Redentorista
2148. Oração e misericórdia
Nosso querido Papa Francisco,
refletindo sobre a santidade, faz a bela síntese da vida dedicada a Deus e
dedicada aos irmãos. Tudo isso não em dois tempos, mas como uma única
realidade. Há os que querem santidade, mas não fazem da caridade o programa de
vida. Necessitamos de todos os aspectos da vida cristã, mas não podemos nos esquecer
que a avaliação de nossa vida será sobre o que fizermos aos outros (GE 104). “A oração é preciosa porque se alimenta de uma doação diária de amor.
O nosso culto agrada a Deus quando levamos lá os propósitos de viver com
generosidade e quando deixamos que o dom lá recebido se manifeste na dedicação
aos irmãos” (GE 104). A oração que vai a Deus se transforma
em misericórdia. Quanto mais nos unirmos a Deus, mais formamos em nós os
sentimentos de Jesus. Por isso é que a caridade é o suporte da oração. “Pela
mesma razão, o melhor modo para discernir se o nosso caminho de oração é
autêntico será ver em que medida a nossa vida se vai transformando na luz da
misericórdia (GE 105). Não há santo que tenha crescido na
fé, no amor e na oração, sem a caridade para com os necessitados. Santo Tomás pergunta
quais são nossas maiores ações exteriores para manifestar nosso amor para com
Deus. Responde que, mais do que os atos de culto, são as obras de misericórdia
para com o próximo. Estas são o sacrifício que Lhe agrada (Summa Theologiae, II-II, q. 30,
a. 4). O amor vai além do sentimento e passa à vida (GE 105).
2149. Em lugar Dele
“Para ter uma vida de santidade, é
chamado a obstinar-se, gastar-se e cansar-se procurando viver as obras de
misericórdia” (GE 107). Assim fez Jesus e agora Se serve de nós
“para seremos seu amor e a sua compaixão no mundo, apesar de nossos pecados e defeitos.
Ele depende de nós para amar o mundo e demonstrar-lhe o muito que o ama” (Id). Podemos compreender esse aspecto da continuada encarnação de Jesus no
mundo. Como se Ele assumisse nossa natureza para continuar a missão que o Pai
Lhe confiou de comunicar para a redenção. O Papa Francisco continua ensinando
que o egoísmo de nos ocuparmos só na busca do prazer, centrados em nós mesmos,
procurando só gozar a vida, não nos permitirá ter tempo para os outros (GE 107). Vemos bem como estamos centrados no consumismo, na busca do prazer e
na procura do divertimento. Com isso não sobrará tempo para dar a mão a quem
está mal. Somos vítimas de uma sociedade que quer vender e nos engana
terrivelmente tirando-nos o direito à simplicidade, à moderação. Todo mundo
quer vender. Há uma espiral de violência contra a liberdade pessoal de se
construir. Somos feitos à imagem da mídia. Não podemos fazer diferente. O
Evangelho seja nossa opção.
2150.Força do testemunho
Os santos são aqueles que vivem as
bem-aventuranças e a regra do comportamento ditada pelo Juízo Final. Não
devemos ter medo de uma surpresa que caia sobre nós. O que pode acontecer
conosco e chegarmos à constatação que foi a vida que escolhemos longe do Evangelho
da misericórdia. Deus não condena ninguém. Cada um escolhe seu caminho. Tudo o
que Jesus diz sobre os que serão salvos ou condenados, são coisas do dia a dia.
Os bons cristãos são os que vivem essa verdade do amor ao próximo nas mais
diversas situações. Tudo é muito simples e prático. Gostamos de uma religião
que não nos leve a tomar atitudes de
misericórdia. Não dispensamos a oração, a devoção e a emoção. Mas, ficar só
nisso não corresponde à santidade proposta pelo testemunho de Jesus e seguida por
todos os cristãos dignos desse nome.
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