sábado, 2 de janeiro de 2021

nº 2028 Homilia da Solenidade da Epifania (03.01.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“Manifestação do Senhor”
 Vimos a estrela 
“Ó Deus, que hoje revelastes o Vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela” (Coleta) que vai nos conduzir a “contemplar face à face”. Depois da Ressurreição se iniciou concretamente a manifestação de Jesus a todos os povos através do testemunho e pregação dos apóstolos. O importante dessa festa não é saber quantos reis eram, de onde vieram, como aconteceu. O fundamental, como diz Paulo, é revelado como um segredo: “Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Ef 3,5-6). Celebramos o mistério da Manifestação do Senhor. É mistério que decorre do mistério da Trindade que, em Si, não é um Deus estático. Um Deus para Si, mas, como é Amor, tende a Se difundir, levar a outros a participação de sua vida. Por isso temos a Manifestação. O Pai envia o Filho para que, pelo Espírito, nos dê a participação de sua vida. Essa manifestação tem diversos momentos: manifesta-se aos humildes pastores; vem no amor aos mais necessitados. Manifesta-se aos Magos convocados pela estrela; é a abertura a todos os povos; manifesta-se aos judeus no Batismo: “Este é meu Filho amado em quem me alegro”; são membros do mesmo povo, discípulos creram Nele” (Jo 2,11); João apresentou Jesus aos discípulos: “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1,36). É uma festa só com diversos momentos. Depois vai se manifestar aos discípulos como o Ressuscitado que vive. A Manifestação é o Mistério Pascal de Cristo em sua dimensão de Encarnação. Depois será manifestação da glorificação. 
Religião para todos os povos 
Os Magos significam os povos. A estrela é Jesus como temos na profecia de Balaão (Nm 24,17). Herodes significa a permanente caça ao “Menino” que há no mundo. Os Magos voltam por outro caminho, desviando-se de Herodes nos mostram que conhecer Jesus é conhecer caminhos novos. Se a fé é para todos os povos, também deve ser na maneira de vivê-la. A fé foi engessada numa cultura na qual se confundiram dados culturais com a fé. Isso foi imposto a tantos povos de tradições mais antigas. O Concílio Vaticano II compreendeu a necessidade. No decreto Ad Gentes, sobre a missão da Igreja, nos números 10,11 e 12, indica que a Igreja, na evangelização, deve inserir-se nas culturas como Cristo se encarnou (AG 10), realizando o admirável intercâmbio, recebendo dos costumes, tradições, da sabedoria e das doutrinas... para confessar a glória do Redentor, explicar a graça do Salvador e ordenar a vida cristã (AG 22). A Constituição Sacrosanctum Concílium 37-40, orienta-se para a correta inculturação. Não tocou nesse tema nos pontificados pós S. Paulo VI. Interessou só a restauração. É um desrespeito com a Encarnação e, até prejudicial, evangelizar sem o modelo da Manifestação do Senhor. 
Missão continua 
Ir ao Presépio e voltar pelo mesmo caminho é negar a missão de Cristo que veio para todos os caminhos. Vimos os apóstolos como foram longe. Descobrir Jesus é anunciá-Lo. O Natal está perdendo sua finalidade e se tornou uma festa. Nesse ano será pouco familiar. Quem sabe seja o momento de olhar para o Céu , seguir a estrela, sair de nosso mundinho e ir ao encontro de todos os povos. Ou ao menos não fechar as portas aos que buscam Jesus, Filho de Deus, nascido em Belém. Esse Menino enche nosso coração. Que cada pessoa possa sentir a grande alegria dos Magos que se alegraram com uma alegria muito grande. 
Leituras: Isaías 60,1-6;Salmo 71; 
Efésios 3,2-3ª.5-6;Mateus 2,1-12 
Ficha nº 2028  
Homilia da Solenidade da Epifania (03.01.21) 
1. É mistério que decorre do mistério da Trindade que, em Si, não é um Deus estático. 
2. Ir ao Presépio e voltar pelo mesmo caminho é negar a missão de Cristo.
3. Se a fé é para todos os povos, também deve ser na maneira de vivê-la.
Sem endereço 
Chegaram a Jerusalém uns homens diferentes procurando um menino recém nascido. Não tinham endereço. Tinham a direção. Deve ter dado um auê na cidade aquele povo diferente. Até que foram ao endereço certo. O Rei que deveria ter parentesco. Herodes, como nossas autoridades era uma toupeira no conhecimento das coisas da religião e de outras. Chama então os homens da religião que de cor lhe cantam: Em Belém de Judá. Por que esses homens vieram, dizem do Oriente. Alguns dizem que seria Damasco. Costumamos colocar três raças. Essa interpretação é de 1500 mais ou menos. Magos eram estudiosos. Quer dizer que, pela sabedoria se descobrem os caminhos de Deus, como nos diz Paulo na carta aos Romanos. Acharam o endereço: Se seguem a Estrela, Jesus, acham o endereço certo. Encontrar Jesus sempre dá alegria. Acharam. Agora têm o endereço: Voltar por outro caminho é ter a estrada segura para levar a outro a grande alegria com que se alegraram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário