segunda-feira, 5 de julho de 2021

nº 2086 - Homilia do 15º Domingo Comum (11.07.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Deus chamou-me”
Ele os enviou 
Jesus iniciou sua missão na sinagoga de Nazaré dando um ensinamento novo. E foi tão novo que todos se admiraram. Como pode, diziam, que “esse” nosso conhecido, conterrâneo, gente como nós, tenha tal sabedoria!? Conhecemos seus familiares. E se escandalizavam. A atitude negativa bloqueou até sua generosidade em fazer curas: “Ali não pode realizar nenhum milagre” (Mc 6,1-6). Ali nasce o profeta. Isso é comum. Os próximos e iguais, não aceitam alguém que se destaque. Depois Jesus manda os apóstolos a evangelizar: “Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros”. A implantação do Reino pela Palavra é uma batalha contra as forças do mal. Começa também a batalha contra os que O seguirão como vemos no desfecho da missão de Jesus. Ele os mandou expulsar os demônios. São igualmente curados os doentes. Há tantos males que desaparecem com uma boa evangelização. Ela vai além dos preceitos e conceitos, penetra as situações de sofrimento. Evangelização que não muda as condições de vida é obra do falso profeta. Esses não penetram nem modificam as condições de vida. Os milagres de Jesus não eram espetáculo, mas mudança de situação que atendia, sobretudo os mais necessitados. Por isso, uma das orientações de Jesus é curar os doentes. Nossa evangelização não cura enfermos nem transforma vidas. Deveríamos nos sentir envergonhados por falar e agir desse modo em nome de Cristo.
Vigor da Palavra 
Amós é um testemunho da força da Palavra e da oposição contra o profeta. Sua palavra incomoda e provoca “perseguição”. É impressionante que o esquema é o mesmo até hoje. Os profetas do rei, no santuário de Betel estavam a serviço da situação. Amós atinge justamente os ricos de vida imoral e “que não se compadeciam na ruína do povo. Amasias, profeta a serviço da corte, procura expulsar Amós alegando que ele conspirava contra o rei (Am 7,10-15). A Palavra terá vigor se atingir as nervuras do pecado instituído como modo de vida. Isso é o mesmo que acontece hoje. Os falsos profetas servem à corte e defendem as ignomínias do templo. Quando falseamos o Evangelho, nós nos tornamos falsos profetas culpados do exílio do povo nos desvios em sua fé e na prática. A Igreja perdeu o vigor de evangelização. Papa Francisco busca a autenticidade. O salmo ensina: “A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade e a justiça olhará dos altos céus” . A boa evangelização atinge até a natureza: “O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas” (Sl 84).
Ele nos abençoou 
O núcleo da Evangelização é o mistério de Cristo que Paulo proclama em Efésios (Ef 1,3-14). Anunciamos que Deus nos abençoou com seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo. Nele nos escolheu, nos predestinou a sermos filhos adotivos. Por seu sangue somos libertados e nossas faltas perdoadas segundo a riqueza de sua graça. A Palavra nos faz conhecer o mistério de sua vontade que será sempre recapitular em Cristo o universo inteiro. A evangelização tem como meta o universo. Todo universo e se encaminha para Cristo, conduzindo-se e atraindo para Cristo todas as realidades. O vigor na Palavra está em seu conteúdo que é a expressão de Deus, como foi o Cristo. A evangelização é extremamente revolucionária. Como os judeus recusaram, será recusada agora também.
Leituras:Amós 7,12-15;Salmo 84;
Efésios 1,3-10; Marcos 6,7-13. 
Ficha nº 2086
Homilia do 15º Domingo Comum (11.07.21) 
1. Evangelização que não muda as condições de vida é ação do falso profeta. 
2. A Palavra terá vigor se atinge as nervuras do pecado instituído como modo de vida. 
3. O núcleo da Evangelização é o mistério de Cristo que Paulo proclama.
Trombeta furada 
Quando temos um instrumento danificado, não podemos tirar uma música que agrade. Aliás, desagrada muito. Imaginemos uma banda com instrumentos estragados. Que música se pode tocar? É assim também quando a evangelização. Se for danificada pela falsidade do profeta, não poderá “tocar” nada! O falso profeta não consegue mudar a situação para que o mundo seja o Reino de Deus. O reino do mal se desenvolve e chega atingir o cerne da Igreja. Danifica as instituições e destrói o vigor do povo de Deus. Certamente essa situação destruirá os profetas da verdade e chega a criar verdades falsas na comunidade. Para renovar o anúncio libertador é preciso cortar os compromissos com a situação de anti-evangelho. 

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