quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

nº 2135 Artigo - Bênção de Mãe

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
Dia de bênção 
A festa da Maternidade Divina dá início ao novo ano. Por ela veio Jesus, nossa vida. Nós participamos dessa vida. Nessa celebração vamos buscar vida para o ano todo. Essa festa foi transferida de 11 de outubro para o primeiro dia do ano. Além de ser um dia de pedir bênçãos à Mãe para o ano, é um pedido de viver no Mistério de Cristo. Às vezes queremos bênçãos preciosas, mas deixamos de lado a bênção maior que é a vida de Cristo em nós. Maria nos dá a grande bênção que é Jesus, salvação eterna para todos. Com um bem tão grande, que poderia nos negar? Podemos contar sempre com sua intercessão, pois ela nos deu o autor da vida. Maria não é uma devoção que temos: é uma participação do mistério da salvação em sua totalidade. Deus manda Aarão e seus filhos sacerdotes a abençoar o povo. “Assim devem abençoar: O Senhor te abençoe e te guarde! Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Nm 6,23-27). Pede que Deus seja uma presença na vida do fiel, esteja preocupado com cada um e perdoe, dando paz. A grande bênção é: “Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho que clama: ‘Abbá, ó Pai!’. Não és escravo, és filho...tudo por graça de Deus” (Gl 4,6-7). Maria usou todos seus dons e privilégios para nos dar a maior bênção que é Jesus. Com Ele nos dá todas as demais bênçãos que precisamos. A maior bênção é receber o abraço do Pai, dado pelo seu Filho. 
Bênção para o ano 
Nossa Senhora nos ensina como viver bem o ano inteiro: Depois da visita dos pastores, que receberam por primeiro o anúncio do nascimento de Jesus, Maria ensina como viver essa novidade do nascimento do Filho de Deus entre nós: “Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2,19). Queremos bênçãos. Essas virão na medida em que trazemos ao coração a grande presença de Jesus. Uma bênção não é para nos dar algo especial que nos proteja, mas algo que modifique nosso coração. Os pastores também contam como o nascimento de Jesus deu-lhes um novo rumo de vida: “Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito’ (id 20). Depois de oito dias do nascimento o Menino Jesus foi circuncidado. Por esse rito, Ele começa a fazer parte do povo da aliança. “Ele veio para os que eram seus” (Jo 1,11). Como parte do povo, é herdeiro das promessas e realizador dos projetos de Deus para todo o povo. O que realiza em Si se torna uma missão. Ele, pequenino, realiza as promessas e as esperanças do povo. Da parte de Deus tudo está feito. 
Ser bênção 
Para ter maiores bênçãos, é preciso ser uma bênção. Toda a bênção por que passamos, retorna para nós plenamente ampliada. Bênção maior é a participação na Divindade do Menino que nasce. Temos que sair do cristianismo egoísta que quer bênção para si, proteção para si, garantias para si, deixando de lado o que é fundamental: Mais teremos quanto mais queremos para outros e fazemos para os outros. Também aqui se dá sentido à frase de Paulo: “Há mais felicidade em dar que em receber” (At 20,35). Por isso, ser uma bênção é dar aos outros condições de vida, de felicidade, de serem amados e estimados. Podemos fazer muito pelos outros. Celebrando a Maternidade de Maria entendemos que sua missão é nos dar Jesus. Ele é a bênção.

domingo, 26 de dezembro de 2021

nº 2134 - Homilia Festa da Sagrada Família (26.12.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Estar na casa do Pai”
Um mandamento maior 
As tábuas da lei nos mostram os mandamentos referentes a Deus e ao próximo. Na primeira, Deus é a fonte de toda a vida e santidade. Na outra estão os sete mandamentos referentes ao ser humano. É a vida de Deus em nós. Note-se que atinge todas suas dimensões do ser humano. Os mandamentos não são leis para cercear a vida humana. São indicações por onde passa o caminho da vida e da felicidade. O quarto mandamento toma o homem e a mulher em sua vida concreta. Temos a Palavra de Deus, temos a Igreja, temos os sacramentos. O que significa o quarto mandamento? É na família que aprendemos vivemos todos os outros mandamentos. Todo mandamento ferido, atinge a família. “Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1Jo,4,12). Não existe amor, a não ser existencial. Onde ele pode acontecer? Na família. A família é o lugar onde Deus habita por seu amor. Na família, está a presença de Deus. É o lugar onde o amor pode ser perfeito: “Quem honra o Pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los é será ouvido na oração... no dia em que orar será atendido” (Eclo 3,4). E nós colocamos o perdão dos pecados só na confissão. A força da oração está no amor aos pais. E Deus cuida dos velhinhos: “Ampara o teu pai na velhice... a caridade para com teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados” (id 14.16). Você pode pensar que Deus não escuta sua oração, você não vence seus pecados. Veja como você está cuidando de seus pais... 
O amor humano é divino 
A família é o lugar onde o amor se realiza. É fácil amar os de fora. Amar os que estão em casa, a família, exige sair de si. Ter amigos é bom. A gente se ama e pode deixar quando quiser. Amar todo dia, mesmo no sofrimento e na dor, mesmo na dificuldade de relacionamentos... é divino. O amor de Deus no evangelho pregado por Jesus encontra na família seu primeiro lar e a fonte para o amor aos outros. Isso não é poesia. É cruz, não da dor, mas da redenção. Na família se realiza o amor, nas condições humanas, como descreve a Palavra de Deus. Paulo descreve aos Colossenses: “Revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, perdoai vós também. Amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição” (Cl 12-14). Tudo o que Deus nos revelou para chegar à vida eterna, o evangelho pregado por Jesus, está na família e da família vai a todas as dimensões da vida. Por isso dizemos que a pessoa tem berço. O berço cristão é embalado pelas mãos de Jesus. 
Menino problema 
São misteriosas essa perda de Jesus por parte dos pais e a atitude de Jesus de decidir a algo complicado, sem se comunicar com os pais. Por isso Maria O questiona: “Por que agiste ASSIM conosco? Não era seu costume. Vemos aí uma “desobediência” de Jesus, contra o quarto mandamento. Maria estranha a mudança de modo de agir. Por outro lado o evangelista está dando um recado aos parentes de Jesus: Ele pertence ao Pai. Não é alguém só da família. Está a serviço de Deus. Em todo caso, é misterioso. Mas a vida continua na família, “e Ele lhes era obediente”. É o modelo acabado de cumprimento do 4º mandamento: “Honrar pai e mãe”. Vemos Maria tomar a atitude de mãe. Tem autoridade sobre Jesus. Por isso Ele crescerá em sabedoria, estatura e graça (Lc 2,52). 
Leituras: Eclesiástico3,3-7.14-17ª;Salmo127; 
Colossenses 3,12-21; Lucas 2,41-52. 
Ficha nº 2134
Homilia Festa da Sagrada Família (26.12.21) 
1. A família é o lugar onde Deus habita por seu amor. 
2. Na família se realiza o amor, nas condições humanas, como descreve a Palavra de Deus. 
3. A família de Nazaré é o modelo acabado de cumprimento do 4º mandamento. 
Casa nova 
Falamos de família. Mas... quando será que realizaremos esse sonho tão bonito de família. Falamos muito da tradicional família mineira. Às vezes pouco de família e nada de mineira. Família existe quando ela é uma opção pessoal de cada um. Sempre haverá problema, pois é sinal de crescimento. Somos chamados a fazer uma casa nova. Esta existirá quando cada um sair de si mesmo para compor com o outro. Sem isso, não existe família. Vemos Jesus, Maria e José. Cada um saiu de si. Jesus sai do seio do Pai. José sai de uma vida estável para assumir o que não era seu. Maria sai de sua Virgindade para assumir uma maternidade miraculosa. Por isso é o modelo da família. Confusão sempre haverá....

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

nº 2133 Artigo - É Natal

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Celebrando o Natal 
Havia um direito de se celebrar três missas no dia de Natal. Direito muito antigo, aprendido dos Papas. O Papa celebrava três missas: A missa da meia-noite na Santa Maria Maior, pois ali há uma relíquia da manjedoura. Voltando para o Vaticano celebrava uma missa para a comunidade grega, de manhazinha. Era a missa de Santa Anastácia, pois os gregos celebravam o Natal no dia 6 de janeiro. Ao meio dia celebrava na sua Igreja, São Pedro. Mudados os tempos, ficou o direito a todos. Agora não há essa questão, mas temos três formulários, além do formulário da vigília. A Igreja se concentra no mistério da Encarnação, que é a Manifestação do Senhor. É o tempo do Natal que vai até o primeiro domingo do Tempo Comum que é o Batismo. No Segundo Domingo Comum temos a manifestação de Jesus aos discípulos. Nesse tempo do Natal estamos ao mistério da Manifestação. Isso fundamental para a fé cristã. Deus Se fez presente no mundo, visível na pessoa do Filho. Deus não enviou alguém em seu Nome. Quem se encarna é o Filho, que é um com o Pai. Jesus diz a Felipe: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). Natal é mais que uma criança adormecida num berço. É a presença de Deus entre nós, na pessoa do Filho. Celebrar o Natal é acolher a Manifestação de Deus. Zacarias disse: “Sol nascente que nos veio visitar” (Lc, 1,78). Perdemos a realidade da presença em nossa carne mortal. É mais fácil se comprometer com uma religião aérea. Cremos num Deus encarnado. 
Temas que recorrem 
Temos preocupação em buscar um caminho de espiritualidade. O grande “Santo de Deus” fez o caminho de seu ingresso no mundo. Espiritualidade é seguir esses textos para ter uma espiritualidade pura. O Evangelho é sempre o caminho para tudo na fé. Os textos das missas do Natal nos trazem diversos temas que nos orientam. Na missa do dia 24 temos o cântico de Zacarias: “Deus nos visita... sol nascente que nasce do alto para iluminar os que jazem nas trevas”. O evangelho da noite nos revela a ternura: “Maria deu à luz seu Filho primogênito, O enfaixou e O colocou na manjedoura”. Depois os anjos anunciam aos pastores a grande alegria: nasceu para vós um Salvador. Quando se celebram as três missas, na missa da manhã rezamos a visita dos pastores e na missa da tarde, refletimos com João a verdade da Encarnação. Seguimos com a festa da Mãe de Deus, dos Magos do Oriente e do Batismo de Jesus. Esse é o caminho da vida humana de Jesus e nosso caminho espiritual. Vamos a Belém e, como os pastores, ver o Menino e contar o anúncio dos Anjos. E “Maria conservava todas essas coisas em seu coração” 
Tempo do Natal 
No tempo do Natal o ar se envolve de ternura. Num ambiente frio, com neve há outro caminho. No calor de dezembro, podemos ter uma alegria muito grande do encontro de família, de presentes aos familiares, amigos e pobres. Sair de si é a melhor maneira de se ver e se encontrar. Acontece o Natal quando nascemos para os outros. Já houve, nas comunidades tempos melhores de promoção à caridade. Os redentoristas, Dom Carlinhos, Padre Viana e Padre Daniel (falecido já) criaram a novena de Natal em família. Tornou-se um modo de ser Igreja e de celebrar o Natal. Era um momento de confraternização e celebração em família. A Encarnação nos leva a encarnar nossa vida e nossa fé. Sem ir ao ser humano, não chegamos ao Filho de Deus que Se encarnou.

nº 2132 - Homilia do 4º Domingo do Advento (19.12.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Advento que ilumina” 
Um único mistério 
A celebração do Natal não se reduz ao dia feliz do nascimento de Jesus, mas tem uma preparação e uma continuação. Então celebramos diversos momentos do mesmo mistério que é a Manifestação do Senhor. O Evangelista João escreve: “Nós vimos a sua glória, como Unigênito do Pai” (Jo 1,14). Temos hoje a visita de Maria a Isabel. Essa visita nos mostra Maria que vai visitar a sua prima. Leva consigo não só o Filho de Deus Encarnado, mas também o Espírito Santo. Na Igreja Oriental Maria é também chamada de “pneumatófora”, isto é, aquela leva o Espírito Santo. Este realiza a unidade dos acontecimentos e nos abre a uma compreensão mais aprofundada de Maria. Ela recebe o Espírito que a fecunda, leva-O a Isabel para a santificação de João Batista que salta de alegria no seio da mãe. Ela proclama a Divindade do Filho, chamando-o de Senhor (Lc 1,43). E garante o direito da Maternidade Divina, dizendo Mãe de seu Senhor. O profeta João não é um profeta a mais, mas cheio do Espírito Santo, prepara o caminho do Senhor. Ele apresenta o Messias(.) (Jo 1,29) A oração da missa nos leva a perceber a unidade dos mistérios de Cristo: Rezamos: “Conhecendo pela mensagem do Anjo a Encarnação do vosso Filho, cheguemos por sua Paixão na cruz à glória da Ressurreição”. A primeira leitura reconhece a origem de Jesus. A segunda reconhece nossa santificação por sua morte. O mistério é único e realiza em todos a mesma missão de santificar. A Encarnação vai além do berço. 
Sacrifício da vontade
A Carta aos Hebreus liberta-nos de ver a Redenção de Cristo somente comum um sacrifício sangrento. A morte na cruz não é o centro da Redenção. É núcleo do mistério do sacrifício de Jesus que culmina no Calvário. Mas ele acontece no profundo de seu ser de entrega ao Pai já antes de sua Encarnação, desde toda eternidade. O sacrifício da cruz é a consequência de sua entrega: “Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade”. Esta substitui todos os sacrifícios da lei antiga. “É graças a essa vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb 10,10). A Redenção não é somente um fato histórico, mas está eternamente presente em Deus em seu amor. A redenção não é, em primeiro lugar, a solução de um problema do ser humano, mas está no ser de Deus que quer Se comunicar e atrair a Si. Por isso, o sacrifício de Cristo já está presente na total e eterna união de sua vontade com a vontade do Pai. É aqui que todos nós podemos participar do sacrifício de Cristo. Jesus insiste que quer fazer o que quer o Pai. “Eu desci do Céu, não para fazer minha vontade, mas a vontade Daquele que Me enviou” (Jo 6,38). Mesmo sua morte está colocada na perspectiva da vontade do Pai: No auge de sua angústia tem força para dizer: “Não se faça o que tu queres” (Mc 14,36). 
Celebrar o mistério 
Rezamos na oração Pós-Comunhão: “Fazei que, ao aproximar-se a festa da salvação, nos preparemos para celebrar o mistério de vosso Filho”. Celebramos vivendo no coração e tornando o Mistério presente nos ritos sacramentais. Os sacramentos são continuação e presença do Cristo em seu mistério de salvação. Celebrar o mistério é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. É a dimensão missionária de cada celebração. O que vivemos, nós o levamos para que todos possam conhecer a vontade do Pai em Cristo e atualizá-la em nossa vida. Tudo o que fizermos, será pouco e será muito. 
Leituras: Miquéias 5,1-4; Salmo 79;
 Hebreus 10,5-10;Lucas 1,39-45. 
Ficha nº 2132
Homilia do 4º Domingo do Advento (19.12.21) 
1. O Espírito realiza a unidade dos acontecimentos e nos abre a compreender Maria. 
2. A Redenção não é somente um fato histórico, mas eternamente presente em Deus. 
3. Celebrar o mistério é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. 
Esses moleques!!!! 
A que serve um menino? Ainda mais na barriga da mãe! Sabemos muito pouco (nós que somos leigos). Mas há algo que ainda não analisamos: sua capacidade de dar o Espírito Santo. No encontro de Maria com Isabel, esta ficou cheia do Espírito Santo, e o menino saltou no seu seio. Há algo a refletir e buscar o sentido. O Espírito enche o universo. É questão de desenvolver a capacidade de ver a ação do Espírito nos fetos. E como podem nos serem úteis? Ainda não pensamos nisso. Como podemos ser úteis a eles, eles podem ser úteis a nós e nos dar o Espírito Santo! João e Jesus só se conhecerão 30 anos depois. E continuaram dando-se o Espírito. E se compreenderam totalmente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

nº 2131 Artigo - Chovei das alturas

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
Encarnação continuada 
A reforma litúrgica restaurou a necessária lembrança da segunda volta de Cristo. Esta é agora é mais importante que a primeira, pois esta já cumpriu sua parte. Com isso, aquele aspecto de Advento, imitação da Quaresma, ficou bem diluído. O mistério da Encarnação não se reduz ao tempo de Natal, ao nascimento de Jesus e às celebrações que seguem. E depois entra em silêncio até que se comece a sentir a falta desse tempo gostoso cheio de ternura. A Encarnação envolve todo o mistério de Cristo e se manifesta em todos seus aspectos. Deus quis Se comunicar para atrair a Si todo o universo criado e todos os seres, de modo particular o homem e a mulher por Ele criados. Deus está sempre Se comunicando e chamando à participação de sua vida. É próprio do amor se difundir e atrair a si. Não podemos medir Deus pelo nosso planetinha diminuto num universo “infinito”. Mas aconteceu que Se manifestou em seu Filho Encarnado que vai ao extremo de seu ser humano na morte e sepultura. Tudo o que é humano está presente em Cristo. Queremos mistificar para não nos comprometer. Há muitos segmentos da sociedade e da Igreja que temem ser humanos. Isso tira o compromisso com o outro, sobretudo aqueles que têm diminuída sua condição humana. Esses são chamados de pobres e de abandonados. O Filho também se identificou com eles. Ele não recusa os que possuem, mas quer que produzam frutos de misericórdia. Mas sabemos que, quem ajuda os pobres são os outros pobres.
Igreja que se encarna 
A encarnação continua presente na Igreja, tanto que, o maior ensinamento do Concílio é a encarnação da Igreja no mundo atual. A Igreja do século X falava para aqueles homens do século X. Pe. Vitor Coelho dizia que a Igreja não é de bronze, pois esse enferruja. Ela é uma árvore que tem um tronco firme e ramos novos. Sem os ramos novos, ela não cresce. Não crescendo pode morrer. É o que vemos em tantos países desenvolvidos. Por isso, a Encarnação não se esgota no Natal. Continua assumindo as condições humanas para chegar a todo homem. Tem que sair de si. Podemos ver as escleroses espirituais que destroem todo o sentido do Evangelho. O povo tem direito à beleza, mas tem outros direitos também. Direitos à pureza do Evangelho. A evangelização que não vai ao homem concreto, no seu mundo, não é continuação da Encarnação. Os sacramentos, a pastoral, as estruturas eclesiais continuam Jesus Cristo em sua missão e vida. Não se trata só de uma recordação, mas de uma atuação. É Cristo que continua. Uma das primeiras coisas a fazer é ir às comunidades mais carentes. Jesus não nasceu na sala, mas num lugar fora, onde estavam os animais e até outros forasteiros. 
Por um Natal encarnado 
Perdemos o encanto do Natal. Quem sabe foi porque ficamos só no encanto. Era um tempo lindo. Pode ser que a beleza sem conteúdo tenha murchado. O conteúdo do Natal é Jesus que vem comunicar a presença real de Deus entre as pessoas. Minha cunhada e família fazem o Natal de uma creche e dão os presentes e a festa. Meu irmão, tendo ido ajudar na distribuição dos presentes, vendo a felicidades das crianças, disse que era o primeiro Natal de sua vida. Estava mais feliz que as crianças. Ao sairmos de nós mesmos, em direção aos necessitados repetimos o gesto de Deus ao vir a nós, dando-nos como presente a Si mesmo em seu Filho. Aí é Natal.

nº 2130 - Homilia do 3º Domingo do Advento (12-12-21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Alegrai-vos” Exultai 
cantando alegre 
A liturgia do terceiro domingo do Advento e o quarto domingo da Quaresma têm uma característica comum: “Estes sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam” (Pós-Comunhão). É como olhar o horizonte e ver os primeiros raios do amanhecer do dia pleno que chega. Temos hoje uma liturgia alegre, festiva, animada pelos próximos acontecimentos. A alegria vai aumentando, como rezemos: “Dai chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia” (Oração). A profecia de Sofonias convida a cantar e rejubilar porque Deus revogou a sentença de condenação, afastou os inimigos e está presente no meio do povo (Sf 3,14-15). A presença de Deus no meio do povo é sua segurança. O cântico de Isaias nos descreve essa alegria: “Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel” (Is 12,6). A alegria do Natal é tão grande que sua preparação já é um tempo de alegria. A liturgia continua na carta de Paulo aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito alegrai-vos” (Fl 4,4). O mistério da Encarnação é um motivo de grande alegria. Uma liturgia deve sempre transbordar de alegria. Os mistérios de Deus não são ensinamentos frios e sem sentimentos. Eles são penetrados pela Encarnação do Filho. Na noite do Natal ouviremos o que dizem os Anjos aos pastores: “Eis que vos anuncio uma grande alegria: ‘Hoje nasceu para vós um salvador, o Cristo Senhor’ ” ( Lc 2,10). Essa alegria deve dominar nossa celebração. Alegres porque ele está conosco. 
Preparar para as festas 
A fonte da alegria encontra sua raiz na ação salvadora de Deus e na colaboração do homem que procura o bom caminho. Vemos como João Batista dá às diversas categorias de pessoas que o procuravam, as indicações como atuar a conversão em suas vidas. Diziam: “Que devemos fazer?” É interessante que sua pregação é concreta: Aos ricos que saibam partilhar; aos cobradores de impostos ensina a retidão nos negócios; às autoridades policiais manda respeitar as pessoas e não explorar extorquindo. Sua pregação dava ares de estarem na presença do Messias. João estava na expectativa do Messias e não sai de sua missão que era preparar sua vida. Este homem sabia o seu lugar. É uma grande lição para a pregação na Igreja: deve atingir todas as categorias de pessoas, não nivelando, mas mostrando com verdade cada situação. Preparar a vinda do Messias, esperando por seu Natal, nos leva a assumir atitudes de conversão de nossas atitudes. Essa conversão vai ser o melhor modo de nos preparar para receber o Senhor em seu Natal. Somente a alegria da conversão pode nos conduzir ao verdadeiro Natal. 
A alegria seja vossa força (Ne 8,10) 
A alegria do Senhor é algo que nasce de seu Ser. Não é algo exterior, mas é o seu viver em união e nos dar a participar em comunhão com seu Ser. Somos uma religião da alegria. Viver a fé é a capacidade de encontrar o sentido da vida. Por isso a alegria interior de estar em nosso lugar, vivendo em consonância com Aquele que nos dá a vida. Não provém do exterior. Aqui percebemos porque Neemias diz que a “alegria do Senhor seja vossa força”. A alegria de Deus estava, naquele momento, na restauração do povo e em sua reconstituição. Ela está numa participação e não somente numa causa exterior. Sentir-se em Deus está na capacidade de gerar condições de vida.
Leituras:Sofonias 3,14-18ª;Cântico Isaías12,2-6; 
Filipenses 4,4-7; Lucas 3,10-18.
Ficha nº 2130
Homilia do 3º Domingo do Advento (12-12-21) 
1. A alegria do Natal é tão grande que sua preparação já é um tempo de alegria. 
2. Preparar a vinda do Messias é assumir atitudes de conversão. 
3. Sentir-se em Deus está na capacidade de gerar condições de vida 
Remédio para tudo 
João Batista, em sua pregação, tocava diferentes corações que buscavam uma via diferente. Que devemos fazer, diziam? Para cada situação, a resposta estava na conversão. Assim o remédio é o mesmo para situações diferentes. Depois que se toca o coração é possível a mudança. O homem saído do deserto, trazia sua experiência de encontrar em Deus a resposta para todas as coisas. Não se trata de um remédio bom para tudo e na verdade para nada, mas de um que tem tudo para todos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

nº 2129 Artigo - Imaculada Conceição

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Digna Habitação 
Onde está Maria, está Jesus. Não separemos a Mãe do Filho. É belo ver o carinho e a devoção do povo cristão por aquela que nos deu o Filho de Deus encarnado. Sem Maria não haveria Encarnação. Deus quis assim. Poderia fazer de tantos modos, mas quis assim. Assim se dá a salvação. A celebração da Imaculada Conceição é uma oportunidade para vermos sua presença no mistério da salvação. Tenho muito receio das devoções, pois podem desviar a fé do verdadeiro sentido. É fácil saber discernir: Isso se dá quando corremos atrás do amor a Maria só para receber “graças” e “milagres”, sem nos comprometer com a verdade de seu mistério. Ela nos apresenta Jesus. O amor a Maria nos converte. Vemos o caminho que o Pai usou para nos dar Jesus: Escolheu para Ele uma “digna habitação”. Rezamos na coleta da missa: “Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, pela imaculada conceição da Virgem Maria”. Ela foi preparada por Deus. Não tendo o pecado original pode gerar, como humana, o Filho de Deus. Jesus é o homem novo, sem o pecado, vivendo totalmente a condição humana. Teve uma mãe totalmente humana, no projeto de Deus, começando uma nova geração para o mundo. Mas permanece mulher, mãe, frágil, presente no povo de Deus, nas condições humanas de seu tempo. Por isso, ela permanece como a humanidade inteira que acolhe Jesus. E dela Jesus recebe toda a humanidade. Ele foi totalmente homem. O verdadeiro homem, Jesus, não vive sob o pecado. Por isso nasce de uma imaculada, sem pecado. 
Preservando-a do pecado 
Todo ser humano nasce com o pecado original. Jesus, não nasceu com o pecado, pois sua Mãe não teve o pecado original. Por isso não cometeu pecado. Como Maria é redimida antes da Paixão e Ressurreição de Jesus? Como poderia atuar a redenção, sem antes ter acontecido? A redenção é para todos os tempos, por isso pode Maria ser redimida antes de ter sido concebida. Por isso, para que o Filho nascesse sem o pecado, Deus a preservou de todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo. Ela foi preservada. Aqui temos também um aspecto importante de nosso amor a Maria: considerá-la em seu dom de nos conceder Jesus e Nele, “a cura das feridas do pecado original, do qual Maria foi preservada de modo admirável ao ser concebida sem pecado” (Pós comunhão). Lemos em Efésios que nós também fomos predestinados a sermos santos e irrepreensíveis. Temos que, não pensar só nos dons a receber, mas viver livre do pecado. Se a mulher no paraíso cometeu o pecado, no Novo Testamento, a Mulher Maria não cometeu pecado, por bondade de Deus. A espiritualidade mariana envolve a vitória sobre o pecado e a construção do Reino.
Intercessão 
Rezamos: “Concedei-nos chegar a Vós purificados também de toda culpa, por sua materna intercessão” (oração). Pedimos ainda: “Ao proclamarmos que a vossa graça a preservou de toda a culpa, livrai-nos, por sua intercessão, de todo o pecado” (Oferendas). A liturgia na festa nos coloca a missão de Maria como intercessora, para que sejamos livres do pecado. Esse é o maior louvor que fazemos a Maria: colocá-la no mistério da redenção como suplicante por seus filhos, para que sejam livres do pecado, que é a maior desgraça. Desse mal procedem todos os outros. Maria pisa na cabeça da serpente quando, juntamente com seu Filho, vence o mal dos filhos. Nesse pedido de Maria estão todos os outros.

nº 2128 - Homilia do 2º Domingo do Advento (05.12.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Preparai o Caminho”
Voz que clama 
No calendário da liturgia temos três esquemas para os tempos maiores do ano litúrgico. Nesse ano somos conduzidos pela magnífica figura de João Batista. Podemos, assim, compreender um pouco mais o que significa “esperar a vinda de Cristo”. Temos sua vinda, nascido como homem no Natal; temos sua vinda no fim dos tempos e, nesse ano, contemplamos João anunciando sua vinda como enviado do Pai. João anuncia “que todas as pessoas verão a salvação de Deus” (Lc 3,6) na pessoa de Jesus que inicia seu ministério. Por aqui podemos ver o sentido amplo que tem a Vinda do Senhor. Ele sempre está vindo. Lucas apresenta João como o “maior entre os nascidos de mulher”, o maior profeta. Todos anunciaram o Messias. João O apresentou. Ele é como uma síntese das profecias e a resposta de Deus. A liturgia interpreta o texto do profeta Baruc sobre a maravilhosa restauração de Jerusalém. É uma profecia da restauração do mundo a partir da presença do Messias prometido. Para João, Ele não é mais uma promessa, mas a realização. Retomando o texto de Isaías (40,3-5), aplica essa preparação universal da vinda do Messias para a renovação do mundo. Lucas coloca uma solene abertura, situando a missão do Batista dentro da história do mundo: tempo de Tibério, Pôncio Pilatos, Filipe e os sumos sacerdotes. Jesus não é uma lenda. João não é um pregador alucinado. Manda preparar o caminho do Senhor, como preparamos agora sua segunda vinda e sua vinda na carne. 
Completará a obra 
Normalmente, ficamos inseguros sobre a resposta que damos ao Senhor pelos bens que nos prodigalizou. Paulo conforta seus convertidos dando-lhes segurança: “Tenho a certeza de que aquele que começou em vós uma boa obra, há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus” (Fl 1,6). Isso nos ensina que a vida cristã é uma busca permanente, um crescimento conquistado com paciência e esperança. Temos a ideia de que os inícios foram maravilhosos e os convertidos eram perfeitos. São como nós: precisavam crescer. Por isso diz: “Isso peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência , para discernirdes o que é o melhor”. O resultado é claro: “Assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça que vem por Jesus Cristo” (Fl 1,6.9-10). A vida cristã é um crescimento permanente. Preparar os caminhos exige muito trabalho e muita mudança. Não é sofrimento, pois a leitura de Baruc continua dizendo que “as florestas e todas as árvores odoríferas darão sombra a Israel, por ordem de Deus” (Br 5,8). Todo o processo de vida cristã é suave, agradável e maravilhoso. 
O Senhor fez maravilhas 
João Batista anunciou a vinda do Messias como Salvador. E na celebração de hoje nos anima a viver intensamente a graça recebida. A Palavra de Deus faz uma leitura da vida cristã comparando-a à libertação do povo: “Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar. Encheu-se de sorriso nossa boca e nossos lábios de canções”. Falta alegria à nossa fé. Nós também recebemos tanta libertação. Sempre podemos clamar por novas maravilhas: “Mudai a nossa sorte, Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas ceifarão com alegria. Refletindo a segunda vinda de Cristo, na expectativa da memória de sua primeira vinda, nós O acolhemos em nossa vida como Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6). 
Leituras: Baruc 5,1-9; Salmo 125; 
Filipenses 1,4-6.8-11; Lucas 3,1-6. 
Ficha nº 2128 
Homilia do 2º Domingo do Advento (05.12.21) 
1. João faz uma profecia da restauração do mundo a partir da presença do Messias 
2. A vida cristã é um crescimento permanente. 
3. Falta alegria a nossa fé. Nós também recebemos tanta libertação. 
Notícia velha 
Falar que Jesus vai chegar, já furou o disco. Mas não veio coisíssima alguma. Que fazer? Ouvir de novo! Ouvir sempre a mesma notícia acaba sendo a declaração de sua verdade. É assim mesmo. Ele veio e a gente não viu? Ou a verdade já se realizou e nós não vimos? Ele sempre vem ao nosso encontro. Às vezes com tantos rumores, ou como o silencio. Ver é o problema. Vemos o que queremos.

nº 2127 Artigo - “Um mistério a celebrar”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Ano litúrgico 
Cada celebração é única e está dentro de um contexto muito definido que se chama Ano Litúrgico. Este dá, à comunidade que celebra, o sentido e o modo de compreender a graça que Deus oferece em cada dom. É importante saber que cada ato litúrgico é igual aos outros de seu gênero, mas profundamente diferente no sentido da celebração do Mistério que é sempre o mesmo e sempre novo. O mesmo acontece com o Ano Litúrgico no qual se desencadeiam os mistérios celebrados. Sempre os mesmos e sempre novos. Novo por quê? Porque a graça de Deus é sempre nova. O sentido da história dos gregos era cíclico. Tudo retorna. Isso é uma etapa de sua filosofia. No sentido hebraico, o tempo é continuo. No sentido cristão é espiral. Sempre o mesmo, mas sempre indo à frente como uma escada em caracol. É sempre a mesma, mas estamos mais à frente contemplando sempre um aspecto novo. Não podemos dizer: “Vai à missa de novo?” Não! Ela é sempre outra. É o mistério: sempre antigo e sempre novo. Deus eterno e imutável, mas não é estático. É vida, sempre gerando vida. O Ano Litúrgico não é um calendário. O calendário dispõe as celebrações. Entramos no mistério do tempo que sempre gera vida. Não se trata de virar uma página, mas de contemplar e viver o mistério do Deus Salvador que Se manifesta em Cristo na comunidade celebrante. “Cada tempo litúrgico tem sua teologia que se estabelece a partir dos textos. Não é um acúmulo de ideias, mas uma graça concreta de comunhão com o mistério que nos é oferecido em determinado tempo litúrgico” (El Ano Litúrgico – J. Castellano, p 53). 
Um pouco da história 
O ano litúrgico não nasceu de um decreto, de uma reunião ou de um estudo. Brotou a partir da experiência viva das comunidades. Muitas celebrações têm sua fonte nas celebrações bíblicas. O que determina são a condições humanas, teológicas e culturais. O ano litúrgico, como a liturgia, está sempre em movimento. Faz parte da vida das pessoas. A história da renovação se inicia com a descoberta dos livros litúrgicos antigos. No século XIX estudou-se o termo sacramento em seu original que era “misterion”, a partir do conceito grego. No culto mistérico, o “devoto” realizava uma cerimônia “imitando” o que estava no mito (história antiga). Não se trata de algo incompreensível. Os ritos levavam a pessoa viver aquilo que se mostrava no mito. Os gestos explicavam. A palavra “sacramento” foi uma tradução de mistério. Nele nós realizamos ritos e acontece conosco o que os ritos explicam. A graça não está sujeita ao rito, mas o rito a torna clara. Nossa participação nos ritos acolhe o que a graça realiza em nós. O rito descreve e a graça realiza. 
A fé sustenta 
As festas do calendário têm origens diferentes: Há festas que celebram os mistérios da vida de Jesus. Celebram fatos que aconteceram como Natal, Páscoa, Ascensão e outros. Há festas que vêm de um dogma, como a Trindade, Eucaristia... Há também aquelas que provêm de tradições da piedade como as Dores de Maria. Há celebrações dos Santos, Anjos, Nossa Senhora, e mesmo devoções particulares. Na história sempre aconteceram ajustes no calendário, como foi feito depois do Vaticano II, na reforma litúrgica. Foram tirados santos cuja existência é duvidosa, ou santos que são desconhecidos atualmente. No calendário privilegiaram-se os santos de maior tradição e mais universalidade, santos novos e países de fé recente, como Coreia, Vietnam... Os ritos orientais trazem tradições diferentes que não são contrárias, mas têm outra maneira de compreender.