sexta-feira, 21 de abril de 2023

“Fermento na massa: vocação do leigo”.

           
 Toda vocação tem como característica fundamental a aceitação de Jesus e seu Evangelho como orientação e fonte de vida, e a escolha de um modo de vida que expresse concretamente esta opção fundamental. Quando falamos de vocação sempre pensamos no padre ou na freira. Estas são vocações a serviço do povo de Deus no ministério e na consagração. Mas a vocação básica é a vocação do leigo.

             Quando falamos de um leigo engajado nós pensamos: ele e ela são ministros da Eucaristia, trabalham na paróquia em tudo o que o padre precisa, estão sempre no altar ajudando, fazem parte de todos os momentos e atividades. Têm até a chave da Igreja. Brincando a gente diz: podem mudar para a Igreja. Isso é muito bom, pois se trata de assumir concretamente uma ajuda à comunidade. Mas a vocação do leigo é anterior a estas atividades tão necessárias. Agradecemos a estes leigos que tanto nos ajudam na comunidade. Sem eles a realmente a vida fica difícil. São participações do ministério da coordenação da comunidade.

             Mas a vocação do leigo se concretiza na vida cristã no mundo. Jesus fala na oração sacerdotal durante a última ceia: “Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do maligno... Como tu me enviastes ao mundo, eu os enviei ao mundo” (Jo. 17,15.18). Ali é o seu lugar de apostolado e de anunciar o evangelho através de sua vida e atitudes cristãs. Ali ele trabalha para a transformação das estruturas cristãs da sociedade tão paganizada. O leigo está em lugares que o sacerdote não está. Ele pode chegar mais longe e ser o primeiro anunciador do Evangelho. O padre não pode dizer: você não colabora na Igreja. Deve dizer ao leigo: vá e leve o evangelho onde você está. Ali é sua sacristia. Está construindo o reino de Deus no mundo das pessoas. Claro que em segundo lugar ele pode colaborar na comunidade.      

            O lugar do leigo cristão é na política, na economia, nos departamentos, instituições, escolas, esportes, clubes etc...etc...Onde houver um agrupamento humano, ali está o leigo cristão. Ele não precisa dizer que é católico, cristão. É importante que seja. Vejamos nossos políticos e empresários cristãos: quais são os princípios que regem suas atividades? É o Evangelho? Aliás, são até contra os padres e bispos que chamam a atenção aos problemas, dizendo que eles devem ficar na sacristia e que a sociedade é independente. É esta a ideologia do mal: afastar o evangelho do mundo.  Não se deixar vencer o mal, mas vencer o mal pelo bem (Rm 12,21)

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