segunda-feira, 9 de setembro de 2019

nº 1892 - Homilia do 24º Domingo Comum (15.09.19)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“Amar como Pai” 
Ovelha perdida 
Jesus era recriminado por viver misturado com os pecadores. Para Ele não valia o provérbio: “Diga-me com quem andas, e direi quem tu és”. Podemos até dizer o contrário: Diga-me com quem andas que conhecerei que és como teu Pai’. Ele faz, o que faz o Pai: “O Filho, por si mesmo, nada pode fazer, mas só aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que Ele faz o Filho o faz igualmente” (Jo 5,19). Assim entendemos por que tem essa preferência em estar com os “pecadores”. Eles são as ovelhas perdidas e o filho extraviado. O próprio Paulo, na carta a Timóteo, diz que ele era o perseguidor e, foi designado para o maior serviço de evangelização. E ajunta: “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. Eu sou o primeiro deles”! Não se trata de um desprezo e exclusão dos justos, fariseus e escribas que viviam a lei com perfeição. Não entendendo a vontade do Pai, se puseram contra o Filho. Assim Jesus, com a parábola do filho perdido que é acolhido com festas, ensina que a salvação é para quem precisa. Vemos que no livro do Êxodo, no caso do bezerro de ouro, pecado com o qual o povo rejeita o Deus que o tirara do Egito, por ter colocado sua glória numa imagem de um bezerro que come capim (Sl 105,20). Moisés convence Deus a não destruir o povo. A conversão é motivo de festa no Céu: “Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15,7). Na Igreja que privilegiamos os bons e desprezamos os “ruins” aos nossos olhos. Somos chamados a ter a atitude de Jesus, que é a de seu Pai. 
Este teu irmão 
Na parábola do filho perdido há um diálogo importante que nos faz ver sua continuação alertando os fariseus para que eles acolham os pecadores. O pai acolhe. O filho mais velho, que viveu sempre junto do Pai, não percebeu a riqueza que tinha em mãos. Viveu com o pai e não percebeu que tinha tudo e quanto era querido. Recusa, como os fariseus, a participar da festa da volta. Ele acusa o pai dizendo: “Esse teu filho que gastou ... teus bens, fazes festa”. O pai lhe devolve a fraternidade: “Esse teu irmão estava perdido e foi encontrado. É preciso festejar e alegrar-nos, porque ele estava morto e tornou a viver” (Lc 15,29-32). Pelo fato de ter se perdido, não perde o direito de ser amado. O filho mais velho é a figura dos fariseus que não aceitam a atitude de Jesus para com os pecadores. Diz Jesus: Vocês procuram até achar uma ovelha ou uma moeda perdidas . Mais alegria há no céu por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão (Id 7). As pastorais de nossas igrejas privilegiam os bons que não dão um passo. A Igreja não os despreza. Infelizmente não há uma opção clara e decidida pelos “pecadores” e pobres. Deveria acontecer que todos os “santos e bons” movessem-se em favor dos necessitados. Pior é que dizem que é política. Deus não desiste. 
Encontrei misericórdia 
Paulo, na primeira carta a Timóteo, diz que foi buscado por Deus que teve confiança nele para designá-lo a seu serviço. Ele era um bom judeu e fariseu convicto e fiel. Ele blasfemava, insultava e perseguia os cristãos. Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles! Mesmo que a trajetória de Paulo seja única e diferenciada, tem consciência de ser uma ovelha perdida. Mais que perdido é convicto de estar no caminho certo. A misericórdia de Deus o desperta para Cristo. Perseguindo os cristãos, perseguia Cristo. É bom vermos nosso caminho pessoal de encontro com Cristo. 
Leituras: Êxodo 32,7-11.13-14;Salmo 50; 
1 Timóteo 1,12-17;Lucas 15,1-32. 
Ficha nº 1892 - Homilia do 24º Domingo Comum (15.09.19) 
1. Jesus, com a parábola do filho perdido, ensina que a salvação é para quem precisa. 
2. A atitude do filho mais velho reflete o comportamento dos fariseus que não aceitam a atitude de Jesus. 
3. Paulo tem consciência de ser uma ovelha perdida. E escolhida para o ministério. 
O bezerro fez a festa 
Os empregados, não estavam entendendo o assunto. Ele tem valor só porque que vai haver um churrasco. O empregado diz: Seu pai mandou matar um novilho gordo. É interessante ver a alegria do empregado pela festa. Vai sobrar para eles também. Sabem que é porque o pai recuperou o filho com saúde. Tudo concorre para manifestar a alegria da salvação. É festa no Céu, é festa na terra. Toda a parábola mostra qual é a missão de Jesus e é também uma indicação de como devemos nos envolver com Ele na salvação dos abandonados. Sem isso, não passamos de fariseus bons, mas que não entendem o projeto de Jesus. A Igreja tem dificuldades de assumir esse projeto. Poderíamos sanar tantos males. E haveria alegria.

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