domingo, 27 de maio de 2018

nº 1756 - Homilia da Santíssima Trindade ( 27.05.18)


Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“Santíssima Trindade”

Trindade, uma família!
            Celebramos a festa da Santíssima Trindade. A festa está fora do Tempo Pascal, mas é celebrada logo a seguir. O motivo: Não celebramos um fato da História da Salvação como Memória, mas celebramos o Pai que envia seu Filho para a Salvação e o Espírito Santo que santifica os corações, isto é, leva-os a viver a graça da salvação trazida por Cristo e deixada para nós como Vida. O mistério de salvação que envolve todos os tempos, quer mostrar quem é o Deus que nos escolheu e nos amou em Cristo. É o Deus que Se manifestou e chamou-nos a participar de sua vida. Sabemos que Deus criou o homem para manifestar nele a sua bondade. O pecado do homem foi também um momento de manifestar sua misericórdia. Comunhão não só no futuro, mas agora na comunidade. Deus é comunhão. Temos o costume de dizer família para a Santíssima Trindade, mas é um termo frágil. Melhor é usar o termo comunhão de vida das três Pessoas Divinas. A vida íntima da Trindade orienta nossas famílias no modo de viver. É uma abertura permanente das Pessoas Divinas, uma à outra. É igualmente acolhimento de tudo o que uma Pessoa Divina tem em Si. É a humildade de saber amar, acolher e oferecer amor. A festa de hoje convida à adoração das Três Pessoas Divinas.  É um mistério que jamais poderemos alcançar com totalidade, pois somos humanos. É um mistério aberto à nossa pequenez que sempre convida a um maior conhecimento e comunhão.
Grava no teu coração
            Como viver em nossa fragilidade a comunhão com o Deus amor? Recordando os benefícios que fez conosco. O livro do Deuteronômio nos traz essa bela expressão: “Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra”. Não é um Deus distante. É um Deus presente com a criação, a libertação do Egito e a presença permanente entre nós. Nosso coração deve estar sempre atento ao bem que recebemos. Acima de tudo que possa haver na terra, Ele é o Deus que Se comunicou. Não é um deus feito pelo homem, mas o homem que é feito por Deus, à sua imagem e semelhança, como lemos em Gênesis 1,26-27. Saímos das mãos de Deus, e caminhamos amparados por elas. No livro do Êxodo temos a imagem do carinho de Deus para com seu povo: “De dia era uma coluna de nuvens e de noite uma nuvem de fogo” (Ex 13,21). Era como sentiam essa presença tão preciosa do Deus que desceu para ver o seu sofrimento no Egito e libertá-lo (Ex 3,8). Essa linguagem é o que acontece conosco. Assim Deus cuida de nós. Assim nós O percebemos em outra linguagem. Por isso é preciso contemplar sua obra em nosso favor e gravá-la em nosso coração.
Abbáh Pai
            Vivemos a condição de filhos. Essa é a maior libertação que recebemos de Deus em nosso caminhar humano: “Somos chamados de filhos e de fato o somos” (1Jo 3,1). Ser filho em total participação da natureza e condições de herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Os israelitas foram libertados e conduzidos a uma terra. Nós somos libertados e conduzidos ao coração do Pai. Podemos chamá-Lo carinhosamente com o nome Abbah que significa Paizinho. Participamos do mistério redentor de Cristo: “Se realmente sofremos com Ele, é para sermos também glorificados com Ele” (Rm 8,15.17). Celebrar a Trindade não é somente reverenciar um Mistério, mas fazer-se participante. Fazendo o Sinal da Cruz, nós o abraçamos e colocamos em nossa vida.
Leituras: Deuteronômio 4,32-34.39-40; Salmo 32; Romanos 8,14-17;Mateus 28,16-20.
Ficha nº 1756 - Homilia da Santíssima Trindade ( 27.05.18)
                                         
1.  Celebramos a Trindade que é comunhão de vida que se comunica.
2.  É um Deus presente, desde a criação, libertação e vida atual.
3.      Celebrar a Trindade é reverenciar um Mistério e fazer-se participante dele.

            Lar doce lar

            Clamamos nos salmos o desejo de morar sempre na casa do Senhor (Sl 27,4). Era o sonho de todos que amavam a Deus. Um dia na casa do Senhor vale mais que mil fora dela (Sl 84, 10). Se essa presença era o grande atrativo para ir a Jerusalém... Cantavam: “Que alegria quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl 121,1). E nós... que temos essa presença em todas nossas Igrejas? Muito bom, mas estamos em melhor condição.
            Estar na casa de Deus é permanecer com Ele, pois está em nós. Não precisamos sair de casa para tê-Lo, encontrá-Lo, gozar de sua presença. Ele é o mais íntimo no meu íntimo.
Por isso, o grande empenho que temos que fazer, é buscá-Lo em nós mesmos.
            Somos sacrários vivos da Eucaristia. Somos casa de Deus, pois Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará e a Ele viremos e Nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23).
            O caminho espiritual deve partir dessa presença amorosa e permanente de Deus em nós. Fora disso, é só vazio.

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