sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

nº 1820 - Homilia da Solenidade da Epifania (06.01.19)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“Luz para as nações” 
 Recolhendo as riquezas dos povos
         O Mistério Pascal de Cristo que tem seu início na Encarnação. E, na Glorificação chega à plena realização. No período natalino celebramos a Manifestação (Epifania) do Senhor. A festa tem diversos momentos que celebram Manifestação do Senhor: O Natal, a Epifania, o Batismo e as bodas de Caná.  Na celebração da Epifania, que chamamos também de Festa de Reis, celebramos Jesus que veio para todos. Nós celebramos a Manifestação no Natal. No Oriente, Orientais e Ortodoxos celebram a Manifestação do Senhor no dia 6 de janeiro. A liturgia nos enriquece com tantos e belos textos. Dizemos que o Natal se tornou comércio. Talvez a Igreja não tenha manifestado o Senhor que veio para nós com fé e atitudes coerentes. Criticamos o mundo, mas não vemos que somos culpados. A festa quer também superar questão que perdurava por séculos e ainda continua. Os judeus, como povo escolhido para acolher o Senhor, tinham um tipo de exclusivismo. Foram escolhidos para levar Deus a ser conhecido por todos, não só para eles. É uma alerta também a nós da Igreja que nos esquecemos de nossa missão. Essa celebração significa a busca do coração humano para plenitude. Por isso busca a Deus. Esse é o grande plano de Deus: atrair todos a Si. Vemos países do primeiro mundo que deixaram a fé. Reclamamos do secularismo, mas não reclamamos de nossa incapacidade de levar longe a mensagem do nascimento de Jesus.
Seguindo a estrela
Os Magos simbolizam todos os povos. Não eram reis. Eram sábios que conheciam as Escrituras e esperavam o Messias. Os Magos fazem um longo caminho. Deus se deixa encontrar por quem O procura. Essa longa viagem dos Magos expressa a busca. Eram sinceros e simples. Procuraram e encontraram: Eles foram e encontraram Maria e o Menino. Alegraram-se com uma alegria muito grande (Mt 2,10). Deus é causa de nossa alegria. Não há riqueza maior do que a alegria de estar com Deus. Essa é uma das maiores descobertas do coração humano. Eles abriram seus presentes. A vida doada é o maior presente, mais que ouro, incenso e mirra, símbolos de sua divindade, realeza e sofrimento. Não sabemos o fim dessas ofertas. Sabemos sim que quando entregamos nossa vida damos o maior tesouro a Deus. É isso que Ele quer. Eles voltaram por outro caminho.  Caminhar com Jesus é ter abertura para o novo. Eles souberam que voltar pelo mesmo caminho era anular a riqueza da descoberta de Jesus. Não podemos ter medo das mudanças radicais, desde que sejam pelo evangelho.
As riquezas das nações
Os Magos representam também as muitas culturas da humanidade. Todas elas podem acolher a graça da salvação e vivê-la com a mesma intensidade. Para Mateus, a narrativa significa que o Evangelho é para todos. Paulo, em Efésios, traz esse pensamento (Ef 3,6). Deus veio para todos. Todos podem servir a Deus nas suas culturas e a Igreja não pode se apoiar em uma única cultura, pois empobrece o mistério da salvação que é para todos. As raízes firmes na tradição bíblica, que inclui a cultura do povo judeu, ela se abre para todos os povos. Onde ela é plantada, absorve das culturas tudo o que é apto para o anúncio da salvação. Temos muito que aprender dos povos. O anúncio é da salvação e não de uma cultura que o envolve. A festa dos Santos Reis nos estimula e provoca à evangelização aberta ao mundo. Não diminui o Evangelho, mas o torna aberto a todos.
Leituras Isaías 60,1-6; Salmo 71;  Efésios 3,2-3a.5-6; Mateus 2,1-12
Ficha
1. A festa da Epifania celebra a Manifestação do Senhor a todos os povos.
2. Os Magos simbolizam todos os povos que buscam e acolhem a chegada de Deus.
3. A festa da Epifania nos questiona sobre como fazemos nossa evangelização.

Sabedoria do velhinho
          
           A cena dos três Magos do Oriente é sempre inquietante. Sabemos que ela é mais um ensinamento que um fato concreto. Seja o que for, o importante é saber que é um ensinamento. Dizemos que são velhos, mas não dariam conta de tal viagem pelo Oriente.
           Não deixa de ser uma lição para nossa idade mais adulta: o que vale é procurar ir encontrar o Senhor, onde ele estiver. E dar o melhor que temos. Cada um tem uma riqueza especial. Ajuntando dá uma beleza especial. Quer melhor fundamento para a terceira idade?
           A lição é para todos. Nosso desafio é uma corrida para chegar ao presépio e pegar a estrela e sair anunciando ao mundo. Guardando todas as coisas no coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário