domingo, 14 de junho de 2020

nº 1970 - Homilia do 11º Domingo Comum (14.06.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“Somos seu povo” 
 Aliança que compromete 
Deus é sempre fiel às suas alianças. Ele promete e cumpre. E não volta atrás quando o parceiro, chamado homem ou povo, não cumpre sua parte. A oração da missa nos leva a pedir: “Dai-nos o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos”. Os mandamentos são o código da aliança do Sinai. Deus desperta no povo a certeza que encontramos no salmo: “Sabei que o Senhor, só Ele, é Deus. Ele mesmo nos fez e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho”(Sl 99). A consciência de ser povo vem dos cuidados que Deus teve para com ele todo o tempo. Deus, quando fala na montanha, manda que Moisés diga ao povo como Deus tratou os egípcios por causa Dele. E Se compara à águia: “Vistes o que Eu fiz aos egípcios, e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a Mim”. Então cobra obediência aos mandamentos para que seja seu povo: “Se ouvirdes a minha voz e guardardes minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre os povos... E vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êx19,4-5). Os castigos aconteceram para corrigir a rota do povo. Jesus usou de misericórdia para com o povo dando-lhe continuadores de sua missão de constituir um povo fundado na bondade de Deus que salva e cura. Por isso é importante ver os sentimentos que Jesus nutria pelo povo sofrido: “Vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36). Ele tem o coração do Pai que salvou o povo. 
Missão de continuar Jesus 
Moisés narra a bondade com que Deus o constituiu como povo. No evangelho temos o mesmo tema. Os apóstolos são escolhidos e enviados para cuidar do povo da nova aliança. Não será um povo voltado a um cuidado de Deus, mas a um cuidado dos apóstolos em união com Jesus que continua a por em ação a misericórdia e a compaixão pelos sofredores. Isso é fundamental na caminhada do novo povo: “Anunciai que o Reino de Deus está próximo”. Os sinais são claros: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”. Tudo é um presente de Deus “De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10,7-8). O povo é convocado, não cobrado. A resposta é o reconhecimento da ação de Deus através daqueles que creram em Jesus. Crer não é aceitar uma doutrina, mas um modo de vida. A vida é o primeiro destino do anúncio de Jesus. Preferimos uma doutrina perfeita que não alimenta uma vida para que seja perfeita. O que Deus fez ao seu povo, os discípulos deverão fazer para levar adiante as promessas de Jesus que se cumpre no povo. Ele foi fiel e quer fidelidade. 
Reconciliados 
“Deus nos reconciliou com Ele pela morte de seu Filho. Quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida” (Rm 5,10). Esta é a grande prova do amor de Deus por nós: “A prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores” (Id 8). Os egípcios pagaram caro a libertação do povo. Jesus assume sobre Si, o que era para nós. Vemos como se estabelece o amor de Deus: não em palavras, mas em atitudes concretas, primeiro em seu Filho e depois, através de seus seguidores que continuarão cuidando das pessoas, sobretudo dos humildes. Todo o povo de Deus é continuador desse amor gratuito do Pai em Cristo. Não fomos feitos para constituir um povo socialmente, mas para ser um povo que atinge todos pelo amor, uma nação santa. 
Leituras Êxodo 19,2-6ª;Salmo 99; 
Romanos 5,6-11;Mateus 9,36-10,8. 
Ficha nº 1970 - Homilia do 11º Domingo Comum (14.06.20) 
1. A consciência de ser povo vem dos cuidados que Deus teve para com ele todo o tempo.
2. Crer não é aceitar uma doutrina, mas um modo de vida.
3. Todo o povo de Deus é continuador desse amor gratuito do Pai em Cristo.
No fritar dos ovos 
É na vida concreta que vamos entender o que significa todo ensinamento de Jesus. É no fritar dos ovos que vemos o que está acontecendo. Tudo o que Deus fez pelo povo escolhido foi continuado por Jesus que assume as atitudes do Pai e passa aos discípulos. Os benefícios de Deus ao povo foram grandiosos. Mas os egípcios pagaram caro com tantas pragas e com a perda de um exército. Os benefícios para nós, os que acreditam, foram pagos na conta de Jesus. Paulo diz: “quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios em tempo marcado... A prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores” (Rm 5,6.8). Pensamos que, assumindo a vida de Cristo em nós, levaremos sobre nós também muitos sofrimentos para que os fracos sejam recuperados.

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