quarta-feira, 1 de abril de 2020

nº 178 - Homilia do Domingo de Ramos

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Lição de humildade do Filho” 
Introdução 
Domingo de Ramos! O povo, com grande alegria, recebe Jesus que entra na cidade santa, Jerusalém! Ele vem montado em jumentinho. Ele é recebido como o rei prometido por Deus. A Igreja revive esta bela cerimônia neste 6º domingo da Quaresma que se chama Domingo de Ramos. É a introdução à grande semana onde celebramos o Tríduo Pascal: entardecer de Quinta-Feira Santa, Sexta-feira Santa, Sábado Santo e Domingo de Páscoa. O centro é a Vigília Pascal onde são celebrados os sacramentos da iniciação cristã, que realizam em nós tudo aquilo que Cristo nos trouxe com sua morte e ressurreição.
A glória e a Cruz 
O Domingo de Ramos tem duas características: a glória da entrada de Jesus em Jerusalém preanunciando a glória de sua ressurreição e a missa em um clima diferente de seriedade com leitura da Paixão de Jesus. É-nos apresentado Jesus no seu mistério de aniquilação e total despojamento para realizar nossa redenção. Desta celebração levamos para casa um ramo bento que serve, como diz a tradição para espantar temporal. Mas o temporal que ele espanta é o temporal da infidelidade, pois o ramo lembra-nos o compromisso que fizemos de ser fiéis a Cristo. 
Uma palavra diferente: A humildade! 
A oração da missa deste domingo dá-nos uma compreensão do sentido de todas as celebrações desta semana: “Oh Deus, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento de sua paixão e ressuscitar com Ele em sua glória”. A morte de Jesus é uma humilhação a ser aprendida para se chegar à ressurreição. Em que consiste esta humildade do Cristo? É Kénosis, o abaixamento, humilhação de Cristo que se fez servo até à morte e morte de cruz, por isso Deus o exaltou (Fil 2,6-11). A missão de Cristo é a humildade do Pai que se abaixa para estreitar a si o filho ferido pelo pecado. Cristo assume esta carne do pecado e se abaixa até nós na humildade que acolhe. A encarnação de Cristo vai até a sua morte e sepultura numa humildade sempre crescente. Esta humildade é o sentido de sua missão e a atitude constante em seu ministério redentor. Basta ver que para explicar a Eucaristia, faz o lava-pés e diz: “dei-vos o exemplo para que, como eu fiz, também vós o façais” - vocês devem fazer uns aos outros (Jo 13,15). 
Humildade na sua Paixão. 
Para entender a Paixão de Cristo, devemos entender a humildade. Não devemos nos fixar nos sofrimentos ou no sentimental, mas no mistério do Deus que se abaixa para nos elevar. Seu sacrifício não se mede pela dor, mas pela sua humildade que o aniquila totalmente, para que haja uma ressurreição total. Somente quando nos humilhamos para aprender de Deus o caminho da vida é que teremos condições ir ao irmão e de chegar ao máximo que é a ressurreição. O caminho do cristão é romper todo orgulho, acolher o outro e abaixar-se para socorrer os necessitados de comida, saúde e afeto. Dar valor a um humilde é já nossa ressurreição, pois Jesus se humilhou, por isso Deus o ressuscitou. (leituras: M.11,1-10; Isaias 50,4-7; Filipenses 2,6-11; Marcos 15,1-39)

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