segunda-feira, 28 de maio de 2018

nº 1757 Artigo - Óh Sagrado Banquete!


Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
2047. Memorial da Paixão
               Em 1263, um padre alemão celebrava a missa em Bolsena (Itália), na Igreja de Santa Cristina (mártir da cidade). Tinha dúvida sobre a transubstanciação eucarística (mudança do pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo). Depois da consagração, a Hóstia começou a sangrar, manchando as toalhas do altar e a pedra d’ara. Essas relíquias estão lá conservadas. O padre levou as toalhas (corporal) para o Papa Urbano IV que estava em Orvieto, cidade vizinha. Em 11 de agosto de 1264 este mandou que se fizesse a procissão do Santíssimo Sacramento. E pediu a Santo Tomás de Aquino que compusesse os textos para as orações que se fazem nesse dia. Uma delas cantamos sempre nas bênçãos do Santíssimo: “Tão sublime Sacramento”. O amor à Eucaristia é uma das belezas de nossa fé. Ela produz os maiores frutos. Cremos que Jesus nos deixou esse sacramento para alimentar a fé e o amor.  Santo Tomás nos escreve também: “Oh Sagrado Banquete, em que Cristo é consumido. Faz-se memória de sua Paixão, a mente se enche de graças e nos é dado o penhor da eterna glória”. Bela síntese que nos ensina que a Eucaristia é a memória, a presença da Paixão e da Ressurreição de Cristo. Ao recebermos e adorarmos essa presença, nós estamos proclamando que Cristo morreu e ressuscitou por nós. E essa salvação chega a nós através dos Sacramentos da Igreja. Paulo nos ensina as palavras de Jesus: “Fazei isso em memória de mim”. E diz também: “Todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha” (1Cor 11,24-25).  Adorar é reconhecer.
2048. A mente se enche de graças
              Não podemos separar a adoração e festa a Cristo Eucaristia de sua obra redentora sem perder a dimensão de salvação que nos deu a Graça que é o próprio Jesus. Com Ele nos vieram todas as coisas (Rm 8,32). Com a Eucaristia recebemos tudo o que necessitamos para nossa vida espiritual e humana. Ser uma alma eucarística não é ficar adorando o Santíssimo dia e noite, mas haurir desse Sacramento todos os bens e ensinamentos que nos traz.  O ensinamento fundamental é a comunhão que não se trata só de receber a Santa Hóstia, mas de entrar em comunhão com Cristo e seus ensinamentos. Com ela entramos também em comunhão com todos. Recebamos a Comunhão com a máxima devoção, mas não com devocionismo, devoção vazia, sem fundamento na vida de Cristo e ação em nossa vida. Vi um caso de uma senhora muito religiosa que, com a Santa Hóstia na boca, criticou a que vinha atrás dela. A Eucaristia que recebemos e adoramos deve mudar nossa vida, unindo-nos a Cristo e a sua obra redentora. Viver o Evangelho do amor. Comer a Carne de Cristo é alimentar nossa vida e orientá-la segundo o Evangelho. Ela modifica o mundo.
2049. E nos é dado o penhor do Céu
              Não vemos as riquezas do Céu que recebemos em cada Comunhão que fazemos. Mais que visitar o Santíssimo na Igreja, devemos descobrir sua presença em nós. Somos sacrários vivos da Eucaristia. Vivemos em constante contato com Ele. Imaginemos o quanto nossa vida será diferente quando reconhecermos que o Pai, o Filho e o Espírito habitam em nós. Quanto seria diferente nosso relacionamento com os outros. Com essa presença temos o penhor da Glória futura, o Céu. Vemos umas senhorinhas que há tantos anos participam da Eucaristia diária. Celebrando esse momento com o Santíssimo Sacramento, não percamos sua dimensão de eternidade. Nascemos para o Céu e construímos o Céu em nossa terra. Temos nele o penhor da glória eterna. Garante-nos o Céu. O Paraíso começa aqui. A Eucaristia é o Céu entre nós e em nós.

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