sábado, 16 de fevereiro de 2019

nº 1833 Artigo - “Ousadia e ardor”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 2161. 
Não tenhais medo 
“Gaudete et exultate”! Assim o Papa Francisco, em sua exortação apostólica, orienta-nos no caminho da santidade. Vamos refletir o que diz sobre a força do apostolado. É preciso ter ousadia. Diz: “A santidade é ousadia, é impulso evangelizador que deixa uma marca neste mundo. Para isso ser possível, o próprio Jesus vem ao nosso encontro, repetindo-nos com serenidade e firmeza: “Não temais!” (Mc 6,50) (GE 129). “Assim temos a liberdade de uma existência aberta, porque está disponível para Deus e para os irmãos (Id). Há muita insistência na bíblia nesta palavra: “Não tenhais medo”. O medo pode ser humano. O temor divino é respeito e ousadia. Tem a garantia de Deus. São Paulo VI, homem que foi frágil, mas muito forte em oferecer à Igreja a renovação, ele é o exemplo. Papa Francisco o cita: “São Paulo VI mencionava, entre os obstáculos da evangelização, precisamente a carência de parresia, isto é, «a falta de ardor, tanto mais grave porque provém de dentro” (EG 130). Quem descobriu sua verdadeira condição de cristão, sabe que pode e deve anunciar de todos os modos possíveis o Evangelho. O medo, a acomodação e a falta de coragem em arriscar nos bloqueiam. O amor de Cristo nos pressiona (2Cor 5,14). Temos a força do Espírito. Ela não poderá ter resultado se não estivermos de olhos fixos em Jesus. Seu modo compassivo O levava ao arrojo da evangelização. Diz o Papa: “Era a compaixão que O impelia fortemente a sair de Si mesmo a fim de anunciar, enviar em missão, curar e libertar. Mantém vivo o ardor, quando tocados pela misericórdia” (EG 1023). 
2162. No fogo do Espírito 
A missão não é nossa, é do Senhor Jesus que passou pela fragilidade, mas soube estar sempre sob a ação do Espírito Santo. Vejamos que belo texto: “Reconheçamos a nossa fragilidade, mas deixemos que Jesus a tome em suas mãos e nos impulsione para a missão. Somos frágeis, mas portadores de um tesouro que nos faz grandes e pode tornar melhores e mais felizes aqueles que o recebem. A ousadia e a coragem apostólica são constitutivas da missão” (GE 131). O ardor e a ousadia é a garantia da presença do Espírito. É uma certeza da missão. É o que realmente “converte”. É a confiança inquebrantável na fidelidade da Testemunha fiel, que nos dá a certeza de que nada «poderá separar-nos do amor de Deus» (Rm 8,39). “Precisamos do impulso do Espírito para não sermos paralisados pelo medo e o calculismo, para não nos habituarmos a caminhar só dentro de confins seguros” (GE 133). O Papa lembra que Deus nos leva para as periferias do mundo, lá onde “se encontra a humanidade mais ferida. A evangelização, se não for para quem precisa e quer, não leva a nada. “Jesus se antecipa. Ele está já no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sombria. Ele já está lá (EG 134). 
2163. Estacionados 
Vemos muito em nossos meios eclesiásticos a questão: “Para que mudar se funcionou até agora?” Ou podemos pensar que não podemos enfrentar tal situação que está acima de nossas condições. Então dizemos que é responsabilidade de outras pessoas como o bispo, o padre ou os leigos. “Deixemos então que o Senhor venha despertar-nos, dar-nos um tranco em nossa sonolência e libertar-nos da inércia. Desafiemos essa moleza, abramos bem os olhos, os ouvidos e, sobretudo o coração, para nos deixarmos mover pelo que acontece ao nosso redor e pelo clamor da Palavra viva e eficaz do Ressuscitado, diz o Papa Francisco (GE 137). Assim a Igreja, em vez de cair cansada, poderá continuar em frente acolhendo as surpresas do Senhor.

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