terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

nº 2146 Homilia do 5º Domingo Comum (06.02.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Vinde após Mim”
 Força da Palavra 
O mar da Galiléia, que não é um mar, mas um lago tem a forma de um instrumento musical chamado “kíneret”. Tem 20 km de comprimento e 12 de largura, tendo de 20 a 230 metros de profundidade. Era um centro importante pelo comércio e pela fertilidade das terras cobiçadas por tantos povos. Esse mar, além das águas perigosas, é abundante em peixe. Ele é o cenário do início da pregação de Jesus. Jesus inicia sua pregação e seus milagres, mas também começa a “pescar” seus primeiros discípulos: “Não tenhas medo! De hoje em diante serás pescador de homens. Então levaram suas barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus” (Lc 5,10-11). A força da missão que recebem está nas palavras de Jesus que leva à pesca milagrosa. Como tivessem pescado a noite toda, sem nada pegar, lançam as redes novamente com uma certeza: “Em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Aí veio a pesca abundante. Isaias se declara frágil e de lábios impuros diante da magnífica manifestação de Deus. Foi tocado pela brasa do altar. É do altar que se tiram as forças da palavra anunciada. Diz o jovem profeta: “Aqui estou, enviai-me”. A fragilidade humana nunca foi empecilho para a força de Deus se manifestar. Quem era mais frágil que os apóstolos? Isaías se declara perdido e se considera “um homem de lábios impuros”. Nessa manifestação de Deus, teria uns 25 anos. O convite de Deus é uma ordem. Mais que um dever, é uma união com a origem da Palavra que é o próprio Deus que envia em seu nome. Jesus chama e dá a força de sua Palavra. 
Altar que cura 
A fragilidade do homem diante de Deus é uma das melhores condições para que a força de Deus se manifeste. As escolhas de Deus são fruto de sua predileção pela simplicidade. Nada podemos sem Deus. A força da Palavra está na sua origem. Isaías tem a visão da grandiosidade de Deus que Se abaixa para escolher quem envia. Jesus diz aos discípulos para levarem a barca para as águas profundas. O campo para onde Jesus envia seus discípulos é o mar profundo do mundo. A Palavra não é superficial: ela vai ao profundo do ser humano onde está nossa verdadeira situação. Ali é que o Evangelho toca e muda. Não podemos mudar a tinta de nossa realidade. Jesus muda o homem pela sua raiz que é o centro de suas decisões. Escolher o Evangelho e ser batizado é erradicar o homem de suas opções e levar à opção vital por Cristo. Cristo só foi constituído Senhor, a partir de sua morte que o levou à ressurreição. Ele pode nos atingir pela raiz. Assim são os cristãos que tomam atitudes. Eles mudam suas vidas totalmente para viver a Palavra. Não pode haver meias medidas. Não são verdadeiras. São feitas segundo nosso modelo e não em Cristo. A imagem de Cristo foi implantada em nós. Refletimos sua verdade. 
O que recebi, transmiti 
A chamada que Deus faz, tanto a Isaías como aos apóstolos, procede Dele próprio Deus que envia. Não anunciamos palavras, mas a Pessoa concreta do Pai e de Jesus que no Espírito chega até às pessoas. Por isso Paulo diz que: “Eu vos transmiti o que recebi” (1Cor 15,3). A mensagem se identifica com o anunciado. Ao falar de Jesus, não transmitimos ideias, mas uma Pessoa. É por isso que podemos notar que na missão dos apóstolos havia tanto vigor. Como se justificar que homens simples tenham levado o Evangelho com tanto efeito? Não só a eles se referem essas palavras, mas a todo aquele que o anuncia. 
Leituras:Isaias6,1-2ª.3-8;Salmo137;
1 coríntios 15,3-8.11;Lucas 5,1-11. 
Ficha nº 2146
Homilia do 5º Domingo Comum(06.02.22) 
1. A força da missão que recebem está nas palavras de Jesus que leva à pesca milagrosa. 
2. Jesus muda o homem pela sua raiz, onde está o centro das decisões. 3. Ao falar de Jesus, não transmitimos ideias, mas uma Pessoa. 
Concurso de fraqueza 
Parece que Deus quando quer gente para uma função ou missão importante, começa de trás para a frente. Claro que conta com os que se prepararam, mas escolhe cada um de nós que somos tão fracos e nos sentimos despreparados. Pior é que são esses que resolvem, pois sendo fracos dão tudo de si e não sentem substitutos de Deus. Deus, de vez em quando, vai à lata de lixo. Aqueles que foram desprezados por serem fracos e burrinhos é que resolvem os problemas, pois só têm a Deus como solução. Vemos o caso de tantos santos, como São João Maria Vianey, Beato Pedro Donders, São Geraldo que foi chamado de inútil, quando se apresentou para a entrar na Congregação. Santa Catarina de Sena (analfabeta) e tantos... Da fraqueza surgiu a força. Há santos sabidos, preparados, mas que eram humildes. Alguns topetudos, Deus dá uma rasteira neles.

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