quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

nº 2139 Artigo - Batismo para valer

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
Água 
Tudo que é de Deus é simples. Do nada, fez tudo. Do pouco faz demais. Ao enviar seu Filho, O fez pequenino. Para realizar o sacramento do Batismo, nascimento dos novos filhos usa um pouco de água. Mesmo que fosse um mar, seria pouco, como uma gota d’água. Deus em sua grandeza divina faz de cada um filho seu que participa de sua Divindade que não tem limites. Refletindo sobre o ritual do Batismo, vemos no rito da bênção da água, sua presença nos principais momentos da história da salvação. Deus criou as águas, separando-as do caos original. A partir daí temos vida. Quando quis renovar a face da terra cheia de maldades, manda o dilúvio que destrói a maldade e faz nascer um mundo novo. É símbolo do batismo que destrói o mal e gera a vida nova. Os filhos dos hebreus, escravos do Egito são salvos passando, a pé enxuto, através das águas do Mar Vermelho. Jesus foi batizado nas águas do Rio Jordão, santificando as águas do batismo para que pudesse gerar novos filhos. Águas que dão vida. Pregado na cruz, de seu lado aberto pela lança, fez jorrar sangue e água. Seu último ensinamento foi ordem para que os discípulos fossem por todo o mundo e fizessem discípulos seus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo quanto ensinou. Batizar significa mergulhar na água. Bela simbologia: a água lava e dá vida. A água do Batismo purifica do mal e dá vida nova. A verdade é expressa pelo símbolo. 
Eu creio 
No momento do rito Batismo é pedida a adesão aos princípios da fé que se tornam de verdade vida. A fé não é só a declaração de um princípio, mas é vida de Deus em nós e vida nossa em Deus. A simbologia da água, na qual somos mergulhados, mesmo simbolicamente em pouca quantidade, nos conduz a uma participação do mistério de Deus Trindade. A profissão de fé é direcionada ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Não se trata de perceber, mas de acolher que vivemos em Deus e Deus vive em nós. Mais que o ar que respiramos é a vida nova que vivemos. Crer é um novo modo de ser. Jesus é Deus. E o que vemos? O que viam? Nada mais que a fé que Aquele Homem é Deus. A fé nos leva a não criar obstáculos. Jesus vivia com seu Pai e o Espírito, como nós vivemos. O que poderemos ver é o resultado em nossas atitudes. Mesmo assim, na penumbra da fé. Ver o invisível é a maior abertura da visão. Não se trata de sombras, mas e a luz, como a luz da inteligência, que não vemos, sabemos e entendemos. É o amor que temos e tornamos presente nas condições humanas. O amor não se vê, se faz. Quando digo eu creio, eu vivo, como a vida que vivemos. Onde está a vida? Vivida! 
Pai Nosso 
O último momento do Batismo é a recitação do Pai Nosso. Por que fomos acolhidos como filhos, podemos ter certeza que a vida de Deus em nós, nos dá direito ao relacionamento amoroso. Esse Pai nosso do Batismo, mais que uma “reza”, é o início de um relacionamento dialogal amoroso com o Pai. Paulo nos diz: “E, porque sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito do seu Filho, que clama Abba, Pai!” (Gl 4,6). Podemos chamar a Deus de Pai... Inicia-se, com esse Pai Nosso no rito Batismo, o direito de rezar, de falar com o Pai. Temos o modelo de Jesus que estava sempre em diálogo com o Pai querido. Mesmo no maior sofrimento tem a força de colocar tudo nas mãos do Pai: “Pai, em vossas mãos entrego meu Espírito” (Lc 23,44).

Nenhum comentário:

Postar um comentário