quinta-feira, 15 de abril de 2021

nº 2058 - Homilia do 3º Domingo da Páscoa (18.04.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Sou Eu mesmo”!
 Abriu-lhes a inteligência 
No Tempo Pascal temos cinquenta dias para podermos penetrar no conhecimento de Jesus Ressuscitado. Os discípulos tiveram as dificuldades para reconhecerem Jesus depois de sua morte e sepultura. Aqui está a prova que não inventaram a Ressurreição, pois se mostraram apavorados com sua presença nos primeiros momentos. Jesus Se põe no meio deles. Chegaram a pensar que era um fantasma. Jesus Se identifica mostrando suas mãos e seus pés. O Ressuscitado tem o corpo como tivera antes entre eles. A alegria era tanta que não acreditavam... Para provar, Jesus pede alguma coisa para comer. Dão-lhe um pedaço de peixe assado que Ele come diante deles. E diz sou Eu mesmo! (Lc 24,41-42). Jesus continua o mesmo. Comer é prova de um vivo. Assim seremos nós. Não bastava aceitar que estava vivo, mas Ele tinha que tocar suas inteligências para entrarem na nova vida e no novo conhecimento de Jesus: “Abriu-lhes a inteligência” (Id 45). Não basta vê-Lo, é preciso entender a Escritura. A partir desta, compreendem o próprio Jesus. Por esta compreensão deles, compreendemos hoje. É o resultado da missão a eles confiada. Passam então a ser testemunhas audazes de um Vivo. Não temos uma religião de um morto distinto, mas de um grandioso vivo. O grande problema que vivemos é não ter Jesus vivo como fundamento de nossa vida. Crendo num Vivo, somos testemunhas. Eu me pergunto por que não conseguimos convencer. O que falta em nós? O que falta no outro? Por que não O vimos, não O compreendemos? Um caminho seria aceitar e compreender o testemunho que dão desse Vivo. Acreditamos no testemunho dos apóstolos e de seus companheiros.
Anúncio na verdade 
Jesus abriu-lhes a inteligência para compreenderem as Escrituras. É nelas que encontramos a explicação desse momento de Ressurreição. Pedro explica: “Deus cumpriu o que havia anunciado pela boca de todos os profetas que seu Cristo haveria de sofrer”. E convida: “Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados” (At 3,18-19). Lendo as narrativas dos Atos dos Apóstolos, pensamos que tudo aconteceu num estalar de dedos. Penso que a boa notícia foi lenta, mas convincente e transformadora. Os apóstolos também tiveram que crescer. Por isso podemos nos dar tempo de lentamente entender. Paulo mesmo passou um tempo com as comunidades nabatéias, no deserto, (Gl 1,17) para aprofundar sua ressurreição espiritual. Examinando nossas condições atuais em nossa fé, temos que procurar compreender e aceitar com mais coragem o testemunho dos Apóstolos. É belo ver que nós, que não vimos, cremos com a mesma fé. A fé nos faz acreditar e ver. Assim se pode fazer mais claro o caminho. 
Jesus defensor 
Obedecendo aos mandamentos, sabemos que conhecemos a Deus. Jesus será sempre o defensor quando pecamos: “Se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo”. “Se guardamos sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado” (1Jo 2,1-5). A fé na Ressurreição de Jesus realiza nossa ressurreição espiritual, que antecederá a nossa ressurreição para Deus. A espiritualidade vivida na fé e na celebração nos renova e nos torna testemunhas da Ressurreição, como um mistério que se realiza no hoje de Deus. Jesus se manifestava no oitavo dia, dia da celebração. Assim continua. Manifesta-se ao partir do pão aos discípulos. É um gesto e uma atitude de vida. A fé na Ressurreição nos leva a assumir a ressurreição do mundo e percebê-la na celebração e no ato de amor.
Leituras:Atos 3,13-15.17-19;Salmo 4;
1João,2,1-5;Lucas 24,35-48 
Ficha nº 2058 
Homilia do 3º Domingo da Páscoa (18.04.21) 
1. Não temos uma religião de um distinto morto, mas de um grandioso vivo. 
2. É belo ver que nós, que não vimos, cremos com a mesma fé. 
3. A fé na Ressurreição realiza em nós uma renovação espiritual. Fantasmas da fé Os discípulos tinham um coração forte. Ali, fechados pelo medo que chegasse alguém, de repente Jesus se põe, do nada, no meio deles. Imaginemos a condição humana desses homens. O susto e a alegria! É magnífico ver Jesus de novo. Isso lhes deu um vigor que atinge até nós hoje. Quem sabe a gente devesse fazer um curso de “pluft, o Fantasminha”, para, sentindo-O em nós, poderíamos comunicar Jesus vivo no meio das pessoas. Como acontecerá que creiam? Quando deixamos Jesus Vivo transparecer em nós.

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