sexta-feira, 23 de abril de 2021

nº 2060 - Homilia do 4º Domingo da Páscoa (25.04.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Fortaleza do Pastor” 
 Sou o bom Pastor 
A parábola do bom pastor revela não somente a ternura de Jesus, mas, sobretudo que essa ternura é revelação do Pai. Deus disse a Moisés seu nome: “Eu Sou o que Sou”. Jesus dizendo “Eu Sou”, revela sua condição Divina. E também revelação do Ser bondoso de Deus expresso por Jesus que veio dar a vida, não como um mercenário que foge (Jo 10,11-12). A relação de Jesus com suas ovelhas é através da bondade Divina que conhece com amor total suas ovelhas. Nesse relacionamento de aliança há conhecimento e bondade, pois é o bom Pastor. As alianças de Deus foram feitas no amor que se doa. As ovelhas também conhecem seu parceiro da aliança. É o que Paulo diz: “Sei em quem confiei” (2Tm 1,12). O relacionamento de amor reflete também o conhecimento matrimonial que há entre Deus e seu povo que gera sempre novos filhos. Quem entrou nesse relacionamento de aliança, como relacionamento de conhecimento e amor, se une com Jesus e seu Pai no Espírito Santo. Esse relacionamento se abre a outros que serão buscados pelo Pastor: “A vontade do meu Pai é que eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu” (Jo 6,39). É a razão universal da redenção e fundamento da missão, como lemos no discurso de Pedro aos chefes do povo: “É pelo nome de Jesus... que este homem está curado” (At 4,10). Os verdes campos estão abertos a todos. Ele é a pedra angular que a todos sustenta (Sl 117). O bom Pastor é o modelo de toda ação da Igreja: ter o relacionamento que retoma o amor de Jesus que conhece suas ovelhas. Não é para se fechar num pequeno rebanho, sem ousadia. 
Somos filhos 
São João, em sua primeira epístola, em outra linguagem, reescreve a parábola do bom Pastor. O rebanho são os filhos de Deus. Ser ovelha de Jesus é uma maravilha... Ser filho é um presente de Deus: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!” (1Jo 3,1). De rebanho, passamos à Família de Deus. “Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai” (id 1). O mundo não nos conhece porque não participa do mútuo conhecimento entre o pastor e a ovelha, do Pai com os filhos. Jesus coloca na relação com as ovelhas, o conhecimento que tem do Pai: “Conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai” (id 15). O conhecimento confere a Jesus a segurança de dar a vida pelas ovelhas: “Eu dou minha vida pelas ovelhas” (id). Sua entrega na morte está unida a sua vida com as ovelhas. Jesus é nosso defensor: Em 1Jo 2,1: “Mas, se alguém pecar, temos outro defensor junto do Pai, Jesus Cristo, o Justo”. O bom Pastor dá a vida pelas ovelhas.
Pedra angular 
O bom Pastor se torna o fundamento para os que O seguem. Pedro, diante dos chefes, acusa-os fortemente a falta cometida por desprezarem Jesus e O terem condenado: “É pelo nome de Cristo... Aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos, que esse homem está curado”. Foi em sua pessoa, em seu nome. “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular” (118,7). “Em nenhum outro há salvação. Só por Ele somos salvos” (At 4,11-12). O que vemos nos apóstolos é a firmeza de fé na pessoa de Jesus. Com isso, superam toda a fragilidade que sentiam antes da Ressurreição. O tentador tem muitos modos de nos tirar dessa meta. Apoiamo-nos em tantas coisas espirituais, menos em Jesus. A pregação dos apóstolos insiste em fazer parte do Rebanho – Igreja, conhecer Jesus Cristo e segui-Lo. Assim está firmado nessa pedra angular, 
Leituras: Atos 4,8-12; Salmo 117; 
1 João 3,1-2; João 10,11-18 
Ficha nº 2060
Homilia do 4º Domingo da Páscoa(25.04.21) 
1. O bom Pastor é o modelo de toda ação da Igreja. 
2. O mundo não nos conhece porque não participa do conhecimento entre pastor e ovelha. 
3. Apoiamo-nos em tantas coisas espirituais, menos em Jesus. 
Cheiro de pastor 
Papa Francisco insiste que o pastor tenha o cheiro das ovelhas. Mas as ovelhas também têm que ter em sua memória o cheiro do Pastor. E por isso segue. Lemos na Palavra: seguirei no odor dos teus perfumes. Para quem ama, mau odor é perfume. O pastor conduz as ovelhas também pelo seu perfume pessoal. Perfume é sempre um caminho para entrar em um coração. O perfume de uma coisa, uma situação, uma pessoa amada se impregna em nós e se torna uma memória agradável que atinge o coração. O perfume de Jesus tem cheiro de irmão. Por isso nós o encontramos nas pessoas.

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