sábado, 5 de dezembro de 2020

nº 2020 - Homilia do 2º Domingo do Advento (06.12.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“João, o Batista” 
Consolai, meu povo! 
Fomos alertados à vigilância. Estamos nas mãos de Deus que nos modela. Nesse segundo domingo do Advento, recebemos o convite de renovação através das palavras do maior profeta: João Batista. Ele, concretamente, veio preparar o caminho do Senhor. Ele próprio é a mensagem realizada. Ele encarna a mensagem. Sua apresentação é a de um profeta forte, curtido no deserto, capaz de anunciar com segurança a chegada do Senhor. Em si, está pronto para receber o Senhor. Absorveu a Palavra e se tornou o mensageiro. Não um mensageiro de castigos ou ameaças, mas de consolo, como retrata Isaias: “Consolai, consolai, meu povo”! É o momento de preparar os caminhos para facilitar ao máximo a vinda do Consolador, o pastor carinhoso de suas ovelhas. A vinda do Senhor no fim dos tempos é para dar o prêmio a todos: “Quero ouvir o que o Senhor dirá: é a paz que ele vai anunciar... a salvação ,está perto dos que o temem” (Sl 84). A imagem de fim dos tempos que nos é passada se atenua com as promessas de consolação. Pedro nos escreve: “O que nós esperamos, de acordo com sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça” (2Pd 3,13). O tempo do Advento nos alerta para não nos fixarmos em um Menino Jesus bonitinho, mas no bondoso Senhor que sempre vem ao nosso encontro. Agora vem para a transformação. 
Preparai o caminho! 
O povo de Deus pagou todos seus crimes com o exílio da Babilônia. O profeta vem proclamando que a salvação vem de Deus. Deus mesmo vem libertar. E faz a entrada triunfal de um Deus libertador: “Eis o vosso Deus, eis que o Senhor vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com Ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória” (Is 40,10). A volta do povo do exílio se tornou uma apoteose da força poderosa de Deus em favor de seu povo. Esse tempo do Advento nos prepara e nos dispõe a participar dessa vitória. Sempre temos visto as notícias sobre o fim com um castigo, uma desgraça. Não pensa assim o nosso Deus. Ele vem nos acolher com o prêmio em sua mão. A grande desgraça é não participar da glória de Deus. Por isso rezamos na coleta: “nós Vos pedimos, que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida”. Vemos que não se fala de Natal, mas da Vinda, da qual participamos. João Batista se torna o modelo também no desapego de todo o secundário para deixar-se penetrar da Palavra de Deus. João chega com uma pregação tão diferente dos profetas anteriores. Já eram mais de 300 anos que não aparecia um profeta. Sua profecia não é ao longe. Ele apresenta o Cordeiro, Servo de Deus, presente. 
Ele virá! 
“Deus vos ilumine com o Advento do seu Filho, em cuja vinda credes e cuja volta esperais, e derrame sobre vós as suas bênçãos”. Celebrar o Natal, a vinda na condição humana é, para nós, um momento de graça para compreendermos aquele que virá no fim dos tempos. Vê-Lo pequenino, tira todo o receio de ir a seu encontro quando vier para julgar. Essa noção nós sempre a cultivamos: Em Cefalú, na Sicilia, encontramos essa confirmação: “Feito homem, o Criador dos homens; feito Redentor, julga os humanos com o coração de Deus”. Deus, nosso Juiz, é nosso mais forte advogado. Ele conhece nosso coração, pois foi Ele quem o fez. Não invocamos nossos méritos, mas venha em nosso auxílio, vossa Misericórdia. 
Leituras: Isaías 40,1-5.9-11; Salmo 84; 
2 Pedro 3,8-14;Marcos 1,11-8. 
Ficha nº 2020 
Homilia do 2º Domingo do Advento (06.12.20) 
1. A imagem de fim dos tempos se atenua com as promessas de consolação. 
2. João Batista é modelo no desapego do secundário para deixar-se penetrar da Palavra. 
3. Vê-Lo pequenino, tira todo o receio de ir a seu encontro quando vier para julgar. 
Departamento de estradas 
As estradas invadiram o mundo. Há caminhos que foram feitos pelos burros, pois para atravessar a montanhas, os animais escolheram os melhores caminhos que são usados até o dia de hoje. Como a água, o animal faz seu caminho. Assim também fizeram os homens. Para aprender os caminhos de Deus buscamos nos mapas das Escrituras. Caminhos sejam planos, retos, fáceis e até sombreados. Os caminhos de Deus são feitos para Ele passar. Esses caminhos servem também a nós. A missão da Igreja, seguindo João Batista, é despojar-se do desnecessário. Assim as estradas não terão baixios, não terão elevações. Será um caminho bom, suave e nos levará logo a sua meta que é o coração de Deus.

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