quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

nº 1821 Artigo - “A grande regra de comportamento”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
2142. Felizes os misericordiosos
            Depois de termos refletido sobre as bem-aventuranças, guiados pelo Papa Francisco, continuamos aprendendo seu ensinamento sobre a santidade. Ele o faz em sua exortação apostólica Gaudete et Exultate (Alegrai-vos e exultai). É bom notar que difere muito de certas tradições de vida espiritual baseadas mais em reflexões, às vezes sem o fundamento no Evangelho. Para saber se é evangélico, basta ter o amor como conteúdo. É o que nos diz S. João em sua primeira carta. No texto que vamos refletir, retomamos a bem-aventurança da misericórdia, como nos esclarece o capítulo 25 de Mateus sobre o julgamento final. Diz o Papa: “Se andamos a procura da santidade que agrada a Deus, neste texto encontramos precisamente uma regra de comportamento com base na qual seremos julgados: “Tive fome e destes-Me de comer, tive sede e destes-Me de beber, era peregrino e recolhestes-Me, estava nu e vestistes-Me, adoeci e visitastes-Me, estive na prisão e fostes ter comigo” (Mt 25,35-36) (GE 95). Notemos que aqui estão os graves problemas do mundo. Podemos ver por trás destas palavras também a figura de Jesus com seu modo de agradar o Pai. É como Ele vivia sua santidade. É Cristo no rosto daquele com os quais quis Se identificar”. “Neste apelo a reconhecê-Lo nos pobres e atribulados, revela-se o próprio coração de Cristo, os seus sentimentos e as suas opções mais profundas, com os quais se procura configurar todo o santo” (GE 96). Estudando a história da espiritualidade, não é o que vemos em tantas épocas. Pior é que ainda exercem influência sobre as pessoas.
2113. Por fidelidade ao Mestre
“O texto de Mateus 25,35-36 “não é um mero convite à caridade, mas uma página de cristologia que projeta um feixe de luz sobre o mistério de Cristo” (GE 96). O Papa Francisco continua firme dizendo que esse ensinamento do Evangelho deve ser entendido com clareza e sem desculpas que tirem sua força. Aliás, temos que reconhecer que, infelizmente, o Evangelho não é o fundamento de vida para tantos cristãos. Vejamos a beleza do ensinamento: “O Senhor deixou-nos bem claro que a santidade não se pode compreender nem viver prescindindo destas suas exigências, porque a misericórdia é o “coração pulsante do Evangelho(GE 97). Se as situações tristes do mundo não me tocam, estou realmente muito mal. Mesmo que eu não tenha solução, sou parte da solução. Algo posso fazer. O que destrói nossa fé é a falta de compromisso, como Jesus fazia. Fé que não toca o coração, não tem direito a esse nome. Não adiantam belas palavras e reflexões. Precisamos buscar soluções. Se buscarmos podemos não achar, mas se não buscamos, não achamos mesmo. O mínimo que fazemos pode ser o início. Há tantos meios de fazer alguma coisa. Não será por isso que nossa Igreja tem enfraquecido? Tanto clero como povo, não tomam atitudes.
2144. Contemplação em Cristo
            Só conhecendo bem Jesus, contemplando sua vida e ação, podemos ver o mundo com seus olhos de misericórdia. Mesmo que não saiba o que fazer, “posso reagir a partir da fé e da caridade e reconhecer no sofredor um ser humano com a mesma dignidade que eu, uma criatura infinitamente amada pelo Pai, uma imagem de Deus, um irmão redimido por Jesus Cristo. Isto é ser cristão!” (GE 98). Não é possível entender a santidade de outro modo. O ser humano é caminho para realizar a santidade esperada por Deus. Não se diz isso por conta de socialismo. É o próprio Jesus quem diz: “Toda vez o que fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,25,40). Ser santo é fazer como Jesus fazia. “Andar como Ele andou” diz S. João (1Jo 2,6).

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