sábado, 5 de outubro de 2019

nº 1899 Artigo - “A Senhora Aparecida”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Mãe conhecida 
Há muitos modos de ver e conhecer uma realidade. Quando nos aproximamos de Nossa Senhora Aparecida, podemos conhecê-la sempre de um modo novo. Penso que além do que já sabemos, vamos ver também o aspecto simbólico. Esse não esvazia o conhecimento e a realidade, mas nos abre sempre a maior compreensão e veneração. A imagem é como uma fonte que sempre jorra água nova. Assim vamos conhecendo mais e amando melhor. O simbolismo da imagem começa em seu encontro nas águas. Ela parte do desconhecido. Não sabemos sua origem. Depois de feita a imagem, deve ter havido um caminho bonito entre as pessoas. O porquê se encontra ali, já nos abre o caminho da Providência. É a Mãe que se adianta aos filhos. Ali ela os esperava. Tirar das águas turvas torna-se um ensinamento. “Nada é impossível àquele que crê” (Mc 9,23). No momento difícil de um trabalho infrutuoso ela se manifesta. “Deus vem em socorro de nossa fraqueza (Rm 8,26). Ao retirar das águas o corpo quebrado de uma imagem sem cabeça e, a seguir o encontro da cabeça, pequenina, que não foi levada pelas águas, viram a presença da Mãe que conheciam, “enviada por Deus”. A seguir, a pesca milagrosa. Como em Caná, a Mãe disse: “Eles não tem mais vinho”. Aqui diz: “Eles não têm peixe”. Esse acontecimento simboliza a contínua atenção de Deus para com seus filhos em necessidade e o faz também pela intercessão da Mãe de seu Filho que veio para que “todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Os pescadores reconhecem a Mãe que os ajuda. 
Milagres que falam 
Conhecemos a série de milagres que ocorrem nos inícios do culto à Mãe de Deus e Mãe de seus filhos pobres. O socorro milagroso que Nossa Senhora Aparecida, não sei quando começou a ter esse belo nome, se dirige aos pobres necessitados. Sejam as velas que se apagam e acendem, seja o escravo libertado das correntes, seja a menina cega, seja menino afogando-se no rio, o homem e a onça. Os milagres sempre trazem uma resposta a uma situação de grave emergência. Essa emergência se multiplica pela vida com tantos outros nomes. Os milagres significam libertar de situações sem solução. A luz das velas lembra a fé que, às vezes se apagam e acendem. É preciso crer com consistência. As correntes que caem significam para nós a libertação dos males, sobretudo espirituais que o encontro com Nossa Senhora nos ajuda a viver livres e servir a Deus como o fez o escravo. Ela nos abre os olhos, como à menina cega, para vermos o caminho de Deus na Igreja. Como a Igreja é bonita em seus caminhos de libertação da cegueira que nos impede de ver o Reino de Deus acontecendo no mundo. A Igreja, que tem em seu seio a Virgem Mãe, é uma luz nova para nossos olhos. A Mãe socorre nos momentos em que pedimos socorro, como o menino que se afogava e o homem salvo da onça. Grita que a Mãe corre para socorrer imediatamente. Tão celestial e tão humana. Nada de Deus é estranho ao amor. 
O cavalo não reza 
Chegamos ao fato do incrédulo que queria entrar a cavalo dentro da igreja de Nossa Senhora Aparecida, basílica antiga. Queria mostrar seu desprezo. Ao forçar o cavalo a subir os poucos degraus, teve a surpresa de ver seu cavalo imóvel preso à pedra do degrau. Assim o homem entra com respeito e veneração, vendo a ação de Deus através do animal. É um chamado muito claro a percebermos que a criação participa da bondade de Deus que através de Maria estende sua bênção a toda a criação. Lembramos que há tantas romarias a cavalo. É a participação da natureza no amor a Nossa Senhora Aparecida.

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