quarta-feira, 5 de maio de 2021

nº 2064 - Homilia do 6º Domingo da Páscoa (09.05.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Permanecei no meu amor” A morada de Deus 
A liturgia desse domingo nos remete à oração coleta da celebração: “Dai-nos celebrar com fervor esses dias de júbilo em honra do Cristo ressuscitado, para que nossa vida corresponda aos mistérios que recordamos”. A correspondência ao mistério celebrado e à vida em Cristo estão na verdade de que são um só mistério vivido na dimensão simbólica e em sua realização na vivência do amor fraterno. Simbólica enquanto podemos conhecer a vida de Deus em nós e no mundo através dos gestos sacramentais. São símbolos eficazes da graça. Realizamos os gestos sacramentais e Deus nos dá sua graça correspondente aos sinais. A vida de Deus em nós se manifesta através do amor fraterno que é expressão do amor colocado em nossos corações. Esse é o tempo de Deus: o amor. É como um espelho do Céu. “A glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é Jesus, o Cordeiro” (Ap 21,23). O esplendor da Cidade Santa – Jerusalém Celeste – o Céu - está na glória de Deus manifestada em Cristo Ressuscitado. O povo judeu sentia a presença de Deus na cidade santa e o templo era seu orgulho. Com a vida de Cristo e sua Ressurreição se reconstrói essa cidade no coração do povo. Ela acolherá todos os eleitos. Quem são os eleitos? Os que constroem o templo de Deus em suas vidas e na comunidade. A comunidade é o templo de Deus no mundo. Sua luz é a vida dos fiéis, aqueles que, como Cristo, permanecem unidos ao Pai e aos irmãos. Precisamos fazer da Igreja uma luz diferente para o mundo. As estruturas humanas quando não são morada de Deus no mundo, são inúteis e perniciosas. 
A morada dos homens 
Jesus proclama a nova residência de Deus na morada dos homens: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará e viremos a ele e nele estabeleceremos morada” (Jo 14, 23). O coração fraterno edifica a casa de Deus no mundo. Nela encontramos o Pai, o Filho e o Espírito. O Pai ama, O Filho é a Palavra e o Espírito é a memória do ensinamento. Abre o sentido e o conteúdo da Palavra expressa através de nossas categorias humanas. Recorda o que Jesus disse e edifica nossa vida de acordo com a Palavra. Assim o amor de Deus é permanente. Dessa casa de peregrinos, pois estamos de passagem, vamos à casa definitiva. Nela edificamos a Jerusalém celeste, feita de pedras preciosas que são o coração dos filhos de Deus. O amor fraterno fortalecerá os alicerces no ensinamento dos Apóstolos do Cordeiro. É a casa do amor fraterno. Onde há o amor de doação, ali Deus está. O amor não é um privilégio da instituição Igreja. É o fruto do Espírito derramado no mundo. Onde existe o amor, aí Deus está. Não nos interessa ter mais cristãos no mundo, mas que o amor penetre todos os segmentos da sociedade. Podemos ver que muitas ações sociais existente são como que continuação das obras de caridade das irmandades. 
Buscando caminhos 
Queremos uma vida serena na Igreja. Mas continuamos humanos e recebemos o Evangelho em nossa condição humana. Esse é o melhor chão para se semear a Palavra pois Cristo viveu essa condição como o melhor meio de fazer a revelação do Pai. As tensões na comunidade não querem demonstrar que não conseguiram ainda ser morada de Deus entre os homens. Na linha da Encarnação, Deus dirige seu povo através de homens e mulheres vivos e em crescimento. A comunidade é perfeita porque não tem problemas, mas porque tem a capacidade de ver os problemas e procurar a solução na fé animada pelo amor. O amor fraterno dá a certeza de que Deus fez sua morada em nós. Por isso produzimos frutos. 
Leituras:Atos10,25-26.34-35.44-48;
Salmo 97;1ªJoão 4,7-10;João15,9-11. 
Ficha nº 2064
Homilia do 6º Domingo da Páscoa (09.05.21) 
1. A vida de Deus em nós se manifesta através do amor fraterno. 
2. O amor não é um privilégio da Igreja. É o fruto do Espírito derramado no mundo. 
3. Deus dirige seu povo através de homens e mulheres vivos e em crescimento. 
Deus quer uma casa 
Tá ruim o negócio imobiliário. Jesus escolheu a terminologia morada para expressar sua vida em nós. Quer nossa casa. Está difícil ser uma casa para Deus morar. Ele é muito exigente. Tem uma mobília grande e muito tareco. Temos casa. Mas não se ajusta às suas necessidades. Primeiro temos que sair de dentro para Ele poder entrar. Deus só entra em nós quando saímos de nós. Deus quer fazer muitas coisas, mas só faz através de nós. O Reino de Deus não é das alturas, mas das baixuras. Essa casinha que somos nós tem que ser aberta para todos. É uma invasão. Só confusão.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário