quinta-feira, 10 de março de 2022

nº 2156 - Homilia do 2º Domingo Comum (13,03.22)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Visão da Glória”.
 Este é meu Filho, o Amado 
O segundo domingo da Quaresma nos revela o resultado da vitória sobre a tentação e a meta de toda a vida cristã: a transfiguração que nos conduz à futura visão da glória de Cristo: “Purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa glória”. No prefácio rezamos: “Com o testemunho da Lei e dos profetas, simbolizados em Moisés e Elias, nos ensina que, pela Paixão e Cruz, chegará à glória da Ressurreição”. Assim compreendemos que o tempo quaresmal nos insere na caminhada de Cristo que está voltada para a Glória. O mal não pode deixar o homem sem direção. Temos um destino: o Céu. Por que Jesus passa por esse momento de glória “antecipada”? Para os três discípulos escolhidos como testemunhas qualificadas, aquele momento vai apagar e dar sentido ao trauma que vai ser sua morte na cruz. Os discípulos puderam entrar na “nuvem”, isto é, na presença do Pai. Moisés a Elias significavam a compreensão que doravante deverão dar à Lei e aos profetas. Jesus diz: “Era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24,44). Acontece naquela Teofania a voz do Pai: Este é meu Filho, o Escolhido. Escutai o que Ele diz (Lc 9,35).
Experiência de Abraão 
No texto sobre a aliança de Deus com Abrão, (que se chamará Abraão a partir do capítulo 17,4-6: que significa pai de multidão de nações), lemos sobre a promessa da terra. Daí por diante se desenvolvem os encontros de Deus com o patriarca. Por que esse é colocado junto com o evangelho da Transfiguração? Lendo os textos da primeira leitura do domingo da Quaresma, vemos diversos momentos da caminhada do povo de Deus. Deus dirige seu povo através dos patriarcas e profetas. No segundo domingo temos o ponto de partida com a aliança de Deus com Abraão na qual promete uma terra. No terceiro domingo, temos a maravilhosa manifestação de Deus a Moisés, primeiro passo da libertação do Egito. No quarto domingo lemos a entrada do povo na terra, celebrando a Páscoa. Cumpriu-se a promessa. No quinto domingo, Isaias profetiza o êxodo da Babilônia. Não mais um deserto sofrido, mas “rios na terra seca para dar de beber ao povo” (Is 43, 20). Moisés e Elias, com Jesus transfigurado, revelam a transfiguração do povo de Deus a partir dos patriarcas. A fé vai purificando nosso olhar para visão da glória. Abraão, na terrificante experiência de Deus, recebe uma terra. Nessa terra Moisés e Elias contemplam o Descendente Maior. Os três apóstolos querem uma presença física: “Faremos três tendas” (Lc 9,33). Mas Jesus, com sua Ressurreição traz uma presença maior: “Uma nuvem os cobriu e da nuvem saiu uma voz: “Este é meu Filho, o Dileto, escutai o que Ele diz!” (Id 35). 
Cidadãos dos céus 
“Nós comungamos, Senhor Deus, no mistério da vossa glória, e nos empenhamos em render-Vos graças porque nos concedeis, ainda na terra, participar as coisas do Céu” (Pós- Comunhão). A cena da Transfiguração é para os cristãos que passam pela nuvem do pecado, com tantos temporais, um estímulo e um alívio. O pecado não é um fim. Não é um beco sem saída. Se para Cristo houve a transfiguração com sua Ressurreição, também para os pobres pecadores, haverá uma transfiguração, pelas graças dos sacramentos pascais que respondem à conversão quaresmal. A celebração desse domingo nos estimula a seguir o caminho palmilhado por Cristo, para chegar à glória. 
Leituras: Genesis 15,5-12.17-18; Salmo 26; 
Filipenses 3,20-4,1; Lucas 28b-36 9 
Ficha nº 2156 
Homilia do 2º Domingo Comum (13.03.22) 
1. Purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa glória. 
2. Moisés e Elias, com Jesus transfigurado, revelam a transfiguração do povo de Deus a partir dos patriarcas. 
3. A cena da Transfiguração é para os cristãos um estímulo e um alívio. 
Trocando de roupa 
Coisa difícil é escolher a roupa certa para a hora certa. E é certo que se erra. Jesus teve essa experiência na alta montanha quando se transfigurou. Era tudo muito chic . Tinha visitas importantes. Ele escolheu o branco brilhante. Assim mostrava, por sua roupa, sua mensagem. Explicava quem Ele era. Filho Dileto do Pai tinha que mostrar que sua união ao Pai deixava ver que o Pai é Luz. Assim mostra aos discípulos que eles serão luzes reflexas de sua união com o Pai.

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