segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

nº 1725 Artigo - “Alegria é vida”


Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
1999. Deus é alegre
            Estamos no tempo das alegrias do reinado do Momo. A alegria não precisa de rei, pois ela não tem território. Ela é parte de nós mesmos. Não tem modelos nem expressões próprias. Ela é o homem e a mulher que vivem. Não só vivem sentimentos, mas é a vida que assume sua identidade. Não tem peias e dá a força de transbordar seu interior feliz. Alegria não é oposto de seriedade ou tristeza. A alegria é um bem-estar tão precioso que invade o universo. É a realidade do ser humano completo. Não é uma soma de coisas boas. Não está no acúmulo de coisas boas e bons resultados. É um modo de se viver todos os momentos da vida. Nos momentos de tristeza ou problemas, a alegria está sempre ao alcance do coração. A alegria é a presença de Deus no Universo. O salmo reza diante da beleza e riqueza da natureza: “Tudo canta e grita de alegria” (Sl 64,14). “Os céus cantam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 19,1). A alegria não se conjuga com o tempo, pois está presente em todas as idades. Rezava-se ao início de cada missa o salmo 42,4: “Subirei ao altar do Senhor, Deus da minha alegria”. Salmo sem idade. Todos o rezam. Não que a velhice não traga alegria, mas a alegria traduz a eterna juventude que não perde o seu viço, pois participamos da alegria de Deus. Deus é a fonte da alegria. Deus gera a alegria a todos e a tudo. Ela veste de encanto o universo. Até os animais se alegram e se divertem. Depois de uma seca, quando vem uma boa chuva, vemos a natureza explodir em alegria. As flores traduzem essas maravilhas.
2000. Provocando alegria
            Como é bom viver com gente alegre. Alegria vai além de hilaridade.  Somos fonte de alegria se estivermos em Deus. Aonde chegarmos, chegue a alegria. Como é difícil viver com pessoas irritadiças. Provocar alegria é provocar o bem-estar, a serenidade. É interessante perceber quando alguém que coordena está irritado, o mal-estar atinge todo ambiente. Se estivermos serenos, com alegria interior, essa acalma o ambiente. Pensamos que verdade e seriedade excluem a alegria. A verdade não tem sentimentos. Nós os colocamos nela. A alegria é curativa. Já ensinam que gastamos mais para ficar fechados do que para sorrir. Dizem que sorriso preserva a pele do rosto e evita rugas... Não custa tentar. Minha mamãe só tinha uma lembrança de sua mãe que ela perdeu ainda nova: “Mamãe era alegrinha”. Mamãe faleceu sem rugas com 95 anos. Um belo sorriso no meio das rugas não perde o encanto. Já recebi sorrisos de iluminada beleza de senhorinhas. Deus quando me fala, o faz através do sorriso de crianças e idosos. São as respostas que me Deus me dá, aprovando o que faço e dizendo que está feliz comigo. Por isso peço que faça de mim um instrumento de sua alegria.
2001. Alegria onde há dor
            Dor não se identifica com tristeza. A dor é um mistério profundo de nosso ser. Participamos da fragilidade e limitação do mundo e da natureza humana. Somos frágeis. A dor nos toma por tantos lados. Se a dor das pessoas e do mundo sofredor, em dores de parto (Rm 8,22), não nos fere, não temos mais o direito de viver. A alegria que vai curar essa dor, pois manifestam a ressurreição interior e aliviam o sofrimento. Em lugar de lamentar, a alegria ensina a sentirmo-nos bem, sofrendo na serenidade que é espaço da alegria que cura. Jesus diz: “Quando jejuares, não tomeis um ar sombrio... Tu quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto...” Já se ensina: “Um santo triste é um triste santo”. Alguém afirmava que Jesus nunca riu. Só sorriu. Será? A alegria na Ressurreição nos convida ao Aleluia!

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