terça-feira, 25 de janeiro de 2022

nº 2144 Homilia do 4º Domingo Comum (30.01.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Escolhido com amor” 
 Profissão de profeta 
Jesus, na sinagoga de Nazaré, iniciou sua missão com a solene proclamação, tirada do profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre Mim... Consagrou-Me com a unção para anunciar a boa nova aos pobres...” (Lc 4,l7ss). Está na linha da profecia de Jeremias que foi escolhido desde o seio materno (Jr 1,5). Os operários da colheita devem ser pedidos ao Pai (Lc 10,2). Os profetas autênticos são escolhidos, desde o seio materno (Jr 1,5). Sendo escolhido por Deus, recebe o Espírito Santo para essa missão. Por isso diz a Jeremias: “Eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (Jr 1,5). Ser consagrado é ser colocado sob a ação direta do Espírito Santo. No Batismo de Jesus vemos a manifestação de Deus: “O céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal como pomba. E do céu veio uma voz: Tu és o meu Filho bem amado. Eu, hoje te gerei!” (Lc 3,22). Lucas sempre diz que Jesus agia movido pelo Espírito Santo (Lc 4,14). Em sua missão, o profeta é anunciador do Reino de Deus: “Convertei-vos porque está próximo o Reino de Deus” (Mt 4,17) e confirma pela experiência de anunciar: “O Reino de Deus está entre vós” (Lc 17,20). Em Nazaré apresentou seu programa de missão que renova todo homem: “evangelizar os pobres, proclamar a remissão dos presos, aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18). A unção do Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no homem está destruída. 
Dom mais elevado 
A caridade (o amor) é o conteúdo da profecia, como é conteúdo da Encarnação. “Foi deste modo que se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por Ele” (1Jo 4,9). Sem o amor, a caridade em ação, a profecia e a vida cristã não existem. O amor foi a vida e o ensinamento de Jesus. Ele amou ao extremo: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo do amor” (Jo. 13,11). Amou e se entregou levando ao extremo seu amor. A leitura nos leva a perceber até onde vão as consequências da opção pelo amor. O texto de Coríntios é uma leitura autobiográfica de Paulo, coisas que aprendeu de Jesus. O final desse texto monumental resume tudo: “Atualmente permanecem essas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13). O amor de redenção se explica pelo próprio amor de Deus. Em sua missão, como a colocou na sinagoga de Nazaré, não dizia de algo distante ou intelectual, mas de um HOJE que concretiza a ação de Deus. Sempre quando realizamos as obras do amor, estamos realizando o Hoje do Reino de Deus. Quem não age de acordo com ele é inimigos da cruz de Cristo. É o retrato do cristão inimigo do Evangelho (Fl 3,18-19). Esses são os piores inimigos da Cruz de Cristo. 
Anunciar é denunciar 
Temos visto como a pregação que toca a consciência dos cristãos que vivem uma fé sem compromisso. Precisa ver se é fé. Como sempre agridem por não terem razão. Os verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade. Mostrar onde estão os males da sociedade e da Igreja será sempre causa de perseguição para os profetas, como foi para Jesus em Nazaré. Naquele dia já queriam jogá-Lo num precipício. E, um dia, culminarão em colocá-Lo na cruz. É o destino dos fiéis profetas. Os falsos profetas serão sempre cortejados e apoiados. Mas vai chegar o dia da colheita. Sejamos fiéis. 
Leituras:Jeremias30.01.22;Salmo70;
1Cor 12.31-13,13; Lucas 4,21-30 
Ficha nº 2144
Homilia do 4º Domingo Comum(30.01.22) 
1. A unção do Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no homem está destruída. 
2. O amor de redenção se explica pelo próprio amor de Deus. 
3. Os verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade. 
Conversa mole 
Fala-se tanto na Igreja! O que se resolve? Se fosse conversa que valesse, logo teria havido mudança. Muita saliva foi perdida. Gastam-se o tempo e os ouvidos dos outros. Por que não resolve? Porque não fala nada. Até não faz mal porque passa por cima das cabeças. Será que Jesus pensou como iríamos maltratar suas palavras. É verdade que o que vale é o que o Espírito Santo fala a cada um. É a salvação.

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