à dimensão espiritual, divina de Cristo. Por isso temos o culto perfeito e único, aquele que Cristo presta ao Pai. Na realidade não há diversidade de cultos, mas um único culto. São completos na medida em que se aproximam de Cristo. A liturgia da Igreja quer tornar visível esse culto espiritual através de seus ritos. Quanto mais traduzem a verdade do culto, mais perfeito é. Por isso, a liturgia deve corresponder também ao ser humano e não ser um depósito de ritos vazios.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

nº 2140 - Homilia do 2º Domingo Comum (16.01.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“Manifestação aos discípulos”
 E os discípulos creram 
O segundo domingo do Tempo Comum tem uma característica própria nos três ciclos (Anos A. B e C): usa o Evangelho de João. Depois inicia com o evangelista do ano. Nesse domingo lemos o evangelho das bodas de Caná. No final temos as palavras chaves: manifestou sua glória e os discípulos creram. São termos técnicos que João usa para explicitar a missão de Jesus. Seus sinais (não diz milagres) são para conduzir à fé. Esse é o domingo que abre o Tempo Comum. O mistério da Manifestação continua além do Tempo do Natal. A maior manifestação é a Ressurreição. A partir dela se funda a fé. Toda ação de Jesus manifesta sua glória para que todos creiam Nele. Na primeira leitura, de Isaias, Deus escolhe Jerusalém como esposa. Há sempre entre Deus e o povo relações de amor como matrimonial. Jesus é o Esposo que dá o vinho novo. É uma novidade total. Jesus, o esposo, é o vinho novo. A pequena comunidade é a esposa que bebe o vinho novo. A festa do casamento, provavelmente de parentes de Jesus, pode continuar. A nova família já toma o vinho novo. O papel de Maria, bem entendido, conforme as línguas semitas, significa que Jesus está a dizer: “Mãe, a gente sempre se entendeu”. Como se diz: basta um olhar. Por isso diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. É papel de Maria, encaminhar a Jesus. No momento, a Igreja está sempre a conduzir a Jesus. Iniciando o Tempo Comum, temos um caminho a fazer; tomar o vinho novo que é servido em abundância. 
Diversidade de dons 
O vinho novo da festa do casamento de Caná agora é servido na qualidade dos dons dos comensais, aqueles que comem à mesa de Cristo. A leitura de 1ª Coríntios 12 nos traz uma questão do serviço fraterno entre as muitas questões apresentadas à sua orientação. Era uma comunidade culta, mas cheia de problemas e histórias. Por isso Paulo explica que cada um tem seus dons e deve usá-los para a comunidade. Isso leva a comunidade a se unir. Assim o Espírito Santo age para o bem da comunidade. Quanto mais se reconhece e usa um dom, maior é o crescimento da comunidade. Ninguém recebe para si, mas para colocar a serviço. Cada com é uma manifestação do Espírito Santo, como diz o texto: “A cada um é dada a manifestação do Espírito Santo em vista do bem comum.” Os dons são para a comunidade. Percebe-se que o Espírito Santo “se encarna” em cada um que põe a serviço de todos os dons que recebe do Espírito. “Todos esses dons os realiza o mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer” (1Cor 12,11) As comunidades seriam mais ricas de(se) houvesse mais abertura mútua aos dons de cada um.
Um mesmo Espírito 
Paulo, procurando a unidade da comunidade não fala primeiro dos dons, mas da unidade de todos em Cristo. Diz: “Há diversidade dos dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios e atividades, mas um mesmo é o Senhor... mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1Cr 12,4-7). Essa é a riqueza da comunidade. A comunidade é uma realidade viva. O Espírito Santo respeita cada um e promove. É o que vemos na leitura do evangelho de hoje: Maria usou seu dom de mãe: preocupou-se com a situação desagradável dos noivos. Não se meteu. Apresentou a Jesus sua preocupação. E logo, percebendo o que Jesus sentia, disse aos serventes: “Fazei o que ele disser”. Houve o milagre. Assim nasceu a nova comunidade do vinho novo 
Leituras:Isaias62,1-5;Salmo 95;
1 Coríntios 12,4-11;João 2,1-11. 
Ficha nº 2140
Homilia do 2º Domingo Comum(16.01.22)
1. Jesus é o Esposo que dá o vinho novo. 
2. Cada com é uma manifestação do Espírito Santo. 
3. O Espírito Santo respeita cada um e promove. 
Beber sem tontear 
O povo vai à festa e mama para valer nas bebidas e comidas. Ainda mais que as coisas andam tão caras. É preciso aproveitar. É triste ver um embebedado. Com o vinho a festa continua e dando alegria da fé. A fé nos põe a serviço e nos dá a alegria de estar bebendo um vinho novo, bebendo um ritmo novo de vida. A alegria do serviço mútuo na comunidade é fruto do vinho novo.

nº 2139 Artigo - Batismo para valer

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
Água 
Tudo que é de Deus é simples. Do nada, fez tudo. Do pouco faz demais. Ao enviar seu Filho, O fez pequenino. Para realizar o sacramento do Batismo, nascimento dos novos filhos usa um pouco de água. Mesmo que fosse um mar, seria pouco, como uma gota d’água. Deus em sua grandeza divina faz de cada um filho seu que participa de sua Divindade que não tem limites. Refletindo sobre o ritual do Batismo, vemos no rito da bênção da água, sua presença nos principais momentos da história da salvação. Deus criou as águas, separando-as do caos original. A partir daí temos vida. Quando quis renovar a face da terra cheia de maldades, manda o dilúvio que destrói a maldade e faz nascer um mundo novo. É símbolo do batismo que destrói o mal e gera a vida nova. Os filhos dos hebreus, escravos do Egito são salvos passando, a pé enxuto, através das águas do Mar Vermelho. Jesus foi batizado nas águas do Rio Jordão, santificando as águas do batismo para que pudesse gerar novos filhos. Águas que dão vida. Pregado na cruz, de seu lado aberto pela lança, fez jorrar sangue e água. Seu último ensinamento foi ordem para que os discípulos fossem por todo o mundo e fizessem discípulos seus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo quanto ensinou. Batizar significa mergulhar na água. Bela simbologia: a água lava e dá vida. A água do Batismo purifica do mal e dá vida nova. A verdade é expressa pelo símbolo. 
Eu creio 
No momento do rito Batismo é pedida a adesão aos princípios da fé que se tornam de verdade vida. A fé não é só a declaração de um princípio, mas é vida de Deus em nós e vida nossa em Deus. A simbologia da água, na qual somos mergulhados, mesmo simbolicamente em pouca quantidade, nos conduz a uma participação do mistério de Deus Trindade. A profissão de fé é direcionada ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Não se trata de perceber, mas de acolher que vivemos em Deus e Deus vive em nós. Mais que o ar que respiramos é a vida nova que vivemos. Crer é um novo modo de ser. Jesus é Deus. E o que vemos? O que viam? Nada mais que a fé que Aquele Homem é Deus. A fé nos leva a não criar obstáculos. Jesus vivia com seu Pai e o Espírito, como nós vivemos. O que poderemos ver é o resultado em nossas atitudes. Mesmo assim, na penumbra da fé. Ver o invisível é a maior abertura da visão. Não se trata de sombras, mas e a luz, como a luz da inteligência, que não vemos, sabemos e entendemos. É o amor que temos e tornamos presente nas condições humanas. O amor não se vê, se faz. Quando digo eu creio, eu vivo, como a vida que vivemos. Onde está a vida? Vivida! 
Pai Nosso 
O último momento do Batismo é a recitação do Pai Nosso. Por que fomos acolhidos como filhos, podemos ter certeza que a vida de Deus em nós, nos dá direito ao relacionamento amoroso. Esse Pai nosso do Batismo, mais que uma “reza”, é o início de um relacionamento dialogal amoroso com o Pai. Paulo nos diz: “E, porque sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito do seu Filho, que clama Abba, Pai!” (Gl 4,6). Podemos chamar a Deus de Pai... Inicia-se, com esse Pai Nosso no rito Batismo, o direito de rezar, de falar com o Pai. Temos o modelo de Jesus que estava sempre em diálogo com o Pai querido. Mesmo no maior sofrimento tem a força de colocar tudo nas mãos do Pai: “Pai, em vossas mãos entrego meu Espírito” (Lc 23,44).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

nº 2138 Homilia do Batismo do Senhor (09.01.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Filho amado” 
 Batismo do Senhor 
No Batismo de Jesus continuamos a Manifestação do Senhor. Desta vez é apresentado pelo Pai aos judeus no rio Jordão, no momento em que João batiza Jesus. O batismo de João está na tradição dos banhos de purificação com compromisso de vida moral, como se fazia para os prosélitos. Agora se trata de uma conversão em vista da vinda do Senhor. Para João é uma expressão de penitência para a conversão do coração como vemos em sua pregação: “Convertei-vos porque o Reino de Deus está próximo”. Mateus escreve: “Nesse tempo, veio Jesus da Galiléia ao Jordão à procura de João, a fim de ser batizado por ele” (Mt 3,13). Entre as muitas interpretações do batismo de Jesus, está a concepção de que Ele é designado oficialmente como Messias, profeta e servo. Ali o Filho é apresentado pelo Pai. Ali recebe o Espírito em plenitude. Por que Jesus vem para ser batizado? É desejoso que o Reino de Deus se instaure. Como parte do povo, também Se prepara. Ele vem como povo, e como realizador. Nos evangelhos vemos Jesus praticando esse tipo de batismo do povo, como João. “Se bem que Ele não batizasse, mas seus discípulos” (Jo 4,2). Jesus também recebeu o batismo e, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em Ti ponho o meu bem querer” (Lc l,21-22). O Espírito assume Jesus no amor do Pai e no caminho de missão que era levar a todos ao bem querer do Pai. Realizará a profecia do Servo do Senhor (Is 42,1ss). 
Passou fazendo o bem 
Os cristãos vindos do judaísmo questionavam Pedro por ter entrado em casa de um pagão. Pedro narrou todo o fato da visão que tivera e como o Espírito Santo tinha sido dado aos pagãos, antes mesmo do Batismo. E diz: “Pode-se negar a graça do Batismo a esses que, como nós, receberam o Espírito Santo?” (At 10 47). Nesse texto vemos que o Espírito Santo abre as portas da fé aos pagãos. No anúncio a Cornélio, Pedro conta a história de Jesus. E recorda o que disse na casa de Cornélio: “Depois do batismo Deus ungiu o com o Espírito Santo e com poder e Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com Ele” (At 10, 38). “A vida cristã é uma fé atuando na caridade” (Gl 5,6). São Paulo não fala que só a fé salva. Mas fala da caridade, como Jesus fazia. A unção do Espírito, no batismo, quando o Pai Lhe faz a grandiosa declaração de seu amor: “Tú és meu Filho amado, em Ti ponho o meu bem querer” (At 3,21-22). O batismo é a manifestação do amor do Pai para cada filho que lhe predileto. Esse amor gera amor. 
Espírito de todos batizados 
No evangelho Lucas narra que Jesus é sempre conduzido pelo Espírito e que batizará com o Espírito Santo e o fogo (Mt 3,11). Este texto difícil pode ser interpretado pelo que segue em Mateus: “A pá está em sua mão: vai limpar a sua eira e recolher seu trigo no celeiro: mas, quanto à palha, vai queimá-la num fogo inextinguível”. É a purificação espiritual que dá vida e purificação que queima e que tira toda a impureza para que se possa realizar a missão de Jesus. Ele veio sobre Jesus no momento do Batismo dando-lhe a missão redentora. Pelo batismo iniciamos um processo de purificação e missão. 
Leituras:Isaías42,1-4.6-7;Salmo28;
Atos10,34-38;Lucas3,15-16.21-22. 
Ficha nº 2138 
Homilia do Batismo do Senhor(09.01.22) 
1. O Espírito assume Jesus no amor do Pai e na missão de levar a todos o amor do Pai. 
2. São Paulo não fala que só a fé salva. Mas fala da caridade, como Jesus fazia. 
3. No evangelho de Lucas vemos Jesus sempre sendo conduzido pelo Espírito. 
Mergulho no profundo 
O batismo sempre realiza um grande milagre de vida. Batizar significa mergulhar na água. Vemos que ninguém morre afogado. Algumas crianças choram outras se divertem. Todo mundo acha lindo. Deus mais ainda. É mais um bacurizinho para a casa. O batismo não afoga porque o poço profundo é o Pai no qual somos inseridos, mergulhados até sumir no fundo. É o mergulho em Deus. Que coisa boa. Que temperatura amena. Nunca mais Deus dispensa a gente. Por isso, vamos nadar de braçadas em tanto amor.

sábado, 1 de janeiro de 2022

nº 2137 Artigo - Presentes do Natal

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Permanece conosco 
O Natal é tão rico que acabamos por nos perder na agitação de tantas riquezas espirituais. Deus é generoso e é abundante em seus dons. Dizemos que Jesus é aniversariante do Natal. Deus chega sempre primeiro como doador de todos os dons, e traz o presente: “Vede que prova de amor nos deu o Pai, que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos o sejamos de fato” (1Jo 3,1). A Filiação Divina não é só um fato de dom que nos constitui filhos, mas é o dom da entrega de Deus a nós, em Jesus, para nos comunicar sua vida e nos levar à comunhão com Ele. Jesus, Filho de Deus, em sua Natureza Divina assumiu a natureza humana. Assim somos filhos de fato. De fato não se trata de adotado, mas está na união à Natureza Divina. Jesus assumiu a natureza humana. Na missa do Natal temos a bela expressão “admirável comércio” (Oração sobre as oferendas): assim se traduziu: “Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o Céu e a terra trocam seus dons, e dai-nos participar da Divindade Daquele que uniu a Vós nossa humanidade”. Na pessoa de Jesus estão as duas naturezas: Divina e humana. Ele não deixou de ser Deus. Na terra eram visíveis suas condições humanas. Seus milagres mostravam raios de sua Divindade. Na vida glorificada, a realidade humana recebe a máxima dignificação apresentando sua Divindade. A natureza humana não obscurece seu ser Divino, mas ao faz cada vez transparecer. Seu nascimento na natureza humana nos dotou de sua Natureza Divina. 
Deus de Deus 
O Natal é a celebração do nascimento de uma criança que é o Filho de Deus. Até S. Francisco não havia presépio. O presépio ajudou a facilitar a compreender mais naquela situação de simplicidade do povo pobre. Há, contudo, algo que está se diluindo na celebração do Natal. A ternura do presépio, o brilho dos enfeites e tudo o que os olhos captam fazem perder o mais importante: Deus nasceu entre nós. Isso é o fundamental. Somente nós, os cristãos, acreditamos que a Divindade entrou no mundo pelo Filho de Deus feito homem, Jesus de Nazaré. Não foi um homem divinizado, mas Deus humanizado. No anúncio do nascimento de Jesus o Anjo Gabriel diz: “Ele será grande e será chamado (é) Filho do Altíssimo” (Lc 1,32). No presépio estamos diante do Filho de Deus, feito homem. É um mistério estonteante. Quando crermos em Deus e nos seus planos, compreenderemos o que é ver em Jesus o Deus eterno. Ele será o Salvador. Diz o Anjo aos pastores: “Nasceu para vós um Salvador, o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Temos que reconhecer naquela Criança, mais que um belo menino, o Deus Encarnado. Quem nasceu foi o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade. Voltemos a crer em Jesus, Filho do Deus Altíssimo. Crer desse modo poderia fazer recuperar a beleza intensa de Deus no Natal. 
Encarnou-se no seio de Maria 
Se por um lado não podemos nos esquecer da Divindade de Jesus, por outro não podemos diminuir sua humanidade. A partir do anúncio do Anjo, começa no seio de Maria a gestação de um homem que é Deus. Tudo o que era humano estava presente em Jesus, menos o pecado, que é criação do homem (Hb 4,15). Não estava isento da tentação, mas não provou o pecado. Essa dimensão da humanidade de Jesus penetra tudo o que Ele nos ensinou e deixou para constituir a Igreja e todo o ensinamento do Evangelho. Tendemos a tirar o humano de Jesus que continua presente em seus sacramentos e em sua Igreja.

nº 2136 - Homilia da Epifania do Senhor (02.01.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Guiados pela Estrela”
Uma nova Estrela 
É belíssima a estrela que aparece no presépio. De onde surge esse maravilhoso astro? A estrela do presépio de Belém realiza a profecia de Balaão (profeta pagão). Os judeus saídos do Egito assustavam os povos. Um rei, Balac, chamou-o para amaldiçoar os judeus. Ele, em vez, abençoa. E diz ao final: “Vejo, não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel” (Nm 24,17ª). Essa é a estrela que os Magos seguem. Não é um astro, mas a pessoa do Menino que eles buscam. Ele recebe o cetro conforme profetizou Jacó em sua bênção a Judá: “O centro não se afastará... até que venha aquele a quem pertence” (Gn 49,10). O Menino é a estrela e recebe a herança de Davi como Rei. Os Magos procuram “Onde está o Rei que acaba de nascer? Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2,2). Não se pode ver apenas um fenômeno meteorológico. Esse faz quadro que fixa uma imagem que transmite um ensinamento. Os Magos não podem ser vistos somente como uma história bonita, mas como um ensinamento profundo: Ao presépio vão os pastores, os últimos de todos; vieram os Magos, os sábios. O acolhimento é a resposta mais desejada para quem está em busca da verdade e do encontro pessoal com Deus. Celebramos um ensinamento magnífico da Epifania, a manifestação a todos os povos. 
Jesus veio para todos 
A festa dos Magos é, como em outros lugares, uma narrativa cujo fim é anunciar uma verdade. Paulo nos revela o sentido dessa verdade dizendo que recebeu por revelação o que os apóstolos também receberam: “Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho” (Ef 3,5-6). A visita dos Magos mostra que o nascimento de Jesus não é algo particular de uma religião, no caso o judaísmo, mas é aberto a todos os povos. Jesus nasceu para todos. Os Magos seriam pessoas que viviam estudando as Escrituras e conheciam esse desígnio de Deus de enviar seu Filho. O que devemos buscar nessa linda narrativa é a revelação que Paulo recebeu diretamente, e que os apóstolos entenderam da mensagem de Jesus. Isso está em desacordo com a prática judaica. Eles são o povo de Deus. E os outros não. Nos Atos dos Apóstolos vemos a dificuldade inicial dos cristãos de pregarem o Evangelho aos pagãos. Pedro diz, na casa de Cornélio, depois de descer sobre eles o Espírito Santo: ‘“Pode-se recusar a água do Batismo a esses que, como nós, receberam ao Espírito Santo?” E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus”’ (At 10,47). Paulo será o grande batalhador da evangelização dos gentios. Também nós somos chamados a anunciar.
Voltaram por outro caminho 
“Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para sua terra, seguindo outro caminho” (Mt 2,12). Todo encontro com Jesus, sempre nos leva a rever os caminhos, pois há muito Herodes pelo mundo. Mudar de caminho, não é fugir de pessoas, mas é ir por onde Deus passa. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a Verdade e a vida” (Jo 14,6). Somente celebramos o Natal, se contemplamos o presépio na verdade de Jesus, se fazemos uma avaliação de nossos caminhos. Sem ter Natal todo dia, podemos não encontrar o caminho de Jesus que conduz à Ressurreição. Há muita história sobre os Magos que são criação dos tempos. Não fantasiar muito. Basta o Evangelho. 
Leituras:Isaias60,1-6;Salmo71;
Efésios3,2-3ª.5-6;Mateus2,1-12. 
Ficha nº 2136 
Homilia da Epifania (02.01.22) 
1. Celebramos um ensinamento magnífico da Epifania, a manifestação a todos os povos. 
2. A visita dos Magos ensina que a salvação é aberta a todos os povos. 
3. Somente celebramos o Natal, se fazemos uma avaliação de nossos caminhos. 
Rei que não era rei 
Um exagerado disse vendo chegar uma grande caravana de gente de longe. “Viu que camelaiada? Donde vem isso? Não havia ninguém anunciado.(”) Outro disse: “não viu na escritura que vai haver uma inundação de camelos e dromedários” (Is 60,6). Deve ser isso. A profecia anuncia, a verdade se concretiza no nascimento de Jesus. Homens diferentes, em solene caravana, entram pela cidade perguntando sobre o nascimento de um rei. O poderoso Herodes logo quer tomar posse do Menino. Ele não era rei. Era rei dos reis que continua a ser buscado por todo o mundo. Vamos a Belém...Até a estrela vai lá e mostra onde está a Estrela.