segunda-feira, 9 de setembro de 2019

nº 1894 - Homilia do 25º Domingo Comum (22.09.19)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“A riqueza que permanece” 
Bom administrador 
Lucas nos apresenta os ensinamentos de Jesus sobre as questões de dinheiro, mostrando a maneira nova e segura de gerir os bens. Conta, para isso, a parábola do administrador espertalhão. O homem administrara mal os bens do patrão. Este pede uma séria prestação de contas. Vendo-se em dívida e apertado, apela para o costume de então, de tirar lucro com os negócios que fazia pelo patrão. É louvado por sua esperteza em se safar da situação. Jesus diz uma frase dura: “Os filhos desse mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”... “Fazei amigos como dinheiro da iniquidade, a fim que, no dia em que faltar, vos recebem nos tabernáculos eternos” (Lc 16,8-9). Por que são mais lerdos que os filhos das trevas? Porque não aproveitam o que possuem para fazer o bem na caridade. Assim disse Jesus: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas!”... Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? ... Se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso?” (Lc 16,9.11-12). Os bens materiais são bons quando são destinados a “comprar o Céu”, isto é, quando usados para produzir o bem. É a economia espiritual que atinge o homem no seu todo. Jesus disse na casa de Lázaro que “pobres sempre tereis entre vós” (Mt, 26,11). Sempre haverá necessidades que nos empobreçam. Esse processo realizou Jesus que, sendo rico se fez pobre. Não se trata de tirar os bens do outro, mas que haja um saber partilhar. Nem pobre, nem rico, mas irmãos. 
Dois senhores 
Temos a continuação da parábola com a afirmação: “Ninguém pode servir a dois senhores. Cristianismo sem a caridade é ideologia. Jesus sempre nos toca o coração para termos seu misericordioso. Vemos, pela leitura do livro de Amós, a que ponto se chega quando se vive na ganância. A maldade parece eterna. O homem, sem Deus é um animal pouco racional. É o que estamos vendo na sociedade. A ganância faz de seres inteligentes e muito competentes, verdadeiros monstros devoradores de tudo. Monstro é o que destrói o humano. Jesus ensina que o verdadeiramente humano é divino, como Ele foi. O mundo cresce em sabedoria, mas perde em humanidade. O verdadeiramente humano é terreno fértil para o divino. Basta ser como Deus: “Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho, para fazê-lo assentar-se com nobres, assentar-se com os nobres de seu povo” (Sl 112). Os pobres podem ser nossos mestres em solidariedade. Sabem partilhar. O conhecimento pode inchar, mas a sabedoria nos faz crescer. Mesmo a Igreja e seus muitos departamentos podem viver a mentalidade consumista e exploradora, pior, do sagrado. 
Deus quer todos salvos 
Encontramos essas situações difíceis na sociedade, fruto da falta de fé ou da ganância, às vezes institucionalizadas. Paulo, na carta a Timóteo tem um remédio salutar: “Recomendo que se façam preces, e orações, súplica e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos... Isso é bom e agradável a Deus” (1Tm 2,1-2). A oração é excelente remédio para todos. E estimula a rezar pelas autoridades, “para que possamos levar uma vida tranqüila e serena, com toda piedade e dignidade” (1Tm 2,2). Nós não fazemos a ligação de um noticiário que nos mostra tantos problemas e situações calamitosas, com a oração da comunidade. A prece dos fiéis na litúrgica pede que se apresentem as intenções locais. A liturgia é vida. 
Leituras: Amós 8,4-7; Salmo 112; 
1 Timóteo 1,1-8; Lucas 16,1-13. 
Ficha nº 1894 - Homilia do 25º Domingo Comum (22.09.19) 
1. Os bens materiais são bons quando são destinados a “comprar o Céu”, fazer o bem. 
2. O mundo cresce em sabedoria, mas perde em humanidade. 
3. Estimula a rezar pelas autoridades, para que possamos levar uma vida tranquila. 
Sujeito ruim de negócio 
Hoje o ensinamento parece um final de mês quando só se fala naquilo que falta para completar o orçamento. Todo mundo é vítima de uma exploração, da situação, da falta de gestão. Vemos, no antigamente, o quanto já havia de reclamação sobre a maldade dos exploradores. Jesus passa para uma necessidade contrária: não se trata de explorar, mas de fazer render para o bem. Aqui está o nó da economia cristã. Nossos negócios vão alem de nosso território, vão até às colinas do Céu. Na medida em que aplicamos na terra para o bem dos outros, abrimos uma conta no Céu e adquirimos um bom território.

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