quarta-feira, 27 de maio de 2020

nº 1966 - Homilia da Solenidade de Pentecostes (31.05.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Recebei o Espírito Santo”
Santificais a Igreja 
 A palavra Pentecostes significa cinquenta dias. Festa depois da Páscoa. Os judeus celebravam uma festa cinquenta dias depois do segundo dia da Páscoa. É chamada também festa das colheitas dos grãos. Lembra o período do deserto, no qual os judeus no Sinai recebem a lei e são constituídos como um povo. Com a Páscoa temos a libertação e a vida nova. Em Pentecostes inicia o novo povo. É a primavera do Espírito. A festa está intimamente ligada à Páscoa, pois a Ressurreição no Espírito se torna primavera do amor no Espírito. Por isso, celebrando a festa da Vinda do Espírito Santo, celebramos também a vida da Igreja que é santificada por Ele. Por isso rezamos: “Ó Deus, que pelo mistério da festa de hoje, santificais a vossa igreja inteira em todos os povos e nações”. Não estamos lembrando um acontecimento. Estamos vivendo esse momento da História da Salvação que acontece conosco agora. E pedimos: “Derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito”. O sentido memorial significa atualização. Nós nos fazemos presente ao acontecimento real. O histórico aconteceu. A vinda do Espírito acontece hoje e em cada celebração. Nada fazemos sem o Espírito (1Cor 12,3b). O texto enumera o país de origem das pessoas presentes no momento. Podemos ver que a localização dos diversos povos faz um círculo em torno de Jerusalém. Não mais a cidade, mas a Igreja está em todos os povos. E é santificada hoje pelo Espírito. Todas as línguas e culturas podem receber o anúncio do Evangelho. 
Realizai as maravilhas 
Pedimos na oração: “Derramai em toda extensão do mundo os dons do Espírito e renovai no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do Evangelho”. É o projeto salvador de Deus que o Espírito Santo leve o Mistério Pascal de Cristo a acontecer em todos os povos. As maravilhas operadas não são dons pessoais, mas dons a serviço da humanidade. Jesus diz naquela noite de Páscoa: “A paz esteja convoco!” A paz, o Shalom de Deus, compreende tudo o que há de bom e Deus nos oferece. Por que repete a saudação? Não era uma paz somente para os discípulos ali presentes, mas aberta a todos. “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados”. Cabe a nós implantar, pela ação do Espírito, uma reconciliação universal. Participamos ativamente da ação do Espírito na renovação do mundo, missão que o Pai confiou a Jesus que a faz no Espírito. “A quem não perdoardes os pecados, eles serão retidos”. Não que o Espírito negue o perdão, mas, sem a mudança os pecados permanecem. As maravilhas renovadas não são somente dons especiais, mas a capacidade de provocar a conversão do coração a todos. 
Há diversidade de dons 
O Espírito que nos foi dado nos dá tantos dons. “A cada um é dada uma manifestação do Espírito, para o bem comum. Como os membros do corpo, cada um tem uma função para todo o corpo. Pena que os dons atualmente são vistos como adereços espirituais que nos fazem maiores. Maior é aquele que serve, disse Jesus (Lc 22,27-29). Embora sendo muitos, formamos um só corpo, pois bebemos do mesmo Espírito (1Cor 12,13). A Igreja necessita sempre do Espírito para realizar sua missão. Quando não somos capazes de ouvir o Espírito e colocar os dons a serviço, não somos capazes de servir à Igreja na obra da evangelização. Fazemos feudos espirituais, e “rasgamos a túnica inconsútil de Jesus”. A unidade no Corpo de Cristo, quando ferida, torna-se um escândalo e um mal. 
Leituras Atos 2,1-12; Sal o 103; 
1 Coríntios 12,3b-7.12-13;João 20,19-23 
Ficha nº 1966 - Homilia da 
Solenidade de Pentecostes (31.05.20) 
1. Celebramos a vida da Igreja que é santificada pelo Espírito. 
2. É projeto de Deus que o Espírito leve a vida de Cristo a acontecer em todos os povos. 
3. A Igreja necessita sempre do Espírito para realizar sua missão. 
O fogo cai, cai..
O corpo de bombeiros do Céu, a todo vapor (não usava petróleo) baixa à terra para apagar um grande incêndio. Era fogo para todo lado. Na cabeça de muitos havia uma chama perigosa e outros pedindo que eles fossem incendiados. Era muita confusão. Aí um meio cambaleante diz: Não estamos de fogo. É o Espírito prometido: “Derramarei o meu Espírito sobre toda carne” (Jl 3,1-5). Aí acalmaram. Mas até hoje estão de prontidão, pois a todo o momento esse Espírito está botando fogo em algum lugar. Celebrar Pentecostes é entrar nesse fogo que, como a sarça de Moisés, queima sem consumir.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

nº 1964 - Homilia da Ascensão do Senhor (24.05.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Ascensão do Senhor” 
 Subiu entre aclamações 
É festa no Céu! O Filho de Deus que se encarnou, anunciou o Reino, morreu, ressuscitou e subiu ao Céu. Paulo diz: “Deus manifestou sua força em Cristo, quando O ressuscitou dos mortos e O fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda autoridade, poder, potência, sabedoria ou qualquer outro título... no céu e na terra” (Ef 1,20-21). Sem a Ascensão, não estaria completa a ação de Cristo no mundo. Nem haveria condições de nos enviar o Espírito Santo para a realização de sua obra salvadora. Normalmente a celebração não passa de um “fim de festa” e não tem valor dentro da comunidade. É festa que passa. Mas é fundamental para o mistério de Cristo e para nossa vida Nele. Naquele momento, em que Ele foi levado, começou o tempo da Igreja. Não é para olhar para o alto. Há um mundo inteiro e por séculos infinitos para acolher a redenção que nos foi dada e o Espírito que nos sustenta e faz a Igreja. Vemos que Mateus, em poucas palavras, resume o significado desse momento: Jesus disse: “Toda autoridade me foi dada”. É solene e garantida a missão: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos”, santificando-os pelo batismo, fazendo-os passar do paganismo à Vida Divina, ensinando tudo o que o Senhor nos deu, ensinando a observar tudo o que foi ensinado. Vemos a mudança total: “Fazei discípulos meus, todos os povos”. Está aberta a fé ao mundo pagão. Todos são chamados a ser corpo com Cristo Ressuscitado. Assim se abre totalmente a porta da eternidade feliz para todo o mundo. Todo universo vai chegar à glorificação.
Ascensão é nossa vitória 
A Ascensão não é só um fato da vida de Jesus que aconteceu na dinâmica de sua obra redentora. Estamos envolvidos em seu retorno para casa do Pai. Cito um texto de Sto. Hilário, do século IV (Anos 300) refletindo sobre a união com a Santíssima Trindade através de Cristo: “Ele está no Pai pela natureza divina, e nós estamos Nele pelo seu nascimento corporal; além disso, Ele também está em nós pelo mistério dos sacramentos”... “somos um só, porque o Pai está em Cristo e Cristo está em nós. Portanto Ele está em nós pela sua carne e nós estamos Nele; e, através Dele, o que nós somos, está em Deus” (Tratado sobre a Trindade). Por isso a oração diz: “A ascensão de vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria, pois como membros do seu corpo, somos chamados, na esperança, a participar de sua glória”. Com a entrada de Jesus no Céu, nós que participamos de seu corpo, já temos garantida nossa vitória. Se a Cabeça do Corpo Místico, Cristo, entrou, todo corpo está junto. Na pós-comunhão dizemos: “Vós nos concedeis conviver na terra com as realidades do Céu”. “Vivemos as realidades do Céu”. Assim temos a consequência: “Que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de vós nossa humanidade. 
Ide e fazei discípulos meus 
Na Ascensão Jesus dá a ordem de se iniciar a evangelização do mundo: “Toda autoridade me foi dada no céu sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” (Mt 28,18-20). Agora é o tempo da Igreja, unida a Cristo, com todo o poder que Jesus lhe confere. A Igreja está sempre em missão. Sempre anunciando o que Jesus ensinou. Todos, não somente os ministros, são responsáveis pela evangelização do mundo. O Cristianismo tende a um espiritualismo individualista que tira a responsabilidade pessoal de evangelizar. É só consumismo espiritual. Isso mata a Igreja.
Leituras:Atos 1,1-11;salmo 46; 
Efésio 1,17-23; Mateus 28,16-20 
Ficha nº1964-Homilia da Ascensão do Senhor(24.05.20) 
1. Todos são chamados a ser corpo com Cristo Ressuscitado. 
2. Estamos envolvidos com Jesus em sua volta para casa do Pai. 
3. A Igreja está sempre em missão. Sempre anunciando o que Jesus ensinou. 
Furando o Céu 
O Céu sempre foi distante. Sempre ouvimos: Altos céus. Subir aos céus. Sempre foi uma batalha a história de perder o Céu e viver com medo de não conseguir chegar lá. No fundo a gente não acredita muito porque não entende. O que é o Céu? Todas as imagens que vemos nos desanimam. Há umas imagens muito feias. Dá vontade de ver o concorrente. A celebração da Ascensão do Senhor é um aperitivo para nós. Ele foi na frente. Mas nos levou a tiracolo, pois sua natureza humana é a nossa. Como temos a mesma natureza, já estamos lá. Certo que não pegamos ainda o gosto. À medida que nos unimos a Ele vamos saboreando. Entramos no Céu porque estamos unidos a Ele pela nossa natureza e Ele nos dá a sua natureza Divina que Nele formam uma só Pessoa.

nº 1962 - Homilia do 6º Domingo da Páscoa (17.05.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Darei outro Defensor” 
 Não vos deixarei órfãos 
Jesus sintetiza durante a santa Ceia, no dizer de João, todo seu ensinamento. Os discípulos podem Coompreender que o Mestre lhes passa, não somente um ensinamento, mas entrega-se a eles, como fez na Eucaristia. Faz uma grande revelação de Si mesmo. O evangelho de João concentra o núcleo do ensinamento de Jesus. Dizemos que Jesus dá o Espírito Santo. Aqui temos a revelação de quem é o Espírito Santo: “Se me amais, guardareis meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Defensor, para que permaneça sempre convoco: o Espírito da Verdade” (Jo 14,15-17). Por isso não ficaremos órfãos (Jo 14,18). É o Dom de Jesus, prometido cinco vezes durante a Ceia: Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). É o mesmo que estava em Jesus. Está unido a Ele que diz: “Eu sou a Verdade”. Dará testemunho de Jesus, que não é uma verdade inacessível. Ele ensinará tudo. Nada ficará oculto. Mais ainda: Ele será a memória permanente. Nada se perdera de tudo o que foi dito e precisamos saber. Não precisamos de novas doutrinas. Vemos pela história como a verdade passa pelos tempos, sempre a mesma, explanada com clareza pela sabedoria da Igreja e de seus filhos. Jesus, o intercessor junto do Pai, dá-nos um defensor, o Espírito Santo. O mesmo testemunho que o Espírito dá, os fiéis darão, com sua garantia. Sempre será um questionador do mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento (Id 7-11). Conduz à plena verdade, pois nos ensina o que recebeu do Filho (id 11-17). Nós cristãos, não temos consciência da ação do Espírito Santo como realizador da Igreja. 
Frutificar o sacramento pascal 
A oração da Pós-Comunhão faz um pedido que quer levar à prática os frutos da Ressurreição de Cristo: “Oh Deus, que pela Ressurreição de Cristo nos renovais para a vida eterna, fazei frutificar em nós o sacramento pascal e, infundi em nossos corações a força desse alimento salutar”. A Eucaristia nos faz participar no mistério da Ressurreição de Cristo, num momento espiritual, entramos em comunhão e somos conduzidos por este defensor à prática. Celebrar é viver. Em sua entrega ao Pai, Jesus levou-nos com Ele e se faz presente em nós quando O levamos em nossas ações. Assim ressuscitamos o mundo para que seja sempre de acordo com os sentimentos de Jesus. Jesus passou entre nós fazendo o bem. É sua garantia de Ressurreição. Sempre está seguro do que faz, porque faz o que o Pai quer, como vemos no Horto das Oliveiras: “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice, contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39). Frutificamos quando buscamos viver o Evangelho . Seus mandamentos não são pesados (1Jo 5,3). Não podemos olhar a Ressurreição de Jesus só como algo espiritual. Ela é vida. 
Vida que corresponda ao mistério 
Rezamos na oração da coleta: “Ó Deus, dai-nos celebrar com fervor estes dias de júbilo em honra de Cristo ressuscitado, para que nossa vida corresponda sempre aos mistérios que recordamos”. O que vemos nessa oração? A celebração é louvor, mas vai também à vida. Como viver um mistério? “A vida corresponda ao mistério”. A primeira correspondência são os sacramentos. Eles penetram a vida com sua dinâmica redentora e mestra de vida. Vivemos a salvação e a levamos à vida, seguindo as significações do sacramento. Cristo fez o caminho da morte para a vida. Nós o realizamos em nossas ações tirando de nós o que é morte para plantar a vida. Como? Vivendo como Ele viveu no amor de permanente entrega aos irmãos. Para se entregar é preciso desprender-se de todo mal.
Leituras: Atos 8,5-8.14-17; Salmo 65; 
1 Pedro 3,15-18; João 14,15-21. 
Ficha nº1962-Homilia do 6º Domingo da Páscoa(17.05.20) 
1. Não temos consciência da ação do Espírito Santo como realizador e defensor da Igreja. 
2. A Eucaristia nos faz participar no mistério da Ressurreição de Cristo. Por ela somos conduzidos à prática. 
3. Os sacramentos penetram nossa vida com sua dinâmica redentora e mestra de vida. 
Vôo do Espírito 
Temos o costume de representar o Espírito Santo como uma pombinha. Na verdade o que representa o Espírito é o vôo da pomba. Esse belo movimento lembra o movimento do Espírito. Não depende de nós. Ele é fascinante e tudo penetra. Assim é a ação do Espírito Santo que paira sobre nós e nos envolve. Ele sempre esteve presente na Igreja, pois não depende dela. Ela nasce Dele e por Ele é sustentada, mesmo que não tenha consciência. É hora de nos abrirmos mais para conhecê-Lo e acolhê-Lo sempre mais.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

terça-feira, 5 de maio de 2020

nº 1960 - Homilia do 5º Domingo da Páscoa (10.05.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Não se perturbem” 
 Eu sou o Caminho 
 São João nos traz em seu evangelho, como que o derramar do coração de Jesus cheio de ternura pelos seus “filhinhos”. Ali o discípulo amado bebeu da própria fonte as riquezas de nossa fé. Primeiramente garante que não os esquecerá. E mais: “Vou preparar-vos um lugar” (Jo 14,2). Quando estiver pronto esse lugar, virá buscá-los para estar com Ele, pois já conhecem o caminho. Tomé questiona: “Não sabemos para onde vais. Como poderemos conhecer o caminho” (Id 5). A resposta ecoa pela Igreja como base para tudo. Jesus responde: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (id 5). Fé cristã só se realiza em Jesus. Não há outra opção, pois existe uma única fé. Uns estão mais próximos e outros distantes. Jesus não é uma ideia, um conhecimento. Ele é a Verdade Viva. Há verdades escritas, mas Ele as torna vivas. É o único caminho para o Pai. Há gente que se blasona de ser ateu, ou ter uma religião própria ou... ou... Mas o mínimo que tenha (pois todos tem) está unido a Jesus. Assim está unido ao Pai, pois é o único Caminho. Ele é o caminho. Vimos que Ele é a Porta. Só por Ele se entra na fé, se vai ao Pai e se vai ao mundo. A centralidade de Jesus é fundamental. Há muita espiritualidade, muita devoção a santos, novenas, orações milagrosas, medalhas, correntes... Tudo bom, mas se Jesus não for o centro e o caminho, não vai haver a Vida. Ele é a Vida. Se crermos e o temos como centro, temos a Vida. Essa Vida se manifesta nas obras. Suas obras manifestavam a vida que Ele tinha junto ao Pai. 
Igreja de pedras viva 
Pedro apresenta mais uma aspecto de Cristo: Ele é a pedra angular. Nós somos pedra vivas: “Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Há em nossa fé um sentido de continuação do que Cristo era e fazia. Jesus disse em sua primeira aparição depois da Ressurreição: “Como o Pai me enviou, Eu vos envio” (Jo 20,21). Também diz: “Essa continuação não se refere somente aos apóstolos. Jesus rezou: “Não rogo somente por eles (apóstolos), mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim” (Jo 17,20). Tudo que estava em Cristo para nossa salvação está na Igreja em seus sacramentos e em seus fiéis. A Igreja não é um edifício de tijolos, mas de pessoas. Cristo é o fundamento de todo esse edifício. Como pedras vivas, diz Pedro: “Vós sois raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para a luz maravilhosa” (id. 9).
Igreja é serviço 
A Igreja é espiritual e continua a Encarnação de Cristo. Mas está ainda nas condições humanas, como foi Jesus. Deve usar todos os meios para evangelizar e levar todos a viver e a construir o Reino de Deus na terra. Vive a condição humana e se organiza criando serviços e usando os dons que o Espírito concede. Por isso podemos entender o porquê da instituição de homens que se dediquem à caridade. São escolhidos sete “homens de boa fama, repletos do Espírito Santo e sabedoria” (At 6,3). Recebem a imposição das mãos. Por que os apóstolos criam esse ministério que se firmou como parte do sacerdócio de Cristo? Para que pudessem se dedicar inteiramente à oração e ao serviço da Palavra. Essa dimensão é essencial no exercício do sacerdócio. Por oração podemos entender a celebração dos sacramentos, e também como seguimento do Cristo Orante. 
Leituras: Atos 6,1-7;Salmo 32; 
1 Pedro, 2,4-9; João 14,1-12 
Ficha nº 1960 - Homilia do 5º Domingo da Páscoa (10.05.20) 
1. Fé cristã só se realiza em Jesus.
2. Tudo que estava em Cristo para nossa salvação está na Igreja em seus sacramentos. 
3. A Igreja deve usar todos os meios para evangelizar e a construir o Reino de Deus. 
Atalho que deu certo 
Diz-se que nem sempre o atalho encurta caminho. Para ir para o Pai não existe caminho mais curto que coma etapas. Há um só caminho: Jesus. Ele mesmo disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 10,6). Tem razão de ser assim, pois Ele foi o enviado do Pai para a salvação. Ele tem o mapa do caminho, tem as indicações e o sustento. É claro que é bom fazer outros caminhos que não comprometam a vida, como comprometeu a vida de até o extremo. Fazer uma religião a nosso modelo é mais fácil, mas é um caminho perigoso. Quer saber como discernir? Jesus responde: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição” (Mt 7,13). Jesus fez um atalho nesse caminho largo. Deu certo.