quarta-feira, 8 de agosto de 2018

nº 1777 Artigo - A que serve um santo?

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
2076. Um dom para a Igreja
             Celebramos S. Afonso (01.08). Nós redentoristas não valorizamos o tesouro que temos em nosso fundador e em outros heróis da Congregação. O apreço acontece quando somos capazes de levar adiante o dom que receberam para o bem da Igreja. Não adianta jogar muito incenso, se não fizermos nossa parte no Reino de Deus. O santo pertence à Igreja, ao mundo e não a um grupo. Cada pessoa tem um carisma que é uma missão. Cada congregação também tem um carisma que foi um dom dado à Igreja. Tanto é que as normas de vida são aprovadas pela Igreja para justamente salvar a integridade do dom a ela concedido. Ele é uma leitura do Evangelho numa situação concreta. Essa leitura se desenvolve de acordo com as mudanças que ocorrem na realidade inicial. É importante essa análise, pois o carisma é dinâmico. Ser fiel ao fundador e às práticas históricas não é repetir o que fizeram, mas ter sua capacidade de responder com o mesmo ardor diante das necessidades que serão sempre novas. O carisma não é um museu. É um dinamismo o Espírito Santo para o bem da Igreja. Voltar às fontes, como nos convocou o Concílio Vaticano II, não é repetir, mas assumir o mesmo carisma em situações diferentes. Repetir por repetir, pode ser até fazer o contrário. S. Afonso entendeu que a aplicação prática seria diferente de acordo com os lugares. Podemos fazer pergunta: “O que faria hoje S. Afonso diante das novas situações e dos novos meios que possuímos”?Podemos fazer muito mais.
2077. Um modelo que estimula
            Na veneração dos santos queremos mais aproveitar de sua missão de intercessores que modelo que estimula. Ninguém nasce santo nem fica de uma hora para outra isento de todos os problemas e pecados. Eram frágeis como nós, mas tiveram a mesma batalha para vencer os males e fazer o bem. Afonso tinha uma preocupação muito grande que era fazer semprea vontade de Deus. Quando teve a inspiração de fundar a Congregação, não pensou se devia ou não, mas se essa era a vontade de Deus. Por isso consultou pessoas de grande competência. Depois, como diz o biógrafo, “acertado da vontade de Deus, deixou definitivamente Nápoles, foi para Scala para viver entre os casebres e os currais”. É preciso muito empenho para saber qual é a vontade de Deus. Tendo definido sua opção primeira que foi por Cristo e seu Evangelho, definiu o campo de trabalho, a opção pelos abandonados, o que caracterizou sua atividade. Para isso dirige toda sua vida, suas opções pastorais e intelectuais. E transforma essa opção em um modo de vida. Sua Congregação deverá estar voltada para os mais abandonados como lugar de vida, atividades e modo de ação. Se deixarmos esse caminho e não sermos continuadores dos dons de nossos santos, perdemos nosso sentido na Igreja e de Congregação.
2078. Uma proposta nova
             O carisma deve ser vivido pela Igreja. Por isso não olhamos para o futuro pensando que a realidade é a mesma do passado. O dinamismo é que deve ser o mesmo. Os modos como fazer são os que melhor possam atender ao momento.  Onde S. Afonso encontraria os cabreiros de hoje? Naquele tempo era no campo. E agora? Ele usou o método que já usava anteriormente: as missões. Qual é o meio que usaremos hoje? Missão, sim. Mas como? Como usar a mídia? O maior instrumento que ele usou foi seu amor a Deus e sua preocupação com a salvação de todos. Hoje pensamos na salvação integral de todos, envolvendo todas as forças possíveis para a missão? Só assim seremos fiéis à Igreja. Todos nós somos convocados à missão.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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