sexta-feira, 20 de julho de 2018

nº 1773 Artigo - “Afonso cresce em sua vocação”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
2070. Crescendo na vida cristã       
           Como sabemos, um santo não nasce pronto e demora para aprofundar seu relacionamento com Deus e no serviço aos irmãos. Desde pequeno está em busca de servir a Deus. A vida espiritual depende muito da família. Sem essa base é difícil o crescimento na fé cristã. Sto. Afonso nasceu em uma cidade religiosa e de família cristã praticante. Sua mãe, Ana Cavalieri, formada por religiosas, vivia o que aprendeu. As práticas religiosas do tempo eram o Presépio, a Paixão, a Eucaristia e Nossa Senhora. Ela deu um diretor espiritual muito bom para seus filhos, Padre Pagano, da congregação de S. Felipe Neri, muito humano. Dona Ana lhe escreveu as primeiras orações num caderninho que ele usou até o fim da vida. Não abandonou suas devoções quando se formou, mas foi lhes dando sempre maior conteúdo. Normalmente as pessoas abandonam a prática religiosa porque não lhes satisfaz sem aprofundar seu conteúdo espiritual. Depois de mais adulto, todos os anos, na Semana Santa, fazia retiro com os padres lazaristas, juntamente com seu pai, Dom José de Liguori. Na semana santa de 1722 (29-03 a 05.04), tomou a decisão de consagrar-se a Deus, o que faz a partir de julho de 1723, quando abandonou a advocacia.
2071. Comprometendo-se na ação
           A Igreja tinha modelos diferentes no tempo de Santo Afonso. Além das devoções populares, havia para as famílias diversos tipos de agremiações que chamavam de “confraternità”. Era um meio de espiritualidade e de ação social caritativa. Ele pertenceu a diversas: Como advogado era membro da confraria dos advogados que tinham como compromisso de ir ao Hospital dos Incuráveis para cuidar dos doentes. Imaginemos o que seria no tempo. Fazia parte também da Confraria dos Brancos (porque vestiam uma capa branca) que tinha como missão enterrar os condenados à morte e cuidar de suas famílias. Era dedicado também aos padres pobres e peregrinos, dando acolhida e sustento. No seu tempo havia muito padre ordenado sem condições que acabavam na mendicância. Era chamada Misericordiella. Havia um grupo para padres bem graduados que pregavam missões na cidade e fora dela. Ele era o nº 111. Desse grupo foram escolhidos bispos e cardeais. Tinha um grupo de amigos padres jovens que começaram a reunir o povo pobre e simples e ensinava o catecismo e cantavam. A música faz parte da genética napolitana. Formavam os grupos e colocavam os leigos mesmo como responsáveis e catequistas. Esses grupos se desenvolveram muito até a Unificação Italiana em 1870. Vemos como ele vai se transformando. A Congregação Redentorista não foi um acaso. Tem uma pré-história.
2072. Crescer em comunhão
           Quanto chega à maturidade é movido a dar uma resposta concreta às muitas situações que viu em sua experiência de padre. Não era padre de ficar na sacristia, mas ia ao povo. Depois de descobrir os pobres da cidade, descobre os pobres do campo. E, depois de muita reflexão, decide reunir um grupo para a evangelização desse povo abandonado pelo Estado e pela própria Igreja. A vida espiritual de Afonso se entrelaça com a sua vida pastoral no meio do povo. Seus missionários deverão sempre trabalhar em comum, como grupo, como corpo missionário, colocando em comum vida e dons humanos e espirituais. O contato permanente com os abandonados e vivendo no meio deles inspira sua pregação e seus escritos. Quando escreve, compõe músicas e pinta, é para ajudar na evangelização dos pobres. A grande obra de ciência moral que compõe é para ajudar na orientação do povo. E a escreve depois de 30 anos de missões. Não é populista. É fiel ao seu modelo: Jesus.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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