quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

nº 2132 - Homilia do 4º Domingo do Advento (19.12.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Advento que ilumina” 
Um único mistério 
A celebração do Natal não se reduz ao dia feliz do nascimento de Jesus, mas tem uma preparação e uma continuação. Então celebramos diversos momentos do mesmo mistério que é a Manifestação do Senhor. O Evangelista João escreve: “Nós vimos a sua glória, como Unigênito do Pai” (Jo 1,14). Temos hoje a visita de Maria a Isabel. Essa visita nos mostra Maria que vai visitar a sua prima. Leva consigo não só o Filho de Deus Encarnado, mas também o Espírito Santo. Na Igreja Oriental Maria é também chamada de “pneumatófora”, isto é, aquela leva o Espírito Santo. Este realiza a unidade dos acontecimentos e nos abre a uma compreensão mais aprofundada de Maria. Ela recebe o Espírito que a fecunda, leva-O a Isabel para a santificação de João Batista que salta de alegria no seio da mãe. Ela proclama a Divindade do Filho, chamando-o de Senhor (Lc 1,43). E garante o direito da Maternidade Divina, dizendo Mãe de seu Senhor. O profeta João não é um profeta a mais, mas cheio do Espírito Santo, prepara o caminho do Senhor. Ele apresenta o Messias(.) (Jo 1,29) A oração da missa nos leva a perceber a unidade dos mistérios de Cristo: Rezamos: “Conhecendo pela mensagem do Anjo a Encarnação do vosso Filho, cheguemos por sua Paixão na cruz à glória da Ressurreição”. A primeira leitura reconhece a origem de Jesus. A segunda reconhece nossa santificação por sua morte. O mistério é único e realiza em todos a mesma missão de santificar. A Encarnação vai além do berço. 
Sacrifício da vontade
A Carta aos Hebreus liberta-nos de ver a Redenção de Cristo somente comum um sacrifício sangrento. A morte na cruz não é o centro da Redenção. É núcleo do mistério do sacrifício de Jesus que culmina no Calvário. Mas ele acontece no profundo de seu ser de entrega ao Pai já antes de sua Encarnação, desde toda eternidade. O sacrifício da cruz é a consequência de sua entrega: “Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade”. Esta substitui todos os sacrifícios da lei antiga. “É graças a essa vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb 10,10). A Redenção não é somente um fato histórico, mas está eternamente presente em Deus em seu amor. A redenção não é, em primeiro lugar, a solução de um problema do ser humano, mas está no ser de Deus que quer Se comunicar e atrair a Si. Por isso, o sacrifício de Cristo já está presente na total e eterna união de sua vontade com a vontade do Pai. É aqui que todos nós podemos participar do sacrifício de Cristo. Jesus insiste que quer fazer o que quer o Pai. “Eu desci do Céu, não para fazer minha vontade, mas a vontade Daquele que Me enviou” (Jo 6,38). Mesmo sua morte está colocada na perspectiva da vontade do Pai: No auge de sua angústia tem força para dizer: “Não se faça o que tu queres” (Mc 14,36). 
Celebrar o mistério 
Rezamos na oração Pós-Comunhão: “Fazei que, ao aproximar-se a festa da salvação, nos preparemos para celebrar o mistério de vosso Filho”. Celebramos vivendo no coração e tornando o Mistério presente nos ritos sacramentais. Os sacramentos são continuação e presença do Cristo em seu mistério de salvação. Celebrar o mistério é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. É a dimensão missionária de cada celebração. O que vivemos, nós o levamos para que todos possam conhecer a vontade do Pai em Cristo e atualizá-la em nossa vida. Tudo o que fizermos, será pouco e será muito. 
Leituras: Miquéias 5,1-4; Salmo 79;
 Hebreus 10,5-10;Lucas 1,39-45. 
Ficha nº 2132
Homilia do 4º Domingo do Advento (19.12.21) 
1. O Espírito realiza a unidade dos acontecimentos e nos abre a compreender Maria. 
2. A Redenção não é somente um fato histórico, mas eternamente presente em Deus. 
3. Celebrar o mistério é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. 
Esses moleques!!!! 
A que serve um menino? Ainda mais na barriga da mãe! Sabemos muito pouco (nós que somos leigos). Mas há algo que ainda não analisamos: sua capacidade de dar o Espírito Santo. No encontro de Maria com Isabel, esta ficou cheia do Espírito Santo, e o menino saltou no seu seio. Há algo a refletir e buscar o sentido. O Espírito enche o universo. É questão de desenvolver a capacidade de ver a ação do Espírito nos fetos. E como podem nos serem úteis? Ainda não pensamos nisso. Como podemos ser úteis a eles, eles podem ser úteis a nós e nos dar o Espírito Santo! João e Jesus só se conhecerão 30 anos depois. E continuaram dando-se o Espírito. E se compreenderam totalmente.

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