terça-feira, 5 de maio de 2020

nº 1960 - Homilia do 5º Domingo da Páscoa (10.05.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Não se perturbem” 
 Eu sou o Caminho 
 São João nos traz em seu evangelho, como que o derramar do coração de Jesus cheio de ternura pelos seus “filhinhos”. Ali o discípulo amado bebeu da própria fonte as riquezas de nossa fé. Primeiramente garante que não os esquecerá. E mais: “Vou preparar-vos um lugar” (Jo 14,2). Quando estiver pronto esse lugar, virá buscá-los para estar com Ele, pois já conhecem o caminho. Tomé questiona: “Não sabemos para onde vais. Como poderemos conhecer o caminho” (Id 5). A resposta ecoa pela Igreja como base para tudo. Jesus responde: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (id 5). Fé cristã só se realiza em Jesus. Não há outra opção, pois existe uma única fé. Uns estão mais próximos e outros distantes. Jesus não é uma ideia, um conhecimento. Ele é a Verdade Viva. Há verdades escritas, mas Ele as torna vivas. É o único caminho para o Pai. Há gente que se blasona de ser ateu, ou ter uma religião própria ou... ou... Mas o mínimo que tenha (pois todos tem) está unido a Jesus. Assim está unido ao Pai, pois é o único Caminho. Ele é o caminho. Vimos que Ele é a Porta. Só por Ele se entra na fé, se vai ao Pai e se vai ao mundo. A centralidade de Jesus é fundamental. Há muita espiritualidade, muita devoção a santos, novenas, orações milagrosas, medalhas, correntes... Tudo bom, mas se Jesus não for o centro e o caminho, não vai haver a Vida. Ele é a Vida. Se crermos e o temos como centro, temos a Vida. Essa Vida se manifesta nas obras. Suas obras manifestavam a vida que Ele tinha junto ao Pai. 
Igreja de pedras viva 
Pedro apresenta mais uma aspecto de Cristo: Ele é a pedra angular. Nós somos pedra vivas: “Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Há em nossa fé um sentido de continuação do que Cristo era e fazia. Jesus disse em sua primeira aparição depois da Ressurreição: “Como o Pai me enviou, Eu vos envio” (Jo 20,21). Também diz: “Essa continuação não se refere somente aos apóstolos. Jesus rezou: “Não rogo somente por eles (apóstolos), mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim” (Jo 17,20). Tudo que estava em Cristo para nossa salvação está na Igreja em seus sacramentos e em seus fiéis. A Igreja não é um edifício de tijolos, mas de pessoas. Cristo é o fundamento de todo esse edifício. Como pedras vivas, diz Pedro: “Vós sois raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para a luz maravilhosa” (id. 9).
Igreja é serviço 
A Igreja é espiritual e continua a Encarnação de Cristo. Mas está ainda nas condições humanas, como foi Jesus. Deve usar todos os meios para evangelizar e levar todos a viver e a construir o Reino de Deus na terra. Vive a condição humana e se organiza criando serviços e usando os dons que o Espírito concede. Por isso podemos entender o porquê da instituição de homens que se dediquem à caridade. São escolhidos sete “homens de boa fama, repletos do Espírito Santo e sabedoria” (At 6,3). Recebem a imposição das mãos. Por que os apóstolos criam esse ministério que se firmou como parte do sacerdócio de Cristo? Para que pudessem se dedicar inteiramente à oração e ao serviço da Palavra. Essa dimensão é essencial no exercício do sacerdócio. Por oração podemos entender a celebração dos sacramentos, e também como seguimento do Cristo Orante. 
Leituras: Atos 6,1-7;Salmo 32; 
1 Pedro, 2,4-9; João 14,1-12 
Ficha nº 1960 - Homilia do 5º Domingo da Páscoa (10.05.20) 
1. Fé cristã só se realiza em Jesus.
2. Tudo que estava em Cristo para nossa salvação está na Igreja em seus sacramentos. 
3. A Igreja deve usar todos os meios para evangelizar e a construir o Reino de Deus. 
Atalho que deu certo 
Diz-se que nem sempre o atalho encurta caminho. Para ir para o Pai não existe caminho mais curto que coma etapas. Há um só caminho: Jesus. Ele mesmo disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 10,6). Tem razão de ser assim, pois Ele foi o enviado do Pai para a salvação. Ele tem o mapa do caminho, tem as indicações e o sustento. É claro que é bom fazer outros caminhos que não comprometam a vida, como comprometeu a vida de até o extremo. Fazer uma religião a nosso modelo é mais fácil, mas é um caminho perigoso. Quer saber como discernir? Jesus responde: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição” (Mt 7,13). Jesus fez um atalho nesse caminho largo. Deu certo.

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