segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

nº 2153 Artigo - Caminho da Páscoa

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Sacramento da Quaresma 
Iniciamos a Quaresma. Se contarmos os dias, teremos 46 dias antes da Páscoa. São dias de penitência e jejum. Como no domingo não se faz jejum, é dia do Senhor. Então iniciamos esse período na Quarta feira de Cinzas. Por que cinzas? No início da Quaresma, os que iriam fazer a penitência pública na Quinta-Feira Santa, recebiam as cinzas. Com o tempo, toda a comunidade começou a participar com eles da penitência, recebendo as cinzas. Estas não têm valor sacramental. A Quaresma se envolveu de tantas tradições que acabou por tirar seu sentido fundamental que é a preparação para a Páscoa. Atualmente perdemos também o sentido de reflexão, concentração e respeito. Talvez devamos voltar ao fundamental da Quaresma que é a preparação para a Páscoa. Ela toma seu sentido do antigo o termo que a caracteriza que é Sacramento da Quaresma. A tradução do missal é falha, diz simplesmente: “Ao longo da Quaresma”. “Ela tem o valor de sacramento em uma visão mais ampla como uma ação em gestos e palavras cujo significado é dado pela Palavra de Deus e pela presença operante de Cristo” (A. Bergamini). O aspecto sacramento está na ação de Deus em nós, respondendo ao empenho pessoal de viver a Palavra. Como os cristãos viviam sua fé no mundo pagão, podemos, também nós, viver o mesmo em nosso mundo descristianizado. Não devemos chorar pelo mundo atual, mas pelo abandono do sentido fundamental desse tempo. 
Batismo e penitência 
É tempo batismal. A Páscoa não é só memorial da Ressurreição, mas é a ressurreição dos novos membros da Igreja que nascem das águas do batismo. A celebração pascal está voltada e se organizou para o batismo. Os catecúmenos, depois de sua preparação têm diversas celebrações durante a Quaresma. Note-se que a liturgia do ano A, faz parte da catequese batismal. Se há batismo de adultos na paróquia, deve ser usado o esquema do Ano A: Samaritana: Cristo é a água viva. Cego de nascença: Cristo é a luz. Ressurreição de Lázaro: Cristo é a Vida. Tudo voltado para o Batismo. A Penitência que é a renovação dos compromissos batismais se alimenta dessas palavras. A penitência está em auxílio da renovação interior na renovação dos compromissos batismais Os dois sacramentos caminham juntos. Estamos voltados para a vitória sobre o mal. Está em contínua conversão. É toda a Igreja que se renova. A Igreja está sempre em renovação que, sempre mais purificada, mais possa mostrar ao mundo a graça da Vida Nova nascida na Ressurreição e entregue a todos no Batismo. Sua renovação acontece quando assume essa vida. 
Espiritualidade da Quaresma 
Ouvimos na Quaresma a antífona: “Eis o tempo favorável, eis o dia da salvação”. Tempo de conversão evangélica não moral, mas uma conversão a Deus como se revela nas escolhas messiânicas de Cristo, pensar como Deus (Mt 4,1-11). O homem é movido pela santidade e pela bondade de Deus. Vive um processo permanente de conversão. Quaresma tempo de purificação e iluminação. Quanto mais é iluminado pela escuta da Palavra, tanto mais pode buscar viver como Cristo, vencendo os obstáculos do pecado, como Jesus o fez em toda sua vida como vemos em sua vitória sobre o demônio nas tentações que o atingiam. Ele foi tentado em tudo, como nos, exceto no pecado (Hb 4,15).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

nº 2152 - Homilia do 8º Domingo Comum (27.02.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“O justo produz frutos” 
 O homem é justo 
A Palavra de Deus, nesse domingo, faz a descrição do homem justo. Vimos no 7º Domingo Comum como servir a Deus com intensidade, fazendo como Ele faz. Foi assim que viveu Jesus. Temos nos textos de hoje, muitas imagens que descrevem essa realidade. Jesus inicia mostrando que o homem precisa ter o conhecimento, simbolizado na capacidade de enxergar bem para poder orientar os outros: “Um cego não pode ser guia de outro cego. Os dois podem ir para o buraco” (Lc 6,39). A pessoa necessita conhecer bem o caminho de Jesus para poder conduzir os outros. Semelhante é a parábola da árvore que produz fruto bom. O interior bom e saudável produzirá frutos bons. Bela é a comparação: “O homem bom tira coisas boas do tesouro de seu coração” (Lc 6,45). Não há outro caminho que viver bem e com intensidade, a Palavra de Deus. Ela é luz, é alimento, é descanso. É necessária decisão de viver o Reino de Deus. Isto nos torna bons para a transmissão da verdade do Evangelho. Não se trata de algo só intelectual, longe do alcance do povo, mas da escola da vida. As coisas boas estão no coração. O interior, onde estão os tesouros conquistados na luta do dia a dia, é uma fonte de vida para os outros. Aqui se reclama a formação a ser dada para todos os fiéis. Sobretudo, os que têm influência na comunidade. É necessária riqueza interior! A formação da comunidade e das lideranças deve ser prioridade em todos os ambientes. 
Justo que cresce 
A Palavra ensina, com imagens de seu dia a dia. Assim as pessoas podem compreender. Assim compara com o crescimento: “O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão. “O fruto revela como foi cultivada a árvore. Assim a palavra mostra o coração do homem” (Eclo 27,7). Formado pela Palavra sempre dará frutos. É como uma árvore, que mesmo antiga, cheia de brocas e pragas. Diz o salmo: “Mesmo no tempo da velhice darão frutos, cheios de seiva e de folhas verdejantes” (Sl 91). O autor sagrado usa mais um símbolo diferente sobre a vida do justo: “Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos” (Eclo 27,5). Convivemos com uma constante renovação de nossa vida e de nossa fé. O salmo primeiro fala do vento que leva as palhas secas. O justo cresce na medida em que é capaz de se desfazer do inútil, do vazio e do desprezível. É o processo permanente de conversão que cobra os desbastes, as podas necessárias, mesmo aquelas que nos parecem exagero quando tiramos folhas e galhos bonitos para dar mais vigor à planta. A conversão se dirige sempre aquilo que é obstáculo ao crescimento do Reino em nós. Assim podemos compreender as palavras de Jesus sobre” o bom tesouro do coração”
Tesouro do coração 
“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro de seu coração”. Paulo nos anima com a força da Ressurreição que vence o ser corrupto, aquele que vive da morte. Um dia seremos revestidos da imortalidade. Assim será o fim da morte: “Ó morte, onde está tua vitória? Onde está teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado” (1Cor 15,56). Vencendo tudo o que é de mal poderemos participar dessa vitória. Essa vitória sobre o mal se conquista com a a vitalidade do homem bom. Não são esplêndidas vitórias. É a grande vitória do dia a dia, fortificando-se na seiva da árvore e fortalecendo pela permanente capacidade de produzir bons frutos que enriquece o coração. 
Leituras: Eclesiástico 27,5-8; 
Salmo 91; 
1 Coríntios 15,54-58; Lucas 6,39-45. 
Ficha nº 2152 
Homilia do 8º Domingo Comum (27.02.22) 
1. O interior, onde estão os tesouros conquistados na luta do dia a dia, é uma fonte de vida. 
2. A conversão sempre atinge aquilo que é obstáculo ao crescimento do Reino em nós. 
3. Vencendo tudo o que é de mal poderemos participar dessa vitória sobre a morte. 
Banco do coração 
O banco do coração, a riqueza acumulada por tantas experiências e definições de vida. É um banco que pode ser assaltado sem tocar o alarme e juntar polícia. É um banco aberto e disponível para todos. Que maravilha é o coração humano que nos oferece tanta coisa boa. Imaginemos se não tivéssemos esse coração. De que viveríamos. Esse coração é tão importante que se compara ao de carne, sem o qual não existiríamos. Como assaltar esse banco? Basta saber que o nosso sempre aceita novos depósitos, novos lucros e novas iniciativas. Assim podemos ir buscando nos outros aquilo que nos enriquece.

nº 2151 Artigo - Memórias Vivas

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Mistérios de Cristo 
No caminho espiritual encontramos a sabedoria dos santos. O universo da santidade é infinito, pois está unido ao Santo, fonte de toda a santidade. Cada um pode captar um aspecto e fazer um caminho espiritual rico com conotações diferentes, não opostas. Por isso, encontramos sempre novas iluminações no mistério de Cristo. Vamos refletir sobre o termo: Vivas Memórias de Cristo Redentor. Viva Memória não significa memória boa, memória atilada. É Cristo que continua sua missão através de seus seguidores. A terminologia Memórias de Cristo não é exclusiva a ninguém, mas foi salientada pela mística redentorista chamada Maria Celeste Crostarosa, napolitana, fundadora a Ordem do Santíssimo Redentor. É contemporânea de Santo Afonso que não usa essa terminologia, mas o termo continuar (prossequitare – napolitano). É uma ação que continua. O termo viva memória significa que o seguidor de Jesus, em sua vida, continua a presença de Jesus nos 33 anos que viveu entre nós como “uomo viatore” – homem a caminho. Esse mistério de Cristo Vivo entre nós, não é uma fato de história do passado do qual lembramos, mas que O tornamos presente através da ação do Espírito Santo que realiza essa ação apostólica e a ação santificadora. Assim escreve Beata Maria Celeste: “Quero que façais memória de mim e das obras da salvação por mim realizadas por vosso amor... Esse Instituto será em memória dos trinta e três anos que morei como viajor entre os homens” (Instituto e regras).
Continuadores do Redentor 
A espiritualidade do seguimento de Jesus como viva memória e continuação se realiza na escolha que se faz de Cristo e na união com Ele em sua obra redentora. É Cristo em nós que continua sua missão. É ação que envolve toda a vida. A obra apostólica e a espiritualidade estão intimamente unidas. As constituições redentoristas “rezam”: A finalidade a Congregação é “continuar o exemplo de Jesus Cristo Salvador, pregando aos pobres a Palavra de Deus, como disse de si mesmo: ‘Enviou-me para evangelizar os pobres’ ... A Congregação continua o exemplo de Cristo pela vida apostólica que compreende, a um só tempo, a vida especialmente dedicada a Deus e a obra missionária dos redentoristas” (Constituição 1). O estatuto 09 explicita quem são esses pobres...A Constituição 5 delimita bem o espaço: “Entre os necessitados de auxílio espiritual, atenderão de modo especial os pobres , os mais fracos e oprimidos, cuja evangelização é sinal da obra messiânica (Lc 4,18) e com os quais o Cristo mesmo quis, de certa maneira identificar-se (Mt 25,40). Se assim não fazemos, perdemos nossa união a Cristo”. 
Memória como Eucarística
Continuar ou ser memória se traduz em gestos concretos. Como a Eucaristia que celebra a memória de tudo o que Cristo fez por nós. A vida cristã é memória através de nossas ações e de nossa união a Cristo. Por isso, a vida cristã só acontece na santidade de seus membros. Não podemos ser de Cristo pela metade. Por isso vemos como as comunidades se diluem, as congregações perdem o sentido e a vida cristã deixa de ser testemunho. Sem Cristo na vida e nas ações, não é possível levar adiante uma Igreja. E estamos assim. Quem escolhe o Redentor como vida, deve deixar o Redentor viver nele. O que parece ser específico de uma Congregação, torna-se caminho para todos que escolhem esse caminho.

nº 2150 - Homilia do 7º Domingo Comum (20.02.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Deus é bondoso” 
Perdoar é bom 
Em seu discurso inaugural, resumindo os pontos fundamentais da doutrina de Jesus, o Evangelista Lucas a sintetiza, acentuando o amor e a misericórdia. Mostra a dinâmica do Reino. Por que a primeira proposta é justamente o amor ao inimigo e perseguidores? Penso que esse foi o caminho percorrido por Jesus. Ele sempre foi perseguido, fizeram-lhe a mais ferrenha oposição. E suas primeiras palavras do alto da cruz foram para desculpar seus inimigos diante do Pai, por agirem por ignorância: “Pai, perdoai-lhes por que não sabem o que fazem” (Lc 23,34). São ignorantes porque estavam cegos pelo mal. Deu o exemplo. Essa atitude de amor. Jesus não cria mandamentos para o amor. Coloca no coração do cristão uma barreira contra toda atitude de ódio e desamor. Seguir Jesus é amar sempre e em todas as circunstâncias. Suas atitudes desmontam toda a possibilidade de ocorrer uma violência, um desamor. Não é possível outro caminho. Os pecadores fazem de outro modo. Ser cristão é ser diferente. O mundo cristão só o será ser for regido pelo amor de atitudes, não de teorias e de belas palavras. Jesus as circunstâncias concretas da vida. Nada justifica uma agressão. Toca coisas complicadas como as questões financeiras de empréstimo. Na verdade está quase a dizer: deixem que vos explores. Mas, por outro lado, Jesus não vê maldade nas atitudes das pessoas. É a necessidade. A vida de Jesus é o modelo: ninguém morreu pelos pecadores. Ele não se recusou e foi levado ao martírio pelos inimigos. 
O amor é concreto 
Jesus tem belas palavras sobre o amor. Mas no texto de hoje Ele põe em concreto, em situações do dia a dia da vida da comunidade. Mostra o amor aos inimigos, os que odeiam, maldizem. Vai ao mais duro que é a agressão, a exploração da vontade. E então diz que o amor deve ser como o amor que ele possui e não como os pagãos e pecadores. Não é para fazer o normal, mas ir além. A recompensa está justamente em não ter recompensa. A recompensa é ser filhos do altíssimo. “Assim sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus” (Lc 6,35). Jesus ensina a ser como Ele que diz: “Eu faço o que aprendi de meu Pai” ( ). Aprendemos do Pai, como Jesus aprendeu. O amor concreto, nas circunstâncias concretas, deve ser todo envolvido na misericórdia do Pai: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso” (id 36). A misericórdia não fará julgamentos, não condenará; saberá perdoar e doar. Daí sairá toda a recompensa de Deus. Deus nos medirá com a mesma que medirmos os outros. O evangelista deve ter vivido numa comunidade bem constituída nas condições humanas que precisavam de orientação. Seguir o modo do Pai deverá ser a vida da comunidade. 
Refletir a imagem 
Embora o de Paulo aos Coríntios não esteja colocado como explicação do Evangelho, ele nos dá uma referência muito boa para compreender o que é viver a Ressurreição no dia a dia. Diz: “Como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste” (1Cor 15,49). A Ressurreição vai resplandecer no cristão a partir da vivência do Evangelho. Jesus venceu a morte. Nós vencemos o mal, quando vivemos o amor do Pai em nossos relacionamentos. O Evangelho não é uma teoria, mas é um dia a dia, nas atitudes que aprendemos do Pai. Se essa ressurreição não acontece no dia a dia, podemos duvidar que vá acontecer um dia. 
Leituras:Samuel26,2.7-9.12-13;22-23;
Salmo102; 
1 Coríntios, 15,45-49; Lucas 6,27-38 
Ficha nº 2150
Homilia do 7º Domingo Comum (20.02.22) 
1. O mundo cristão será cristão quando for regido pelo amor de atitudes, não de teorias. 
2. O amor todas as circunstâncias, deve ser todo envolvido na misericórdia do Pai. 
3. A Ressurreição vai resplandecer no cristão a partir da vivência do Evangelho. 
Receita prática 
Muito já foi escrito sobre espiritualidade, ensinamentos de Jesus, pastoral e tanta coisa mais. Mas parece que não se cutuca a onça com vara curta. Ficamos dando voltas. É curioso como, certas coisas de nossa fé são tão claras e gastamos tanto tempo e tanta coisa para justificar o contrário. Há grandiosos movimentos espirituais no correr da história para entender, explicar, e orientar o modo de viver cristão. Até cruzadas e guerras foram feitas. Tudo continuou o mesmo. Jesus com um tapa resolve tudo. Deu tapa na direita, mostra a face esquerda. E depois... morre a briga. É muito bonito como Jesus mostra esse momento da vida cristã. Ele resume tudo na passagem: como vosso Pai...Basta fazer, agir, organizar como o Pai faz. E Jesus é claro: é assim que eu faço.

nº 2149 Artigo - Celebração Memorial

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Memória de Mim 
Temos visto as realidades da vida cristã. Elas sempre nos levam à vida do dia a dia, não permitindo que as palavras fiquem somente em palavras. Ouvimos, rezamos, e celebramos em todas as missas as sagradas palavras: “Fazei isto em memória de mim”, como nos comunicou Paulo quando ensina aos coríntios sobre a Ceia do Senhor. E já era uma tradição firme na comunidade: “O que recebi vos transmiti.... Isto é o meu corpo que é partido por vós... fazei isto em memória de mim” ...quanto ao cálice: “todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Todas as vezes que comeis desse pão ou bebeis do cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha”(1Cor 11,23-27). Ele nos traz, não só representa o sacrifício, o sacrifício da cruz, para que sua memória permanecesse para sempre, até sua volta. O termo memória passou por muitas compreensões no correr dos séculos. Agora foi reafirmado com segurança. Não se trata somente de dizer o que se faz, mas o que se deve viver. Memorial que torna real o que é apresentado. O tema foi muito trabalhado por muitos e de diversas denominações cristãs. É fundamental para a vida da Igreja, pois é na Eucaristia que ela se realiza. Por isso, não podemos ficar somente num ato de fé, mas numa celebração do Mistério de Cristo que penetra a vida dos cristãos. Por isso, passar do assistir a missa para vivê-la, é mudança radical na vida cristã. Enquanto a Eucaristia não for vida de nossa vida, não estaremos celebrando de modo condizente. Corpo dado, sangue derramado Fazemos um ato de fé na Eucaristia, no momento da consagração da Missa. Reverenciamos e adoramos o Santíssimo, pois sabemos que é o Corpo do Senhor. Quando Jesus disse essas palavras, Ele estava iniciando sua caminhada para sua entrega. O Mistério não é só algo proclamado, mas realizado. A devoção mal informada afastou a fé da vida. Certamente não esgotaremos o conhecimento de tão grande dom. Ele é a realização de todo o projeto de Deus de Se comunicar à humanidade. Isso o faz através do Filho em seu mistério de entrega para a Vida. É o movimento Divino. Não basta a veneração. Há aquele que preside, mas a celebração é de todos. Ao participarmos desse momento, entramos no movimento realizado por Jesus. Quando ouvimos “Corpo que é dado, Sangue que é derramado”, estamos participando do mistério para que seja feito também por nós e em nós. É nosso corpo que é entregue. É nosso sangue que é derramado. Não narramos o Mistério Pascal de Jesus, mas o realizamos. Assim se atualiza para nós e no mundo, a salvação. Celebrar tem também a característica de “imitar” pela memória. Realizamos o mesmo passo. 
Vivendo a Memória 
Fazer memória não é só lembrar. Não é somente um ato intelectual. Mas um modo de vida. Quando fazemos a memória eucarística, torna presente o Senhor. A Eucaristia continua na vida, pois levamos conosco o Senhor e O fazemos presente. Somos memórias vivas. Lembramos as palavras de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). Cristo está em nós, não é como uma jóia escondida, mas como um sol que nasce. Doar a vida é celebrar a Eucaristia no dia a dia. Fazer memória é trazer, pela vida, a presença daquele que nos amou se por nós se entregou. Quando dizemos meu corpo por vós entregue é nossa entrega como a de Cristo que foi fiel até o fim.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

nº 2148 Homilia do 6º Domingo Comum (13.02.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Fácil ser Feliz”
  Benditos vós... 
Deus, no alto do Monte Sinai, deu a Moisés os dez mandamentos que são a síntese de tudo que é amor. Tem-se a impressão de uma lei que é imposta, proibições que parecem cercear a vida. Essa mentalidade não pode obscurecer o grande carinho de Deus que cuida do que é humano. Os mandamentos abarcam o Divino e o humano. Jesus, novo Moisés, não sobe o monte, mas desce para o meio do povo. Mais que ensinar decretos, reconhece no coração dos humildes a bondade aprendida de Deus: “Bem-aventurados vós”. Lucas, diferentemente de Mateus, apresenta uma lista resumida. Resume tudo no coração do pobre, sofredor e perseguido por causa de Jesus. Esses recebem tudo o que Deus tem a nos oferecer: o Reino, a saciedade, o consolo e a recompensa. É uma síntese completa do que diz Mateus. Por outro lado, apresenta as maldições que sofrem os que confiam só na riqueza, na fartura, no divertimento e na vaidade. Esses são malditos. Podemos dizer infelizes. Não vivem em Deus. Jeremias explicita essa maldição: “Maldito o homem que confia no homem... e afasta seu coração do Senhor. Não floresce. É como planta no deserto” (Jr 17,5-6). E renova a esperança: “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada junto às águas” (id 7-8). O profeta apresenta uma realidade da natureza: as raízes buscam a água. Por isso não temem o calor, mantêm-se verde sempre e dão fruto. Assim é a vida cristã: buscar onde está a vida animada pela fé. 
Confia no Senhor 
O que significa confiar no Senhor? Mateus, quando anuncia as bem-aventuranças, diz que Jesus subiu o monte (Mt 5,1). O evangelho de Lucas coloca Jesus no meio do povo. Inspira confiança. Pela encarnação, Jesus está entre nós. No meio do povo. A fé é também uma questão da proximidade de coração. Jesus fala olhando nos olhos. O termo bem-aventurado, traduz-se abençoado, aquele que obteve o favor de Deus. Jesus não dá uma aula dizendo como devem ser, mas diz o que são: “Bem-aventurados vós”. Esse diálogo com o povo abre espaço a uma proximidade sempre maior dos discípulos. Podemos fazer uma leitura do coração dos discípulos de Jesus. Essa confiança Nele é porque Ele demonstrou confiança neles. Confiar no Senhor é acolher o Reino de Deus. Os que não confiam são os que perseguirão os discípulos, pois a recusa a Jesus vai penetrar seus corações. Por isso vemos essa ojeriza contra os cristãos católicos. Quando se diz: malditos, podemos dizer infelizes. O hebraico sempre trabalha com oposições. O que perdem esses infelizes? Sua consolação é passageira, a riqueza não sustenta o ser humano como um todo. Há outros infortúnios. A bajulação não sustenta o ser humano. Elogio falso não constrói. 
Garantia de ressurreição 
O texto sobre a Ressurreição, no conjunto da liturgia de hoje, não está colocado como parte do tema das bem-aventuranças. Mas podemos compreender que a ressurreição não é só um fato único que acontece no final de nossa história. É início da vida eterna. Ela está presente como vida para os que buscam viver as bem-aventuranças. Se não acreditamos na ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Sem a ressurreição de Cristo nossa fé não tem razão de ser. A Ressurreição não é um momento após o final de nossa vida. Ela vai acontecendo sempre mais, cada vez que vivemos as bem-aventuranças como caminho de ressurreição. 
Leituras:Jeremias17,5-8;Salmo1;
1Coríntios15,12.16-20;Lucas6,17.20-26. 
Ficha nº 2148 
Homilia do 6º Domingo Comum(13.02.22) 
1. Lucas reconhece no coração dos humildes a bondade aprendida de Deus: 
2. Confiar no Senhor é acolher o Reino de Deus. 
3. A Ressurreição acontece cada vez que vivemos as bem-aventuranças.
Felicidade de bolso furado 
Bolso furado mais perde do que guarda as coisas. Quando a gente quer dar uma de bom, a gente pisa e passa por cima. É como colocar a vida num bolso furado. É uma felicidade brocada. E acabamos levando. Poder não dura. Riqueza enferruja, alegrias passam. Tudo se evapora. É vida num bolso furado. Felicidade, quando não tem o coração cheio da bem-aventurança, é uma falsidade. Tudo falácia. É um depósito furado, uma caixa d’água rachada. Um banco falido. Tudo enferruja. Para viver bem, não é preciso muito. Para compartilhar é preciso de pouco. Para sorrir, basta um olhar de carinho. Para saciar é preciso um pouco do nada que somos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

nº 2147 Artigo - Tempos da liturgia

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Um calendário a viver 
Quando falamos de calendário, podemos pensar que não passa de uma folhinha. Aprofundando, descobrimos que é o retrato vivo de nosso caminho espiritual de Igreja. Fazemos tantas fotos da vida. No calendário estão as fotos e as datas das celebrações. O calendário é o caminho espiritual a ser percorrido durante o círculo de um ano. Passamos pelas diversas etapas do Ano Litúrgico, não tanto para ter conhecimento do que acontece, mas para assumir caminhos que nos levarão a viver o mistério em sua integridade. Mudança de um ano não é uma repetição, mas um caminho novo. Serão realizadas as mesmas festas, as mesmas cerimônias e vividas as mesmas inspirações. Mas é tudo novo na vivência do mesmo mistério. Todo o dia somos novos, em uma nova vida. Uma missa nunca é a mesma. Um evangelho proclamado não é o mesmo. O que dá vida sempre nova é o Deus que fala por meio dele. Se nos abrirmos à novidade, Deus sempre fala de modo sempre novo. A celebração é um encontro sempre novo. É justamente aqui que perdemos a riqueza das celebrações. Somos sempre novos porque nos abrimos ao Deus que nos fala sempre de modo novo. Assim o calendário é um retrato estático, mas um caminho animado pelo Espírito Santo é quem faz nosso culto, nossa celebração ir a Deus. Como rezamos em Cristo e por Cristo, estamos sempre na unidade do Espírito Santo. Toda celebração é a escada de Jacó “pela qual os anjos descem e sobem” (Gn 28,11-19). 
As cores da oração 
Quando preparamos uma celebração, fazemos bem tudo o que é preciso. E usamos diversos elementos. Tudo em nós celebra. Cada elemento nos atinge em um sentido diferente: os olhos, pela beleza; os ouvidos, pela música; o tato, pelos movimentos; odor, pela respiração. Nossa celebração transformou-se um estático ouvir. Conhecendo as danças litúrgicas dos povos africanos, percebemos como o corpo reza. É a escada do louvor: pela palavra se reza a oração, canta-se a oração e pelo movimento, dança-se a oração. É todo corpo que reza, não só a mente. As cores da liturgia atingem nossos olhos e nos dão o humor espiritual a viver naquela celebração: alegria pelo branco, esperança pelo verde, reflexão pelo roxo, amor e sangue oferecido pelo vermelho e pelo Espírito Santo. Ternura mariana pelo azul. Alegria festiva pelo dourado. Cada oração tem seu humor espiritual. O preto era usado para a morte, mas foi substituído pelo roxo. Os sentidos participam da celebração. Toda a ornamentação e o perfume das flores e do incenso coroam a integridade da oração. Deus responde através também dos sentidos. A oração envolve o ser humano que se comunica e recebe a resposta de Deus na totalidade do ser. Cantar ou ouvir o canto é penetrar o coração que fala na beleza da música e da voz. 
Corpo que celebra 
A celebração não é um fato intelectual somente, mas assume a pessoa no seu todo. Os gestos completam a extensão da oração. Sentar-se para ouvir, ajoelhar-se para mostrar a contrição, movimentar-se em direção ao altar que é a busca permanente das águas vivas. Prostrar-se (raro) revela a intensidade da entrega e do acolhimento. Abraçar-se realiza a fraternidade. Aplaudir expressa a alegria do amém. Os sentimentos nos levam a interiorizar tudo o que Deus nos fala. Tanto os sentimentos que trazemos como os que recebemos do Pai, no gozo espiritual, completam a mística do encontro em Cristo, entre os irmãos, na força do Espírito que sustenta nosso corpo frágil e aberto a Deus.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

nº 2146 Homilia do 5º Domingo Comum (06.02.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Vinde após Mim”
 Força da Palavra 
O mar da Galiléia, que não é um mar, mas um lago tem a forma de um instrumento musical chamado “kíneret”. Tem 20 km de comprimento e 12 de largura, tendo de 20 a 230 metros de profundidade. Era um centro importante pelo comércio e pela fertilidade das terras cobiçadas por tantos povos. Esse mar, além das águas perigosas, é abundante em peixe. Ele é o cenário do início da pregação de Jesus. Jesus inicia sua pregação e seus milagres, mas também começa a “pescar” seus primeiros discípulos: “Não tenhas medo! De hoje em diante serás pescador de homens. Então levaram suas barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus” (Lc 5,10-11). A força da missão que recebem está nas palavras de Jesus que leva à pesca milagrosa. Como tivessem pescado a noite toda, sem nada pegar, lançam as redes novamente com uma certeza: “Em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Aí veio a pesca abundante. Isaias se declara frágil e de lábios impuros diante da magnífica manifestação de Deus. Foi tocado pela brasa do altar. É do altar que se tiram as forças da palavra anunciada. Diz o jovem profeta: “Aqui estou, enviai-me”. A fragilidade humana nunca foi empecilho para a força de Deus se manifestar. Quem era mais frágil que os apóstolos? Isaías se declara perdido e se considera “um homem de lábios impuros”. Nessa manifestação de Deus, teria uns 25 anos. O convite de Deus é uma ordem. Mais que um dever, é uma união com a origem da Palavra que é o próprio Deus que envia em seu nome. Jesus chama e dá a força de sua Palavra. 
Altar que cura 
A fragilidade do homem diante de Deus é uma das melhores condições para que a força de Deus se manifeste. As escolhas de Deus são fruto de sua predileção pela simplicidade. Nada podemos sem Deus. A força da Palavra está na sua origem. Isaías tem a visão da grandiosidade de Deus que Se abaixa para escolher quem envia. Jesus diz aos discípulos para levarem a barca para as águas profundas. O campo para onde Jesus envia seus discípulos é o mar profundo do mundo. A Palavra não é superficial: ela vai ao profundo do ser humano onde está nossa verdadeira situação. Ali é que o Evangelho toca e muda. Não podemos mudar a tinta de nossa realidade. Jesus muda o homem pela sua raiz que é o centro de suas decisões. Escolher o Evangelho e ser batizado é erradicar o homem de suas opções e levar à opção vital por Cristo. Cristo só foi constituído Senhor, a partir de sua morte que o levou à ressurreição. Ele pode nos atingir pela raiz. Assim são os cristãos que tomam atitudes. Eles mudam suas vidas totalmente para viver a Palavra. Não pode haver meias medidas. Não são verdadeiras. São feitas segundo nosso modelo e não em Cristo. A imagem de Cristo foi implantada em nós. Refletimos sua verdade. 
O que recebi, transmiti 
A chamada que Deus faz, tanto a Isaías como aos apóstolos, procede Dele próprio Deus que envia. Não anunciamos palavras, mas a Pessoa concreta do Pai e de Jesus que no Espírito chega até às pessoas. Por isso Paulo diz que: “Eu vos transmiti o que recebi” (1Cor 15,3). A mensagem se identifica com o anunciado. Ao falar de Jesus, não transmitimos ideias, mas uma Pessoa. É por isso que podemos notar que na missão dos apóstolos havia tanto vigor. Como se justificar que homens simples tenham levado o Evangelho com tanto efeito? Não só a eles se referem essas palavras, mas a todo aquele que o anuncia. 
Leituras:Isaias6,1-2ª.3-8;Salmo137;
1 coríntios 15,3-8.11;Lucas 5,1-11. 
Ficha nº 2146
Homilia do 5º Domingo Comum(06.02.22) 
1. A força da missão que recebem está nas palavras de Jesus que leva à pesca milagrosa. 
2. Jesus muda o homem pela sua raiz, onde está o centro das decisões. 3. Ao falar de Jesus, não transmitimos ideias, mas uma Pessoa. 
Concurso de fraqueza 
Parece que Deus quando quer gente para uma função ou missão importante, começa de trás para a frente. Claro que conta com os que se prepararam, mas escolhe cada um de nós que somos tão fracos e nos sentimos despreparados. Pior é que são esses que resolvem, pois sendo fracos dão tudo de si e não sentem substitutos de Deus. Deus, de vez em quando, vai à lata de lixo. Aqueles que foram desprezados por serem fracos e burrinhos é que resolvem os problemas, pois só têm a Deus como solução. Vemos o caso de tantos santos, como São João Maria Vianey, Beato Pedro Donders, São Geraldo que foi chamado de inútil, quando se apresentou para a entrar na Congregação. Santa Catarina de Sena (analfabeta) e tantos... Da fraqueza surgiu a força. Há santos sabidos, preparados, mas que eram humildes. Alguns topetudos, Deus dá uma rasteira neles.

nº 2145 Artigo - O tempo litúrgico

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Riquezas do tempo litúrgico 
Ao comunicar-Se conosco, Deus não nos tirou de nossa realidade, mas penetrou-a de sua graça, dando-nos a possibilidade de encontrá-Lo em todo tempo e lugar. O Filho de Deus, na Encarnação, assumiu a natureza humana e também o mundo em que vivia, sua história e sua cultura. Foi gente de sua gente. Assim, o tempo foi santificado com sua presença. Em Deus não há a categoria tempo. Jesus assumiu essa condição para nos deixar claro que vivemos no tempo para nos santificarmos, isto é, viver no tempo a Vida Divina que nos foi dada. Como a liturgia é a celebração do Mistério de Cristo, sua vida, sua Morte, sua Ressurreição e sua Ascensão acontecem no tempo. Desse modo o tempo litúrgico nos oferece ampla participação das riquezas da liturgia que é a celebração de Cristo no tempo. As celebrações não são realidades que se repetem, mas é o mesmo mistério sempre novo e sempre antigo. Conhecemos mais e podemos viver melhor para celebrar com maior fé. A celebração é uma fonte que sempre jorra a mesma água, sempre fresca e nova. Sempre vamos a uma celebração como se fosse a primeira. E a mesma palavra e mesmos ritos nos oferecem a novidade do Reino. O motivo fundamental é que a celebração é um mistério. Não por ser incompreensível, (às vezes o fazemos), mas por ser memorial. Fazemos memória sacramental. Os fatos se tornam presentes com o mesmo vigor de vida e mesma capacidade de oferecer a salvação. Podemos vivê-los, sempre, com a mesma intensidade e identidade. 
O culto se organiza 
A Igreja organizou o tempo litúrgico. O culto a Deus acontece no tempo natural. Já havia no judaísmo um calendário de festas, as celebrações na sinagoga e as bênçãos domésticas. Os apóstolos, depois da Ressurreição participavam. O que tinham de próprio eram as celebrações pelas casas. Lentamente, se organizou a vida celebrativa da comunidade cristã. Em 313, os cristãos adquiriram o direito de existir no império romano. No ano, 380, quando o cristianismo se tornou religião oficial do império, começaram a organizar mais fortemente as celebrações com influências do modelo romano. Não havia templos no cristianismo. Surgiram, então, as basílicas que eram lugares da reunião da comunidade. Havia também as celebrações na Domus Ecclesiae (casa da comunidade). Houve grande influência da estrutura do Império Romano sobre a Igreja. Perdeu-se a espontaneidade e passou-se à organização do culto. Foi lenta, mas consistente. Contudo se manteve sempre a consciência de ser o culto uma ação divino-humana. Por mais difícil que fosse a compreensão das celebrações, houve sempre a ação da graça. 
Culto, caminho cristão
O culto, a celebração e a oração não são somente impulsos interiores da condição humana que busca o Criador, mas fazem parte da vida como parte do corpo, da mente e dos sentimentos. O culto é caminho espiritual. Por ele ouvimos, respondemos e colocamos em prática. O culto traz em si a graça daquele que vem ao nosso encontro e a resposta, às vezes tão frágil, daquele que busca o Senhor. A medida não se faz pelo conhecimento nem mesmo capacidade de explicitação, mas pelo movimento do coração que se abre. Não existe celebração vazia, pois quem a “enche de vida” é o Senhor. É Ele que toma a iniciativa e abre as portas de seu Ser Divino a cada um dos seus. Celebrar é sempre um dom e não só um dever. A celebração é a escada de Jacó que une a terra ao Céu.
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