sexta-feira, 15 de maio de 2020

nº 1962 - Homilia do 6º Domingo da Páscoa (17.05.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Darei outro Defensor” 
 Não vos deixarei órfãos 
Jesus sintetiza durante a santa Ceia, no dizer de João, todo seu ensinamento. Os discípulos podem Coompreender que o Mestre lhes passa, não somente um ensinamento, mas entrega-se a eles, como fez na Eucaristia. Faz uma grande revelação de Si mesmo. O evangelho de João concentra o núcleo do ensinamento de Jesus. Dizemos que Jesus dá o Espírito Santo. Aqui temos a revelação de quem é o Espírito Santo: “Se me amais, guardareis meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Defensor, para que permaneça sempre convoco: o Espírito da Verdade” (Jo 14,15-17). Por isso não ficaremos órfãos (Jo 14,18). É o Dom de Jesus, prometido cinco vezes durante a Ceia: Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). É o mesmo que estava em Jesus. Está unido a Ele que diz: “Eu sou a Verdade”. Dará testemunho de Jesus, que não é uma verdade inacessível. Ele ensinará tudo. Nada ficará oculto. Mais ainda: Ele será a memória permanente. Nada se perdera de tudo o que foi dito e precisamos saber. Não precisamos de novas doutrinas. Vemos pela história como a verdade passa pelos tempos, sempre a mesma, explanada com clareza pela sabedoria da Igreja e de seus filhos. Jesus, o intercessor junto do Pai, dá-nos um defensor, o Espírito Santo. O mesmo testemunho que o Espírito dá, os fiéis darão, com sua garantia. Sempre será um questionador do mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento (Id 7-11). Conduz à plena verdade, pois nos ensina o que recebeu do Filho (id 11-17). Nós cristãos, não temos consciência da ação do Espírito Santo como realizador da Igreja. 
Frutificar o sacramento pascal 
A oração da Pós-Comunhão faz um pedido que quer levar à prática os frutos da Ressurreição de Cristo: “Oh Deus, que pela Ressurreição de Cristo nos renovais para a vida eterna, fazei frutificar em nós o sacramento pascal e, infundi em nossos corações a força desse alimento salutar”. A Eucaristia nos faz participar no mistério da Ressurreição de Cristo, num momento espiritual, entramos em comunhão e somos conduzidos por este defensor à prática. Celebrar é viver. Em sua entrega ao Pai, Jesus levou-nos com Ele e se faz presente em nós quando O levamos em nossas ações. Assim ressuscitamos o mundo para que seja sempre de acordo com os sentimentos de Jesus. Jesus passou entre nós fazendo o bem. É sua garantia de Ressurreição. Sempre está seguro do que faz, porque faz o que o Pai quer, como vemos no Horto das Oliveiras: “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice, contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39). Frutificamos quando buscamos viver o Evangelho . Seus mandamentos não são pesados (1Jo 5,3). Não podemos olhar a Ressurreição de Jesus só como algo espiritual. Ela é vida. 
Vida que corresponda ao mistério 
Rezamos na oração da coleta: “Ó Deus, dai-nos celebrar com fervor estes dias de júbilo em honra de Cristo ressuscitado, para que nossa vida corresponda sempre aos mistérios que recordamos”. O que vemos nessa oração? A celebração é louvor, mas vai também à vida. Como viver um mistério? “A vida corresponda ao mistério”. A primeira correspondência são os sacramentos. Eles penetram a vida com sua dinâmica redentora e mestra de vida. Vivemos a salvação e a levamos à vida, seguindo as significações do sacramento. Cristo fez o caminho da morte para a vida. Nós o realizamos em nossas ações tirando de nós o que é morte para plantar a vida. Como? Vivendo como Ele viveu no amor de permanente entrega aos irmãos. Para se entregar é preciso desprender-se de todo mal.
Leituras: Atos 8,5-8.14-17; Salmo 65; 
1 Pedro 3,15-18; João 14,15-21. 
Ficha nº1962-Homilia do 6º Domingo da Páscoa(17.05.20) 
1. Não temos consciência da ação do Espírito Santo como realizador e defensor da Igreja. 
2. A Eucaristia nos faz participar no mistério da Ressurreição de Cristo. Por ela somos conduzidos à prática. 
3. Os sacramentos penetram nossa vida com sua dinâmica redentora e mestra de vida. 
Vôo do Espírito 
Temos o costume de representar o Espírito Santo como uma pombinha. Na verdade o que representa o Espírito é o vôo da pomba. Esse belo movimento lembra o movimento do Espírito. Não depende de nós. Ele é fascinante e tudo penetra. Assim é a ação do Espírito Santo que paira sobre nós e nos envolve. Ele sempre esteve presente na Igreja, pois não depende dela. Ela nasce Dele e por Ele é sustentada, mesmo que não tenha consciência. É hora de nos abrirmos mais para conhecê-Lo e acolhê-Lo sempre mais.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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