Toda vocação tem como característica fundamental a
aceitação de Jesus e seu Evangelho como orientação e fonte de vida, e a escolha
de um modo de vida que expresse concretamente esta opção fundamental. Quando
falamos de vocação sempre pensamos no padre ou na freira. Estas são vocações a
serviço do povo de Deus no ministério e na consagração. Mas a vocação básica é
a vocação do leigo.
Quando
falamos de um leigo engajado nós pensamos: ele e ela são ministros da
Eucaristia, trabalham na paróquia em tudo o que o padre precisa, estão sempre
no altar ajudando, fazem parte de todos os momentos e atividades. Têm até a
chave da Igreja. Brincando a gente diz: podem mudar para a Igreja. Isso é muito
bom, pois se trata de assumir concretamente uma ajuda à comunidade. Mas a
vocação do leigo é anterior a estas atividades tão necessárias. Agradecemos a
estes leigos que tanto nos ajudam na comunidade. Sem eles a realmente a vida
fica difícil. São participações do ministério da coordenação da comunidade.
Mas
a vocação do leigo se concretiza na vida cristã no mundo. Jesus fala na oração
sacerdotal durante a última ceia: “Não peço que os tire do mundo, mas que os
livre do maligno... Como tu me enviastes ao mundo, eu os enviei ao mundo” (Jo.
17,15.18). Ali é o seu lugar de apostolado e de anunciar o evangelho através de
sua vida e atitudes cristãs. Ali ele trabalha para a transformação das
estruturas cristãs da sociedade tão paganizada. O leigo está em lugares que o
sacerdote não está. Ele pode chegar mais longe e ser o primeiro anunciador do
Evangelho. O padre não pode dizer: você não colabora na Igreja. Deve dizer ao
leigo: vá e leve o evangelho onde você está. Ali é sua sacristia. Está construindo
o reino de Deus no mundo das pessoas. Claro que em segundo lugar ele pode
colaborar na comunidade.
O
lugar do leigo cristão é na política, na economia, nos departamentos,
instituições, escolas, esportes, clubes etc...etc...Onde houver um agrupamento
humano, ali está o leigo cristão. Ele não precisa dizer que é católico,
cristão. É importante que seja. Vejamos nossos políticos e empresários
cristãos: quais são os princípios que regem suas atividades? É o Evangelho?
Aliás, são até contra os padres e bispos que chamam a atenção aos problemas,
dizendo que eles devem ficar na sacristia e que a sociedade é independente. É
esta a ideologia do mal: afastar o evangelho do mundo. Não se deixar vencer o mal, mas vencer o mal
pelo bem (Rm 12,21)
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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