Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
Pai Carpinteiro
Em sua reflexão na comemoração ºdos 150 anos da proclamação de S. José, como patrono da Igreja, pelo Papa Pio IX, o Papa Francisco se volta para algo importante: José, pai trabalhador, o carpinteiro. É fundamental para a devoção a S. José, não o tirar de sua realidade. As imagens e pinturas de nosso santo trazem a lembrança de seu trabalho. Às vezes com Jesus, o menor aprendiz, O trabalho de José servirá para identificar Jesus como “o Filho do carpinteiro” (Mt 13,55). Notemos também que esse trabalho não esgotava a atividade de José. A família tinha que tirar o alimento também na plantação de sobrevivência. Sabemos disso pelo tanto que Jesus cita a vida do campo, das plantas, da família na realidade em que viveram, que era a vida de todos os poucos habitantes de animais, das sementes... Ali estão os três em função. Quando voltaremos a pensar a sagrada Nazaré em sua normalidade? O Papa leva José a seu mundo. Nesse ponto relembra a encíclica de Leão XIII (15.05.91) na qual trata da questão dos operários no início da industrialização: “São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão, fruto do próprio trabalho”. O trabalho foi a escola de Jesus. Não ser educado no trabalho e numa escola é deficiente, penso eu. Como no tempo do Papa Leão XIII, nosso tempo que carece de uma reflexão sobre a dignidade do trabalho e do trabalhador. Não basta uma devoção para justificar o amor a esse patriarca. É necessário refletir como ele viveu, para vivermos melhor.
No mundo atual
O Papa lembra que, em nosso tempo, o trabalho é uma questão urgente pelo desemprego que vivemos. “É necessário tomar renovada consciência do trabalho que dignifica e do qual José é o patrono”. “Esta nos leva a redescobrir a união do trabalho com a obra da salvação, oportunidade para apressar a vinda do Reino, desenvolver as próprias potencialidade e qualidade, colocando-as a serviço da sociedade e da comunhão”. A seguir mostra o bem que faz o trabalho à família, e o mal que ocorre quando não há trabalho. O sustento sustenta a dignidade. O trabalho tem também uma dimensão espiritual: “A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa, colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida, criadora do mundo que a rodeia”. E continua dizendo que no momento atual, com todos os problemas que vivemos e viveremos, há uma necessidade de “redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova «normalidade», em que “ninguém seja excluído”. Os planos de Deus são claros.
Deus trabalhou
Relembra o Papa: “O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho” Jesus afirma: “Meu Pai trabalha sempre. Eu também trabalho” (Jo 5,17). E comenta: “A perda de trabalho que afeta tantos irmãos e irmãs, tem aumentado nos últimos meses devido à pandemia de Covid-19. Isso deve ser um apelo a revermos as nossas prioridades. Peçamos a São José Operário que encontremos vias onde nos possamos comprometer até se dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho”. O lucro não é a primeira meta num mundo justo.
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