sexta-feira, 20 de agosto de 2021

nº 2098 - Homilia do 21º Domingo Comum (22.08.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Palavras de Vida Eterna” 
 O Espírito dá Vida 
Depois do milagre sem igual da multiplicação dos pães, depois de uma explicação tão clara e,por com promessa de vida e de felicidade, temos essa resposta horripilante: “Essa palavra é dura! Quem consegue escutá-la”? Os discípulos murmuravam causa disso. Jesus não cede em nada. Não precisa de nosso aplauso. Já fugira de ser proclamado rei. Ele quer mais. Quer dar vida: “O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem” (Jo 6,63-64). Muitos já não andavam com Ele. Imaginemos que, se Ele foi recusado desse modo, depois de ter feito tal milagre, que podemos esperar? Tudo depende da opção que fazemos por Jesus. Bonita é a resposta de Pedro a Jesus que diz que não precisa de nós (mas quer precisar): “Vocês também não querem ir embora?” A resposta de Jesus é triste (a leitura do domingo não traz o texto): “Não vos escolhi, Eu, doze? No entanto, um de vós é um demônio!” (id 67-70). Percebe-se, pela leitura do evangelho de João, que Judas é colocado como símbolo da recusa e da maldade “Um de vós é um demônio” (Id 70). João conservou uma mágoa grande do que Judas aprontou com eles e com Jesus. Reflete aquilo que Jesus não queria, pois queria vida. A maldade quando se torna opção de vida, se torna difícil a recuperação. Mas há, quando se busca alimentar-se do pão da vida. Jesus multiplica os pães e nós multiplicamos a maldade com nossas recusas. 
Nós serviremos o Senhor 
O texto do livro de Josué nos mostra o momento final dos quarenta anos de deserto. Aqueles que se revoltaram contra Deus, 10 vezes, juncaram o deserto com seus cadáveres e não entraram na terra prometida (Nm 14,28-30). Que mistério da iniquidade está presente em nossa vida. Vimos tudo isso na história do povo no deserto. Deus não se cansava de fazer milagres e o povo não se cansava de recusar as maravilhas de Deus. Agora, Josué faz uma grande assembleia para que o povo possa fazer sua opção por Deus antes de entrar na Terra Prometida: “Se vos parecer mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir... E Josué proclama: “Quanto a mim e à minha família, serviremos o Senhor”... o povo, relembrando as maravilhas, proclama: “Nós também serviremos ao Senhor, porque Ele é o nosso Deus” (Js 24,15.18b). Somos chamados: “Provai e vede como é bom o Senhor”. Somente depois da experiência da bondade de Deus poderemos fazer essa magnífica opção de prazer; é um caminho fácil que atravessa os desertos, onde as montanhas são abaixadas. Caminho onde nascem árvores para fazer sombra. Isso tudo mesmo nos maiores sofrimentos. Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor os liberta. Mesmo os seus ossos, ele os guarda e os protege, e nenhum deles haverá de se quebrar” (Sl 33). 
Serviremos em nossa casa 
A maravilhosa história e os maravilhosos ensinamentos de Jesus acontecem dentro de nossas casas. O amor a Deus e ao próximo não acontecem em ideias ou bons sentimentos. Entram em nossa vida e nos levam a assumir atitudes coerentes dentro de nossas casas e no povo de Deus – Igreja. É o que nos diz Paulo em sua carta aos Efésios 5,21-32. É como um estatuto de vida. A Igreja não se estabelece em um ajuntamento de pessoas, mas na célula da família onde o amor é concreto. Ali está a Igreja. Esposa e Esposo são símbolos de Cristo que se doa e esposa que acolhe. É o grande mistério, como diz Paulo. E eu o digo em relação a Cristo e à Igreja 
Leituras:
Josué 24,1-2ª.15-17.18b;Salmo 33; 
Efésios 5,21-32; João 6,80-69. 
Ficha nº 2098
Homilia do 21º Domingo Comum (22.08.21) 
1. A maldade quando se torna opção de vida, se torna difícil a recuperação. 
2. Depois da experiência da bondade de Deus poderemos fazer a opção de prazer. 
3. Esposa e Esposo são símbolos de Cristo que se doa e esposa que acolhe. 
Sai, diabinho! 
O diabo é que nem aqueles cachorrinhos que você toca pela porta da frente e ele entra pela porta do fundo. Bichinho danado. Como é difícil limpar essa praga de dentro de nós. A tentação de recusar o que é, nos leva para Deus, nos leva a ver escuro o que é tão claro. Os discípulos viram de perto essa realidade e eles mesmos ficaram abalados e sem rumo. Jesus não teme ficar sozinho, pois o que lhe interessa não é a fama, a glória, mas a verdade de sua mensagem. Deu seu recado, os discípulos se afastaram e ele ainda os pressiona. Temos a bela expressão de Pedro: “A quem iremos? Só tu tens palavras de Vida Eterna” . Aí sobre Judas que representa a recusa. Por isso... se aparecer por aí a recusa... podem dizer: “Sai, diabinho!”

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