quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

nº 2149 Artigo - Celebração Memorial

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Memória de Mim 
Temos visto as realidades da vida cristã. Elas sempre nos levam à vida do dia a dia, não permitindo que as palavras fiquem somente em palavras. Ouvimos, rezamos, e celebramos em todas as missas as sagradas palavras: “Fazei isto em memória de mim”, como nos comunicou Paulo quando ensina aos coríntios sobre a Ceia do Senhor. E já era uma tradição firme na comunidade: “O que recebi vos transmiti.... Isto é o meu corpo que é partido por vós... fazei isto em memória de mim” ...quanto ao cálice: “todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Todas as vezes que comeis desse pão ou bebeis do cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha”(1Cor 11,23-27). Ele nos traz, não só representa o sacrifício, o sacrifício da cruz, para que sua memória permanecesse para sempre, até sua volta. O termo memória passou por muitas compreensões no correr dos séculos. Agora foi reafirmado com segurança. Não se trata somente de dizer o que se faz, mas o que se deve viver. Memorial que torna real o que é apresentado. O tema foi muito trabalhado por muitos e de diversas denominações cristãs. É fundamental para a vida da Igreja, pois é na Eucaristia que ela se realiza. Por isso, não podemos ficar somente num ato de fé, mas numa celebração do Mistério de Cristo que penetra a vida dos cristãos. Por isso, passar do assistir a missa para vivê-la, é mudança radical na vida cristã. Enquanto a Eucaristia não for vida de nossa vida, não estaremos celebrando de modo condizente. Corpo dado, sangue derramado Fazemos um ato de fé na Eucaristia, no momento da consagração da Missa. Reverenciamos e adoramos o Santíssimo, pois sabemos que é o Corpo do Senhor. Quando Jesus disse essas palavras, Ele estava iniciando sua caminhada para sua entrega. O Mistério não é só algo proclamado, mas realizado. A devoção mal informada afastou a fé da vida. Certamente não esgotaremos o conhecimento de tão grande dom. Ele é a realização de todo o projeto de Deus de Se comunicar à humanidade. Isso o faz através do Filho em seu mistério de entrega para a Vida. É o movimento Divino. Não basta a veneração. Há aquele que preside, mas a celebração é de todos. Ao participarmos desse momento, entramos no movimento realizado por Jesus. Quando ouvimos “Corpo que é dado, Sangue que é derramado”, estamos participando do mistério para que seja feito também por nós e em nós. É nosso corpo que é entregue. É nosso sangue que é derramado. Não narramos o Mistério Pascal de Jesus, mas o realizamos. Assim se atualiza para nós e no mundo, a salvação. Celebrar tem também a característica de “imitar” pela memória. Realizamos o mesmo passo. 
Vivendo a Memória 
Fazer memória não é só lembrar. Não é somente um ato intelectual. Mas um modo de vida. Quando fazemos a memória eucarística, torna presente o Senhor. A Eucaristia continua na vida, pois levamos conosco o Senhor e O fazemos presente. Somos memórias vivas. Lembramos as palavras de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). Cristo está em nós, não é como uma jóia escondida, mas como um sol que nasce. Doar a vida é celebrar a Eucaristia no dia a dia. Fazer memória é trazer, pela vida, a presença daquele que nos amou se por nós se entregou. Quando dizemos meu corpo por vós entregue é nossa entrega como a de Cristo que foi fiel até o fim.

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