domingo, 15 de abril de 2018

nº 1744 Homilia do 3º Domingo da Páscoa (15.04.18)


Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
 “Esplendor de vossa face”

Deus O ressuscitou
            A ressurreição de Jesus domina a vida dos discípulos que, de aterrorizados, passam a corajosos proclamadores do único fato que justifica a história do mundo. Nascemos para chegar a Deus. Os discípulos corajosamente, presididos por Pedro, anunciam a Ressurreição. Depois da cura do aleijado, Pedro diz, denunciando os causadores da morte de Jesus que, tanto os chefes como o povo, agiram por ignorância: “Vós rejeitastes o justo e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da Vida, mas Deus O ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas” (At 3,14-15). Ser testemunha na linguagem dos apóstolos é terem visto o Cristo vivo, não como um fantasma, pois tem carne e ossos presentes. E estavam presentes em bom número. Vejamos a narração: Jesus aparece no meio deles. Pensaram que era um fantasma. Jesus lhes mostra as mãos e os pés para confirmar que Ele era o que fora crucificado. É um humano. Ainda mais: como sua surpresa era muito grande, pede alguma coisa para comer. Eles Lhe dão um pedaço de peixe assado. Ele comeu diante deles (Lc 24,35-48). É um vivo em carne e osso, ressuscitado. Jesus lhes explica que o que aconteceu com Ele, estava nas Escrituras. Este é o anúncio básico para a conversão e o perdão dos pecados. Os apóstolos dão testemunho dessa verdade para a pregação. Para aceitar esse testemunho, o ouvinte tem que se converter. Essa conversão é um toque de Deus na vida da pessoa como Jesus fez com os discípulos.
Renovação espiritual
            A oração da missa pede que a comunidade renovada, tendo recuperado com alegria a condição de filhos de Deus, espere com plena confiança o dia da ressurreição. É a contínua conversão que deve ocorrer quando celebramos os mistérios pascais. Por isso pede a Deus: “Fazei brilhar sobre nós o esplendor de vossa face”(Sl 4). Esse esplendor nós o vemos no cumprimento de seus mandamentos: “Para saber que O conhecemos vejamos se guardamos seus mandamentos... Naquele que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado” (Sl 4). Esse mandamento se estende a todas as circunstâncias através do mandamento do amor ao próximo. O brilho da face de Deus está, não em maravilhas exteriores, mas no rosto misericordioso voltado ao necessitado de todos os socorros. Cada Páscoa bem vivida é um renovar da comunidade. Por isso, a celebração deve ir além dos ritos e, ser uma expressão do interior convertido. Se tivermos um coração convertido, a celebração toma sentido. Do contrário são ritos bonitos, mas vazios.
Arrependei-vos
            Jesus teve uma vida de contínua conversão para realizar a vontade do Pai. Conversão no sentido de uma busca sempre maior. Nós buscamos a conversão saindo de nosso mundo distante de Deus para uma vida marcada pela renovação interior. Toda pregação dos apóstolos anunciava o acontecido com Jesus e, a seguir, fazia o convite à conversão. Conversão era aceitar o caminho de Jesus. Sabemos que os primeiros cristãos tinham ouvido as pregações de Jesus e conheciam seu ensinamento. Aceitando Jesus como Messias, aceitavam o caminho que havia proposto. Por isso se converteram com grande animação, tendo a prova consistente de sua Ressurreição. Viveram movidos pelo Espírito Santo levando a efeito, o que tinham aprendido. No mundo pagão, o Espírito Santo abria o caminho para a pregação e conversão sempre com o testemunho da Ressurreição. Isso é que nos falta no momento.
Leituras: Atos 3,13-15.17-19;Salmo 4; 1 João 2,1-5ª;Lucas 24, 35-48
Ficha  nº 1744 - Homilia do 3º Domingo da Páscoa (15.04.18)
           
1.    O anúncio da Ressurreição é básico para a conversão e o perdão dos pecados.
2.    O mandamento de Jesus se estende a todas as circunstâncias através do amor ao próximo.
3.    Conversão é aceitar Jesus e seu caminho. Essa foi a pregação dos apóstolos.

Susto que valeu a pena

Naquela noite, ainda tomados pelo medo e insegurança, apesar de saberem que Ele estava vivo, os discípulos se assustam com a presença de Jesus. Não entrava. Punha-se no meio deles. O susto era imenso e a felicidade era tão grande que não podiam acreditar. Deus quando entra na vida da gente, é sempre uma grande surpresa. Por não conseguirem ainda, acreditar que fosse um vivo, Jesus come diante deles um pedaço de peixe. Alimentar-se é declarar-se vivo.
Daqui concluímos quão se encontram distantes da vida, quão mortos se encontram tantos pobres que vivem na mais profunda miséria, sem terem o que comer, o que alimentar, sem poderem declarar-se vivos, como Jesus.
O primeiro fruto da Ressurreição foi abrir a inteligência espiritual para poderem entender as Escrituras e, como elas falavam Dele. Aprendemos, assim, que temos que entender Jesus em primeiro lugar a partir das Escrituras. Somente através de Jesus, podemos dar sentido às Sagradas Letras. Do contrário fica fechado seu sentido ou se transforma em uma ideologia.
Essa presença tão viva se torna a garantia para nossa vida e nossa missão.

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