segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

nº 1819 Artigo - “Celebração de Maria, Mãe de Deus”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
2139. Cheia do Espírito Santo
É fácil rezar: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores”. Quem começou a dizer assim, o fez com naturalidade. São palavras que trazem em si uma grande doutrina sobre como Deus nos salva em Cristo. O evangelista Lucas coloca na boca de Isabel a saudação: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite” (Lc 1,42-43). Usa a palavra Senhor (Kýrios), que é o mesmo termo usado para designar Deus no Antigo. É a afirmação da Divindade daquele Menino que Maria trazia no seio. Isabel, “cheia do Espírito Santo” (Lc 1,41), a chama de “Mãe do meu Senhor”. Quando diz “cheia do Espírito Santo” está dizendo que esse momento é de grande revelação da Divindade presente na Humanidade de Cristo. Dizer que Maria não pode ser chamada Mãe de Deus, é negar que seu Filho seja Deus, pois sua Humanidade subsiste na união total à Divindade que lhe é própria como Filho de Deus. Maria, fazendo parte da humanidade e trazendo em si a Divindade, participa da intercessão que o Filho faz continuamente diante de Deus (1Jo 2,1). Ela também o faz, pois está unida a Ele pela união de todos no Corpo de Cristo (1Cor 12,27), na missão de ser sua Mãe e de todos seus irmãos renascidos pelo batismo. Lucas, que escreveu pelos anos 80, recolheu seus ensinamentos das testemunhas oculares (Lc 1,2). Colheu um uso já tradicional entre as testemunhas. Quando escreve, já há um modo de ser cristão também em referência à Mãe.
2140. Rogai por nós
         Foi encontrado no Egito em 1927 um papiro dos anos 270, onde está escrita aquela oração tão querida: “À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!...”. Já era uso comum da comunidade chamar Maria de Mãe de Deus. O Concílio de Éfeso ensina que Jesus é Deus. Por isso, Maria pode e deve ser chamada Mãe de Deus porque seu Filho era Deus. Continuaremos rezar com toda a Igreja: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Amém. A oração de intercessão é um direito e um dever de todos os fiéis, como escreve Paulo a Timóteo: “Recomendo que se façam pedidos, orações e súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e todos os que detêm autoridade...Eis o que é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,1-4). Rezamos uns pelos outros; os santos rezam por nós; nós rezamos pelos vivos e pelos mortos. Somos um único corpo e fazemos muito bem em interceder, pois é a melhor oração. É caridade para com todos.
                                             2141. No cofre do coração
Nessa celebração de início de Ano encontramos Maria e José e o “Menino deitado na manjedoura” (Lc 3,16). É um belo momento de diálogo das coisas de Deus. Maria e José ouvem dos pastores o que os Anjos lhes disseram. Quanto a “Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2,19). Belo modelo de cristã que leva ao laboratório do coração as coisas de Deus e as transforma em vida. Iniciando um novo ano podemos fazer um projeto de vida tomando o modelo da Mãe de Deus e nossa. Ela nos trouxe a bênção que é Jesus. Ela o fez por geração. Nós podemos ser uma bênção para os outros acolhendo e facilitando sua vida com a amizade, o serviço fraterno, o respeito, o carinho e a dedicação para com todos. Somos um evangelho vivo que transmite as verdades com as atitudes. Com a Mãe de Deus tenhamos um ano abençoado, todo de Deus.

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