domingo, 29 de agosto de 2021

Nº2099 Artigo - José, Pai Trabalhador (7)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Pai Carpinteiro 
Em sua reflexão na comemoração ºdos 150 anos da proclamação de S. José, como patrono da Igreja, pelo Papa Pio IX, o Papa Francisco se volta para algo importante: José, pai trabalhador, o carpinteiro. É fundamental para a devoção a S. José, não o tirar de sua realidade. As imagens e pinturas de nosso santo trazem a lembrança de seu trabalho. Às vezes com Jesus, o menor aprendiz, O trabalho de José servirá para identificar Jesus como “o Filho do carpinteiro” (Mt 13,55). Notemos também que esse trabalho não esgotava a atividade de José. A família tinha que tirar o alimento também na plantação de sobrevivência. Sabemos disso pelo tanto que Jesus cita a vida do campo, das plantas, da família na realidade em que viveram, que era a vida de todos os poucos habitantes de animais, das sementes... Ali estão os três em função. Quando voltaremos a pensar a sagrada Nazaré em sua normalidade? O Papa leva José a seu mundo. Nesse ponto relembra a encíclica de Leão XIII (15.05.91) na qual trata da questão dos operários no início da industrialização: “São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão, fruto do próprio trabalho”. O trabalho foi a escola de Jesus. Não ser educado no trabalho e numa escola é deficiente, penso eu. Como no tempo do Papa Leão XIII, nosso tempo que carece de uma reflexão sobre a dignidade do trabalho e do trabalhador. Não basta uma devoção para justificar o amor a esse patriarca. É necessário refletir como ele viveu, para vivermos melhor. 
No mundo atual 
O Papa lembra que, em nosso tempo, o trabalho é uma questão urgente pelo desemprego que vivemos. “É necessário tomar renovada consciência do trabalho que dignifica e do qual José é o patrono”. “Esta nos leva a redescobrir a união do trabalho com a obra da salvação, oportunidade para apressar a vinda do Reino, desenvolver as próprias potencialidade e qualidade, colocando-as a serviço da sociedade e da comunhão”. A seguir mostra o bem que faz o trabalho à família, e o mal que ocorre quando não há trabalho. O sustento sustenta a dignidade. O trabalho tem também uma dimensão espiritual: “A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa, colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida, criadora do mundo que a rodeia”. E continua dizendo que no momento atual, com todos os problemas que vivemos e viveremos, há uma necessidade de “redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova «normalidade», em que “ninguém seja excluído”. Os planos de Deus são claros. 
Deus trabalhou 
Relembra o Papa: “O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho” Jesus afirma: “Meu Pai trabalha sempre. Eu também trabalho” (Jo 5,17). E comenta: “A perda de trabalho que afeta tantos irmãos e irmãs, tem aumentado nos últimos meses devido à pandemia de Covid-19. Isso deve ser um apelo a revermos as nossas prioridades. Peçamos a São José Operário que encontremos vias onde nos possamos comprometer até se dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho”. O lucro não é a primeira meta num mundo justo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário