quinta-feira, 7 de abril de 2022

nº 2164 - Homilia do Domingo de Ramos (10.04.210)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Domingo de Ramos” 
Bendito o que vem 
Quando lemos os textos da Palavra de Deus desse tempo da Paixão e Páscoa, ficamos atordoados de tanta riqueza da Palavra para descrever a obra do Amor de Deus pela nossa salvação. É de perguntar se estamos interessados em nossa salvação. Certo que sim. Mas como se manifesta? Começamos o caminho da Paixão e Glória. Tudo feito por Deus na linguagem humana. Todos queriam um Messias. Jesus queria que o caminho do Pai fosse realizado e todos pudessem fazê-lo para ir ao seu encontro. Vemos toda a trajetória da encarnação que culmina com a glorificação. O momento da entrada de Jesus em Jerusalém é o prenúncio de sua glória. O profeta Ageu, diante da inferioridade do novo templo, conforta o povo dizendo que a glória do novo templo será maior que a passada: “Nesse lugar Eu darei a paz” (Ag 2,9). Quando Jesus chora sobre Jerusalém, mostra sua decepção da recusa e se declara como realizador da profecia: “Ah se nesse dia, também tu conhecesses a mensagem da paz” (Lc 19,42). Ele é a Paz. Acentua-se assim a recusa. A entrada de Jesus em Jerusalém é um marco na missão de Jesus. Ele não se perde pela recusa dos chefes povo. Mas quem O recebe é o povo; é aclamado pelos pequeninos. O Reino dos Céus é dos pequeninos. Os mestres da lei querem abafar a voz dos inocentes que Nele creem. Nada abafa. Jesus responde: “Se as crianças se calarem as pedras gritarão” (Lc 19,40). Nada impede a entrada do Reino de Deus. Hoje acolhemos com o coração aberto. 
Ele se esvaziou 
Esse glorioso Messias é o “Servo Sofredor”. A liturgia de Ramos tem a gloriosa entrada do real Messias em sua cidade. Depois, em clima de dor, encontramos a misteriosa figura do “servo sofredor”. Não se tem esclarecimento de quem seja. Por isso ficou fácil ligá-la a Cristo sofredor que suporta os sofrimentos: “Ofereci as costas para me baterem, e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado” (Is 50,6-7). São quatro cânticos maravilhosos. Esse servo sofredor põe sua vida como resgate. E não será vencido. Sabe em quem põe sua confiança. O salmo 21 relata o sofrimento e o desamparo que sofre Jesus em sua Paixão. Ele assumiu nossas dores e carregou nossos sofrimentos. O castigo que caberia a nós recaiu sobre Ele. Por suas chagas fomos curados (Is 53,5). Certamente que não podemos ver a Paixão como dor, mas um amor que sofre pelo amado, silenciosamente. No auge da dor, sempre surge a glória. Rezamos: “Para dar um exemplo de humildade, Deus quis que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz”. Essa é a lição da Paixão. 
Esse homem era justo 
A carta aos Filipenses analisa a condição de humilhação do Filho para demonstrar o o sentido de sua entrega: “Esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com o aspecto humano, humilhou-se a si mesmo fazendo-se obediente até a morte...Por isso Deus o exaltou...assim todo joelho se dobre e toda língua proclame: Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai” (Fl 2,6-11). A liturgia de Ramos nos leva a compreender a passagem da glória à dor e da dor à glória. É o caminho do fiel. Sem isso, não podemos compreender, nem percorrer o caminho de Jesus. A Semana Santa percorre todos os aspectos da vida cristã e pelo sacramento a realiza.
Leituras:Lucas 1928-40; Isaias 50,5-7; 
Salmo 21; 
Filipenses 2,6-11; Lucas 23,1-49; 
Ficha nº 2164
Homilia do Domingo de Ramos(10.04.210) 
1. Jesus queria que o caminho do Pai fosse realizado e todos pudessem fazê-lo para ir ao seu encontro. 
2. Não podemos ver a Paixão como dor, mas um amor que sofre pelo amado. 
3. A carta aos Filipenses analisa a condição de humilhação do Filho para demonstrar o sentido de sua entrega. 
Não deixa de ser jumento. 
Há muitas historietas sobre o jumento que levou Jesus. Bobagens. Mas ele levou Jesus e foi escolhido. Não deixou de ser jumento. Jesus terá montado outros jumentos. Não deixam de ser jumentos. Nós levamos Jesus em nós. E nem sempre sabemos ser jumentos...fazer nossa parte.

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