Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
1987.
Homens para Deus
No dia 26 de novembro, festa de Cristo Rei, abriu-se o Ano do Laicato.
É um tempo para refletir e tomar posições sobre o leigo na Igreja. Tem como
lema a bela frase do Evangelho: “Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do
mundo” (Mt 5,13-14).
Com toda certeza serão feitos muitos
estudos, reflexões, produções de músicas e outras definições. Esperamos que não
seja mais um ano que passa e tudo fica do mesmo jeito. Há uma questão que
domina o clero e os leigos em geral que é o clericalismo. O clero: padres,
bispos e diáconos se põem em uma atitude
de donos da Igreja. Com isso, tudo depende deles. O Concílio já colocou o leigo
em destaque. Ele não é um apêndice da Igreja. Se partirmos do Concílio e das
muitas orientações dos Papas e estudos, podemos lembrar do protagonismo dos
leigos. A Igreja é formada pelo povo de Deus. Cada um com seu carisma e dom.
Não se trata de ver quem manda, mas onde e de que maneira todos podem servir.
Precisaremos estudar muito e tomar atitudes que levem as comunidades a
assumirem mais profundamente sua identidade de cristãos. Aquela atitude dos
leigos de dizerem que o padre é quem sabe, tem que tomar novos rumos. E o clero
saiba que o seu lugar é muito precioso e necessário. Quanto mais o leigo
assume, mais ele necessita dos ministros da Igreja em sua missão e ministério. Não
vai mudar a estrutura, mas as mentalidades. Se por um lado existe uma
dependência excessiva, há também uma ojeriza incompreensível de padre. A partir dos documentos da Igreja do Brasil
poderemos contribuir muito com as comunidades na reflexão sobre esse tema.
1988.
Homens e mulheres para Deus
Vamos
olhar os personagens da história da salvação. No judaísmo, a tribo de Levi
tinha funções no templo. A famílias de Aarão, foi escolhida para o sacerdócio
que era concedido por via de nascimento. Mais ninguém exercia esse ministério
no templo. Então, José e Maria não eram de família sacerdotal, mas descentes de
Davi, família real. Jesus era necessariamente leigo, pois era da tribo de Judá.
É Sumo-Sacerdote a partir de sua Morte, Ressurreição e Glorificação. Zacarias e
Isabel eram da tribo de Levi, da família de Aarão (Mt 1,5). João Batista era de família sacerdotal.
Vemos ainda: os Magos eram leigos. Não sabemos nada sobre eles. Na Igreja, os
homens podem ser sacerdotes por serem batizados e homens. Quanto à mulher, é um
assunto ainda em discussão. Não será para breve. Já se fala do diaconato para
mulheres. Também está em estudo. Não se pode resolver o problema da falta de
sacerdotes somente com a ordenação de casados ou diaconisas, mas fazer uma
Igreja mais ministerial,, menos hierárquica. O sacerdote acumulou muitos
ofícios e serviços da comunidade. Um músico não pode tocar ao mesmo tempo todos
os instrumentos. Quanto mais somos de Deus, mas nos dedicamos.
1989.
Limpando estradas
O conhecimento da missão e vocação
do leigo vai exigir muita conversão, pois não se trata só de uma dinâmica ou
organização pastoral, mas de um processo de fé na missão de Jesus que
continuamos. Dizia um teólogo redentorista, Durwell, que, nos tempos difíceis, devemos
estar mais ligados ao Espírito Santo. Não estamos diante de um problema só de
pastoral, mas é um processo de santidade. Só esse pode nos dar energias para
mudar. Celebrando o Natal vemos que Jesus assumiu nossa humanidade. Todos estão
unidos a Cristo em sua vida e missão. A humanidade de Cristo une todos a si.
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