sexta-feira, 20 de julho de 2018

nº1771 Artigo - Uma opção coerente

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
2067. Escolher o Evangelho
              Continuando falar da prata da casa, vamos ver o caminho espiritual de Santo Afonso. É o fundador da Congregação Redentorista, teólogo da moral que contribuiu muito para o estudo dessa dimensão da vida cristã. Criou um método de reflexão que influi na Igreja até hoje através de seus seguidores. Foi dedicado à vida espiritual do povo através das missões e de seus escritos de espiritualidade. Por que foi tão longe assim? Porque fez um caminho coerente no seguimento de Cristo. Por isso ficou santo. Sem fazer um caminho para Cristo, não chegamos a santidade nenhuma. Era nobre de sangue, não tanto de dinheiro. Foi advogado e chegou aos 28 anos com grande fama, pois tinha em mãos um processo muito grande. Por conta da corrupção, ele perdeu (1723). Mas Jesus já o tinha conquistado, pois no ano anterior já se decidira deixar o mundo, fazendo-se religioso. Deixou os tribunais, e entrou para o seminário da diocese, sendo ordenado sacerdote em 1726, com 30 anos. Ele não perdeu a causa, ganhou Jesus Cristo. Deixou a injustiça do mundo para a justiça do Evangelho. Ao se fazer sacerdote, preocupou-se, sobretudo em servir como anunciador da Palavra e ministro de outro tribunal, o da confissão. Nesses anos que seguem sua ordenação se faz missionário na cidade. Sua vida vai ser sempre apoiada no conhecimento de Jesus Cristo, sobretudo na Eucaristia, e na Palavra. Lendo seus escritos, vemos que eles nascem da reflexão da Palavra de Deus. Esse é o primeiro passo de sua caminhada de santidade.  Êxodo em direção ao Evangelho.
2068. Escolher os pobres
              Como sacerdote soube, como diz Papa Francisco, fazer uma Igreja em saída. Juntamente com alguns companheiros padres, começou a reunir o povo simples e pobre que vivia na cidade, para cantar, rezar e aprender a doutrina cristã. Assim foram formando grupos que eram dirigidos por eles mesmos, acompanhados dos padres. Esses grupos se multiplicaram. Os padres percorriam os grupos dando assistência. Ali Afonso conheceu a ignorância religiosa do povo humilde e pobre da cidade. E eram muitos. Aprendeu a falar a língua do povo e a sair ao seu encontro. Esses grupos tiveram grande desenvolvimento. É importante ver como Afonso dá esse passo em direção aos abandonados da cidade. Mesmo tendo tantos padres, era um povo sem assistência. Os pobres vão conquistando seu coração. Aprende a falar com eles e se deixa educar na sua linguagem. Por isso exigirá de seus padres uma linguagem simples, mas nobre. Assim exigirá de seus confrades na Congregação. É o segundo passo: Êxodo em direção aos pobres.
2069. Escolher morar com os pobres
              Cansado, tira férias e vai para as montanhas de Scala, perto de Amalfi (Itália). Ali descobre que há gente ainda mais abandonada do que os que estão na pobreza da cidade, Aqui o abandono é total. Não há socorro: nem espiritual, nem material. Como dizemos: o descanso se transformou em uma missão evangelizando os pobres pastores. Então chega ao ponto decisivo de sua vida: Decide-se ir para Scala para viver entre os currais e os casebres dos pastores. Funda sua Congregação para viver no meio do povo abandonado do campo. Ali aprendeu a linguagem do povo e pode ver como atendê-los melhor. Para isso prega missões, escreve e faz até musicas para a evangelização. Sem uma caminhada em direção aos abandonados não podemos dizer que encontramos Jesus Cristo para valer. Quem escolhe viver o Evangelho encontra seus destinatários: os mais abandonados. E há tantos ainda. É o êxodo que marca sua passagem para o mundo dos pobres.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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