sexta-feira, 1 de abril de 2022

nº 2162 - Homilia do 5º Domingo Comum (03.04.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Eu não te condeno” 
Quem não tiver pecado 
O acusador, além das pedras, tem todas as armas contra o pecador, no caso da mulher colhida em adultério. Já andavam de olho nela. Queriam condenar, não a mulher, mas a misericórdia de Jesus. Essa os incomodava muito mais que os erros da mulher. Jesus estava ensinando agora dá uma aula prática sobre sua doutrina da misericórdia. Queriam ver o que dizia sobre o que a lei ensinava: “Moisés na lei mandou apedrejar tais mulheres... Que dizes tu? Diziam isso para experimentar Jesus e terem motivo de acusá-Lo” (Jo 8,1,ss). Era a lei. Jesus começou a escrever no chão. O que escrevia? Podemos nos pensar acusadores dos acusadores dizendo que Jesus escrevia os pecados deles. Mas penso que Jesus rabiscasse como a dizer: esse assunto não se me refere. Quando se diz que as coisas boas se escrevem nas pedras para a memória. As coisas más, se escrevem na areia porque não precisam ser lembradas. “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra. Jesus se sente frágil e também assume a condição da mulher, pecadora, que precisa de vida e não de condenação. “Eu vim para que tenham vida” é sua lei. “E foram saindo um a um a começar dos mais velhos” (Jo 8,9). É muito triste o pecado envelhecido. Pior é que ele leva a outros piores. O medo da mulher receber uma condenação do Mestre se transforma em um alívio;(:) “Eu também não te condeno. Podes ir, e de ora em diante não peques mais” (id 11). Voltados para a Páscoa notamos que(,) o perdão que nos é dado pelo Mistério Pascal, é total e maravilhoso. 
Força de Cristo 
No modo de Cristo agir encontra-se um novo modo de força. Quem assume Cristo em sua vida experimenta a força de sua Ressurreição. Paulo coloca o conhecimento de Jesus acima de tudo. É uma batalha contínua. A força da Ressurreição é profetizada pelas grandes maravilhas de Deus por Seu povo no Egito que se tornam pequenas na libertação do povo do exílio: “Eis que faço novas todas as coisas”. Fez uma estrada no mar, agora uma estrada no deserto onde faz correr rios de água no deserto. Mais que tudo isso é a Ressurreição de Jesus. Todas as coisas se tornam perda “diante da vantagem suprema de conhecer Jesus Cristo”. A expressão é magnífica: “Por causa Dele perdi tudo”. Considero tudo como lixo, para ganhar Jesus Cristo e ser encontrado unido a Ele. A história do povo de Deus se resume nos diversos acontecimentos da história de cada um. Uma vez que nos decidimos por Cristo, o que fazemos por Ele, e Ele faz por nós, é sempre um retrato do Êxodo e das profecias. Nós lemos as Escrituras como uma narrativa bonita, e não como um espelho de nossa vida. Como é bom se sentir escolhido no seio de Abraão, ser libertado por Moisés no Egito, consagrado na lei do Sinai e purificado no deserto. 
Maravilhas fez conosco 
Tendo o pé firme na Ressurreição, temos força e coragem de dizer como Paulo: “Esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está à frente”. Rezamos: “Dai-nos, por vossa graça, caminhar com alegria na mesma caridade que levou vosso Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo” (Oração). Esta é a dinâmica do Mistério Pascal de Cristo: O amor é sempre uma entrega pelo mundo. “Não tem maior amor que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). O amor que Paulo manifesta por Cristo é a maior pregação que possa fazer aos seus Filipenses.
Leituras:Isaías 43,16-21; Salmo 125; 
Filipenses3,8-14; Jo 8, 1-11 
Ficha nº 2162
Homilia do 5º Domingo Comum(03.04.22) 
1. O perdão que nos é dado pelo Mistério Pascal, é total e maravilhoso. 
2. Nós lemos as Escrituras como uma narrativa, e não como um espelho de nossa vida. 
3. Esta é a dinâmica do Mistério Pascal de Cristo: O amor é sempre uma entrega pelo mundo. 
Eu tenho pecado 
Esse texto da adúltera bagunça a cabeça da gente. Uma mulher que iria ser apedrejada é levada diante de Jesus. Aqueles que cumpriam a lei e a iriam apedrejar queriam mesmo era pegar Jesus. E usam essa isca da pecadora. O que passou pela cabeça dessa infeliz? Ela não se diz pecadora. Somente diz que não foi condenada. Escapou por um triz. Vamos nos colocar no lugar dela e dizer: Eu tenho pecado. E Jesus nos diz: “Ninguém te condenou?” – “Ninguém, Senhor”. Olha que conversa gostosa! Mas eu tenho pecado e reconheço. Mas ninguém me condenou. É uma escola. Deus não condena ninguém. Chama para ser acolhido. Como continuaria a história dessa mulher: “Vai e não peques mais”. São as muitas chances que Deus nos oferece.

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