quarta-feira, 30 de junho de 2021

nº 2078 - Homilia do 13º Domingo Comum (27.06.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Levanta-te”
 Dele saia uma força 
Quando em nós brota a energia da fé, de Jesus sai a força que cura a todos. A força de Jesus parece corresponder ao que nos fala o livro da Sabedoria: “Deus não fez a morte, nem tem prazer na destruição dos vivos” (Sb 1,13). Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza. Por isso Jesus não fazia dificuldades em espalhar milagres a todos que O buscavam. Não era por espetáculo mas porque amava as pessoas e queria que se recuperassem para uma vida mais saudável. Era atento para com todos e não criava caso. Manifestava quem Ele era. Ele sabia o que o homem tinha em seu coração (Jo 2,25). Vemos hoje que faz dois milagres unidos, significando o interesse para que os doentes tivessem o alívio e os mortos a vida. Jesus não ressuscitou todos os mortos, não consolou todas as viúvas, não curou todos os doentes. Os que curou, foi para manifestar seu cuidado. Jairo pede a que Jesus vá socorrer sua filha que estava nas últimas. Jesus não questiona, acede e o segue. Quer ajudar a quem sofre. Ficou com pena do sofrimento do Pai. Nesse meio tempo, a mulher que tinha uma grande hemorragia se aproxima Dele. Sua fé não é pedir um milagre. É como que retirar o milagre somente pelo toque. Ela não pediu, creu: “Se ao menos tocar em sua roupa, ficarei curada” (Mc 5,28). Todos queriam tocá-Lo, pois Dele saia uma força que curava a todos (Lc 6,19). 
Deus fez maravilha 
A mulher sentiu a cura que ganhou secretamente. Jesus busca quem O tocou, pois sentia a força sair Dele. É um aspecto que não nos tem interessado: o contato misterioso e silencioso com Jesus é até maior. Jesus segue Jairo até sua casa, mesmo tendo já morrido a menina. As pessoas de sua casa não pedem a ressurreição. Jesus chama essa morte de sono. Lá encontra o povo chorando. Passam ao deboche quando diz que ela dorme. Jesus não sai de sua meta: “Basta que tenhas fé”. Há um jogo de posições: Do pai que crê, de Jesus que mantém sua decisão de dar a vida e das pessoas que não O acolhem. Manda que saiam todos... Não vai responder a sua falta de fé, com um espetáculo. Ficam os que podem dar o testemunho da fé para o futuro. É bonito ver Jesus não exclui o gesto de carinho: “Pega a mão da menina e diz: “Talita cum – menina, levanta-te!”. A morte para Jesus não é um fim. Por isso dizia que dormia. A morte é a do coração. A menina levantou-se. E Jesus dá mais uma lição de carinho: “Mandou dar de comer à menina” (Mc 5,43). Cuida das pessoas. A fé não são ideias, são gestos de amor. Ele não repreendeu a mulher, mas a identificou para dar sua palavra de carinho “Filha, tua fé te salvou, vai em paz e fica curada de tua doença” 
Enriquecer os pobres 
A força curativa de Jesus penetra à vida dos discípulos no sentido do cuidado com os mais necessitados. O cristianismo se desenvolveu bem entre os pobres, pois eram socorridos. Paulo fazia campanhas para ajudar a comunidade de Jerusalém que era muito pobre. As comunidades de Paulo ajudavam até mais do que podiam. Ele estimula os coríntios a assumirem a campanha. E dá como exemplo Jesus Cristo que, sendo rico fez-se pobre para que nos tornássemos ricos por sua pobreza. A encarnação de Jesus foi um empobrecimento que nos enriqueceu. E Paulo diz que, ajudando os pobres, seremos enriquecidos por sua fé. O que encontramos em Jesus ao curar os enfermos, é seu empobrecimento. Sai de sua grandeza para aliviar o sofrimento. 
Leituras: Sabedoria 1,13-15;2,23-24;Salmo 29; 
2 Coríntios 8,7.9.13-15;Marcos 5,21-43. 
Ficha nº 2078
Homilia do 13º Domingo Comum (27.06.21) 
1. Quando em nós brota a energia da fé, de Jesus sai a força que cura a todos. 
2. O contato misterioso e silencioso com Jesus é até maior que a palavra.
3. A força curativa de Jesus penetra a vida dos discípulos no sentido do cuidado com os mais necessitados. 
Pronto Socorro
É bonito ver Jesus curando. O povo ficava doido de alegria. Que bom que podiam suavizar suas dores. Eles corriam a Jesus levando seus doentes. Era grande a alegria. Jesus, a Igreja e seus filhos são sempre aqueles aos quais se podem recorrer nos momentos de dor. Jesus tinha uma energia curativa. Ninguém saia de perto dele sem estar melhor. Penso que, quando envia os discípulos a anunciar a proximidade do Reino, manda fazer curas e até ressuscitar mortos. Faz parte anunciar e realizar. Temos uma energia que pode levar os outros a se recuperarem. Como Jesus podemos acolher as necessidades de todos e dar a segurança, se não de cura, mas de vida. Ninguém fica só quando a dor é compartilhada. Somos curadores de tantos males.

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