quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

nº 1938 - Homilia do 7º Domingo Comum (23.02.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Sede santos” 
 Espiral do amor 
 São Mateus resume em um só texto os “ditos” de Jesus sobre diversos assuntos. Aqui quer dar a característica sobre o modo de viver o mandamento do amor. Como vivemos sempre em comunidade, com tipos diferentes de pessoas, Jesus dá uma regra única: Ir além da expectativa nas respostas que damos às situações concretas. Nota-se que é o catecismo do amor. Não fazer como fazem os malvados: “olho por olho, dente por dente”. Mas oferecer a face esquerda, dar o manto a quem toma a túnica, andar um quilometro a mais a quem força andar um, dar esmola ao que te pedir, amar os inimigos. Ser mais, não por vanglória, mas ultrapassar as barreiras da expectativa humana. O motivo desse amor que vai além, bloqueia a onda da maldade, e realiza o projeto de Jesus, é a razão porque o fazemos: “Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus que faz nascer o sol sobre bons e maus e cair a chuva sobre justos e injustos”. É o modo de agir de Deus que não faz distinção de pessoas. Trata bem a todos, além do que as pessoas pedem ou precisam. O amor sempre adianta. Jesus dissera que não iria mudar a lei. Mas, sim os costumes. Já há no Antigo Testamento uma bela lei sobre o amor: “Não tenhas no coração ódio contra teu irmão... não procures vingança, nem guardes rancor... amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Como a comunidade cristã não é uma religião individualista, como se estando bem com Deus não precisa se preocupar com mais nada, mas vive em comunidade que é o ninho do amor. Os relacionamentos exigem colocar o mandamento em prática. 
Sede perfeitos 
O Antigo Testamento coloca como razão da prática dessa santidade “porque vosso Pai Celeste é santo. A santidade de Deus é sua perfeição à qual somos chamados a buscar em nossa vida porque dela participamos da condição de humanos. Santidade não é primeiramente um acúmulo de coisas boas que fazemos, mas uma participação da santidade de Deus. Jesus nos abriu essa porta. No Antigo Testamento, só o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, lugar da presença de Deus. Agora, por Jesus e pelo dom do Espírito, somos seu templo: “O santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário” (1Cor 3,17). Jesus convida a ser perfeito como o Pai celeste é perfeito (Mt 5,48). Temos nesse texto uma indicação do caminho de santidade dos cristãos. Jesus é o modelo e diz que o que o Pai faz Eu faço. Seguir Jesus é seguir sua palavra e exemplo, fazer como Ele fazia. Era na união com o Pai que viva sua santidade. Vejamos bem o que consiste a santidade no momento: mais em coisas exteriores que não envolvem o coração com Deus. Falta em nossa nós ser como Deus é: bom para com todos. Ele não faz distinção. 
Santuários de Deus 
O santuário de Deus não é uma casa, uma edificação, é uma vida, pois o Espírito Santo é vida. O santuário de Deus é santo. Não será santo quando vive só a sabedoria do mundo. Essa é insensatez, diz Paulo. O que é ser sensato diante de Deus? Fazer como Deus faz: Ele perdoa toda culpa, cura a enfermidade, salva tua vida, te cerca com carinho e compaixão. Ele é indulgente, favorável, é paciente é bondoso e compassivo, não nos trata conforme merecem nossas faltas, não nos pune em proporção à nossas culpas. Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que O temem (Sl 102). É esse o modelo que Jesus aplicava em sua vida. Por que ensinamos coisas que não levam para Deus, mas somente para uma dimensão somente humana? 
Leituras: Levítico 1-2.17-18; salmo 102; 
1 coríntios 3,16-23;Mateus 5,38-48. 
Ficha nº 1938 – Homilia do 7º Domingo Comum (23.02.20) 
1. Jesus oferece uma regra única: Ir além da expectativa nas respostas às situações humanas. 
2. Santidade não é um acúmulo de coisas boas, mas participação da santidade de Deus. 
3. Não será santo aquele que vive só sabedoria do mundo. 
Tal pai, tal filho
A Palavra de Deus, refletida nesse domingo, nos oferece uma orientação para a vida cristã: viver e ser como o Pai. Ele sempre age com um amor maior do que esperamos. Assim fez Jesus. Assim ensina para que a gente viva integralmente a vida cristã. Ser chamado a ser como o Pai Celeste questiona a espiritualidade que vivemos. A espiritualidade que vivemos corresponde ao que Deus quer? É boa uma espiritualidade que não nos comprometa, pelo amor, com o irmão, sobretudo os sofredores? Mas não é esse o modo como Jesus vivia. Então, nada como procurar ser como Jesus que estava o tempo todo voltado para seu Pai.

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