Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“Tornou-se pedra angular”
Rejeitado
pelos homens
Jesus descreve
sua missão através de suas comparações e parábolas. Hoje é o pastor; próximo domingo
será a videira e no 6º domingo será o amigo. Por elas compreendemos sua missão
de contínua entrega: Ele dá a Vida, tanto perdendo-a por suas ovelhas, como sendo
fonte de vida. Participamos de sua vida, como os ramos do tronco. Unidos a Ele,
temos Vida. A liturgia quer nos ensinar que, a Ressurreição não é somente um
fato de Jesus que Deus tirou da morte, mas um grandioso dom de Deus que nos
ressuscita do mal e nos garante a vida eterna. Toda obra do Pastor é dar a vida
e defender do lobo, porque ama e se dedica às ovelhas. Não é como o mercenário
que não se importa com as ovelhas e não as defende do lobo. Pedro, em seu
discurso aos chefes do povo disse: “Ficai sabendo... é pelo nome de Jesus que
esse está curado... Vós O crucificastes e Deus O ressuscitou dos mortos”. Pedro
retoma o salmo 117 e comenta: “Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes
e que se tornou pedra angular” (At 4,8-12). Em nenhum outro há salvação. Não existe debaixo do
céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos (At 4,12). Jesus é
necessário para nossa salvação. Deus
garantiu essa realização através da Ressurreição. Cumpre-se a profecia do
salmo: a pedra rejeitada tornou-se pela angular, fundamental para todo
edifício. Não se trata somente de um fundador de uma religião ,mas fundamento de
todo o universo e, tudo que existe nele. Ele mesmo diz: “Tenho ainda outras
ovelhas que não são desse redil... Elas escutarão minha voz e haverá um só
rebanho e um só pastor (Jo
10,16).
O Bom
Pastor dá a vida
No contexto litúrgico temos essa
parábola sobre o bom pastor que resume o Mistério Pascal de Cristo em sua
estrutura fundamental: O pastor ama o rebanho, conhece e dá a vida por ele. Não
foge dos lobos que atacam o rebanho. Por isso vai até a morte para salvar as
ovelhas. Ele tem poder sobre sua vida, pois a dá livremente. Tem confiança no
Pai que lhe dá o poder de retomar a vida. Essa redenção é para todos. Ninguém está
excluído. O pastor conhece suas ovelhas no mesmo conhecimento que tem do Pai.
Conhecer vai além do ficar sabendo. É a nossa participação de sua vida. Jesus
lhe dá a vida. O conhecimento está no mesmo sentido de participação de vida. Não
há uma distinção entre ovelha e pastor, por viverem a mesma vida. Cristo, em
seu mistério de morte e ressurreição dá a vida e a retoma. Leva-nos sempre
consigo para as riquezas da graça. O Tempo Pascal quer nos levar a conhecer o
pastor e assumir sua vida. Rezamos: “Conduzi-nos à comunhão das alegrias
celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza
do Pastor”.
Somos filhos de Deus
A liturgia nos traz outra dimensão de nossa
vida cristã: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: “De sermos
chamados filhos de Deus! E de fato o somos!...Ainda não se manifestou o que
seremos, pois seremos semelhantes a Ele 1Jo 3,1-2). A filiação divina nos põe em
união a Cristo em sua condição de Filho. Por isso podemos nos chamar de filhos
de Deus. Não há como não se alegrar com esse dom que é nossa salvação, pois
estamos unidos ao Pai através do Cristo que nos garante. Se formos filhos de
Deus procedamos como Filhos no amor do Pai. “Aquele que diz que permanece nele,
deve também andar como ele andou “
(1Jo 2,6). No
conhecimento de Cristo conheceremos também todos os que estão em Cristo.
Saberemos que a redenção é para todos.
Leituras: Atos 4,8-12;Salmo 117;1João 3,1-2;João 10,11-18
Ficha nº 1746 - Homilia do 4º Domingo da Páscoa (22.04.18)
1.
A ressurreição de Jesus nos tira do mal e nos garante a
vida eterna.
2.
O Tempo Pascal quer nos levar a conhecer o pastor e
assumir sua vida.
3.
A filiação divina nos põe em união a Cristo em sua
condição de Filho.
Uma
pedrada e uma pedra
Vemos
nos evangelhos como a rejeição de Jesus cresce cada vez mais até chegar ao
ponto de sua prisão e morte. Assim se livraram daquele mestre incômodo. Morto
foi posto no túmulo e uma pedra fechou a entrada. Essa pedra foi rolada do
sepulcro. O morto sumiu, disse Madalena. Sua Ressurreição simbolizada pela
pedra rolada do túmulo foi uma pedrada na cabeça de quem festejou sua morte.
Um dia pegaram em pedras para jogar em Jesus. Ele
teve que fugir. Agora a pedra que é jogada fora do túmulo faz todos correrem em
direção ao túmulo para viver da fé, beber da água que de lá brota e da luz que
sai de seu interior. Não é a toa que Jesus disse: “Deus pode fazer dessas
pedras filhos de Abraão”. Não fez ainda nenhum. Mas Pedro diz que somos pedras
vivas na construção do Edifício Espiritual.
Jesus é o
pastor. Nada nos falta. Por que não falta? Porque o pastor dá a vida pelas ovelhas. Ele as conhece como conhece o
Pai.
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