sexta-feira, 14 de agosto de 2020

nº 1988 - Homilia da Assunção de Maria (16.08.20)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Assunção de Maria” 
 O Senhor fez maravilhas 
A Assunção de Maria coroa os dogmas da Mãe de Jesus. Por ela, podemos conhecer o que Deus quis para a Mãe de seu Filho. E ainda, o que Deus quer para cada um de nós. O que realizou em Maria é projeto para todos os cristãos. Ela é a primeira depois de Cristo a atingir o que Deus, por bondade, quer para todos. Os dogmas são verdades em que se devem crer sem erro. Fazem parte do Mistério de Cristo. Deus quis Maria assim. Esse dogma da Assunção não foi inventado. Ele está descrito no começo da Igreja, em sua tradição. Dá a impressão que é o primeiro que a comunidade declarou como verdade de fé. Ali, rodeada dos apóstolos, passa à vida do Céu. Como a Jesus, “não convinha que seu corpo conhecesse a corrupção” (At 2,31). O evangelho apócrifo de Tiago lembra o fato de Tomé que, ausente na morte, ainda quis ver o corpo de Maria, na sepultura. Constatam o fato de sua elevação ao Céu. Essa foi a fé dos primeiros cristãos. O dogma foi declarado em 1950 por Pio XII, como reconhecimento daquilo que já era conhecido. A Assunção decorre das maravilhas feitas por Deus nessa Mulher: Concebida sem pecado, Virgem, Mãe de Deus. Sua união com Deus a fez privilegiada. Ela diz: “O Todo Poderoso fez em mim grandes coisas” (Lc 1,49). Ser cheia da graça de Deus (Lc 1,28) a torna distribuidora dessas graças a todo o povo de Deus, sobretudo, aos mais abandonados. Por ela entendemos que devemos fazer uma renovação do mundo a partir do Evangelho. 
Todos em Cristo revivem 
A Assunção de Maria não é só uma questão pessoal de privilégio, mas a realização de todo o projeto de Redenção realizado por Jesus. São Paulo nos confirma essa realidade quando nos diz: “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda” (1Cor 15,22-23). Nessa ordem de Ressurreição, Maria, por um privilégio, recebe o dom total da redenção realizando nela também a ressurreição final. Ela faz o caminho de todas as criaturas. Jesus, nela, realiza a vitória sobre a morte. Nela vence o inimigo e garante a vitória para todos. Se uma já realizou todo o caminho, abre para todos a certeza da vitória final. A base da Assunção é a Ressurreição de Jesus. Nela, Deus estende sua misericórdia a todos. Nela realiza salmo: “Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor” (Sl. 44). Por isso o Anjo a chama de “cheia de graça” (Lc 11,28). Isabel lhe diz: “Bem-Aventurada Aquela que acreditou porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45). 
Dragão quer devorar 
O dragão, figura do mal no Apocalipse, está sempre presente junto da Mulher. Eva foi enganada pela serpente primitiva, o mesmo dragão que ronda no final dos tempos. No paraíso está a mulher para gerar para o mundo. No fim dos tempos, a Mulher, Mãe, está para dar à luz uma nova humanidade. A Mulher está para gerar o Filho que vai reger o mundo. O dragão quer devorá-Lo. A história sempre esteve cheia de dragões prontos a devorar o Filho e os filhos da Mulher – Igreja e da Mulher da Redenção. Será que a ojeriza de determinadas seitas contra Maria, não será a presença do dragão que quer devorar a Mãe e o Filho? Deus a leva para o refúgio que é o coração dos filhos. O coração dos filhos acolhe a Mãe. Ela, elevada aos Céus, leva no seu seio os filhos redimidos. 
Leituras: Apocalipse 11,19ª;121,3-6ª.10ab;Salmo 44;1ª
Coríntios 15,20-27ª; Lucas 1,39-56. 
Ficha nº 1988 
Homilia da Assunção de Maria (16.08.20) 
1. O que realizou em Maria é projeto para todos os cristãos. 
2. A base e o sentido do dogma da Assunção de Maria é a Ressurreição de Jesus. 
3. Maria, elevada aos Céus, leva no seu seio os filhos redimidos. 
Festa da Mãe 
O que a gente não faz para participar das festas de nossas mães? Toda festa nos introduz no mistério da alegria de Maria no Céu. Uma festa na terra repica no Céu. Essa integração de Céu e terra numa celebração é um mistério muito compreensível. Deus é nossa alegria. Nas festas de Maria podemos saborear a alegria do Céu. Para uma festa de mãe trazemos muito carinho. É o que sentimos por Maria. Sua subida ao Céu é uma garantia de nossa futura caminhada final para iniciar a vida que dura parda sempre. Maria está sempre presente em nossas vidas. Entender de Jesus é bom, mas difícil. Entender de Maria, basta ter coração. Não precisa explicação. Comida de mãe já tem o tempero que agrada. O que é de Maria sempre nos agrada e convida a voltar.

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