Redentorista
2070. Crescendo na vida cristã
Como
sabemos, um santo não nasce pronto e demora para aprofundar seu relacionamento
com Deus e no serviço aos irmãos. Desde pequeno está em busca de servir a Deus.
A vida espiritual depende muito da família. Sem essa base é difícil o
crescimento na fé cristã. Sto. Afonso nasceu em uma cidade religiosa e de
família cristã praticante. Sua mãe, Ana Cavalieri, formada por religiosas,
vivia o que aprendeu. As práticas religiosas do tempo eram o Presépio, a
Paixão, a Eucaristia e Nossa Senhora. Ela deu um diretor espiritual muito bom
para seus filhos, Padre Pagano, da congregação de S. Felipe Neri, muito humano.
Dona Ana lhe escreveu as primeiras orações num caderninho que ele usou até o
fim da vida. Não abandonou suas devoções quando se formou, mas foi lhes dando
sempre maior conteúdo. Normalmente as pessoas abandonam a prática religiosa
porque não lhes satisfaz sem aprofundar seu conteúdo espiritual. Depois de mais
adulto, todos os anos, na Semana Santa, fazia retiro com os padres lazaristas,
juntamente com seu pai, Dom José de Liguori. Na semana santa de 1722 (29-03 a
05.04), tomou a decisão de consagrar-se a Deus, o que faz a partir de julho de
1723, quando abandonou a advocacia.
2071. Comprometendo-se na ação
A
Igreja tinha modelos diferentes no tempo de Santo Afonso. Além das devoções
populares, havia para as famílias diversos tipos de agremiações que chamavam de
“confraternità”. Era um meio de espiritualidade e de ação social caritativa.
Ele pertenceu a diversas: Como advogado era membro da confraria dos advogados
que tinham como compromisso de ir ao Hospital dos Incuráveis para cuidar dos
doentes. Imaginemos o que seria no tempo. Fazia parte também da Confraria dos
Brancos (porque vestiam uma capa branca) que tinha como missão enterrar os
condenados à morte e cuidar de suas famílias. Era dedicado também aos padres
pobres e peregrinos, dando acolhida e sustento. No seu tempo havia muito padre
ordenado sem condições que acabavam na mendicância. Era chamada
Misericordiella. Havia um grupo para padres bem graduados que pregavam missões
na cidade e fora dela. Ele era o nº 111. Desse grupo foram escolhidos bispos e
cardeais. Tinha um grupo de amigos padres jovens que começaram a reunir o povo
pobre e simples e ensinava o catecismo e cantavam. A música faz parte da
genética napolitana. Formavam os grupos e colocavam os leigos mesmo como
responsáveis e catequistas. Esses grupos se desenvolveram muito até a
Unificação Italiana em 1870. Vemos como ele vai se transformando. A Congregação
Redentorista não foi um acaso. Tem uma pré-história.
2072. Crescer em comunhão
Quanto
chega à maturidade é movido a dar uma resposta concreta às muitas situações que
viu em sua experiência de padre. Não era padre de ficar na sacristia, mas ia ao
povo. Depois de descobrir os pobres da cidade, descobre os pobres do campo. E,
depois de muita reflexão, decide reunir um grupo para a evangelização desse
povo abandonado pelo Estado e pela própria Igreja. A vida espiritual de Afonso
se entrelaça com a sua vida pastoral no meio do povo. Seus missionários deverão
sempre trabalhar em comum, como grupo, como corpo missionário, colocando em
comum vida e dons humanos e espirituais. O contato permanente com os
abandonados e vivendo no meio deles inspira sua pregação e seus escritos. Quando
escreve, compõe músicas e pinta, é para ajudar na evangelização dos pobres. A
grande obra de ciência moral que compõe é para ajudar na orientação do povo. E
a escreve depois de 30 anos de missões. Não é populista. É fiel ao seu modelo: Jesus.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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