segunda-feira, 11 de outubro de 2021

nº 2113 Artigo - Mãe, Mulher e Rainha

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista 
Nossa Senhora 
A grande festa a Nossa Senhora Aparecida não é só em uma comemoração com muitas atividades. Temos que buscar mais a fundo o sentido dessa celebração. Nossa Senhora Aparecida é uma imagem que tem uma mensagem. Temos consciência que Maria é Evangelho vivo no cenário da Igreja. Ele está na Igreja como todo fiel. E tem seu lugar, sua missão e seu compromisso com o povo de Deus. Não se pode ver Maria, a não ser onde Deus a colocou: no meio do seu povo. Sendo uma discípula, continua sua missão de Mãe sempre dando Jesus e transmitindo sua Palavra. “A Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Essa Palavra se manifestou também em palavras de vida, revestidas das condições humanas. Maria, a Mãe de Jesus, escolhida por Deus é uma mulher, pois a Palavra gera vida. É a Mãe do Filho de Deus. É a Nossa Senhora. Sua missão de ser Mulher-Mãe, como Palavra, é um ensinamento e uma presença. Temos necessidade de símbolos para compreender melhor o ensinamento. Ela é símbolo do acolhimento de todos os que a procuram a Deus. Ele nos acolhe através da Mãe de seu Filho e ensina que todo o filho tem uma ligação de vida com Mãe e uma união de afeto. O fiel sabe que a imagem é uma imagem, mas se relaciona com ela na verdade do ensinamento. Com ela estabelece um relacionamento de afeto. Como em Belém, acolhe os pastores: “Encontraram Maria, José e o Recém-Nascido numa manjedoura” (Lc 2,16). Assim acolhe seu povo. 
Mulher com doze estrelas 
O Apocalipse nos traz a visão da mulher e o dragão: “Um sinal grandioso apareceu no céu: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Sabemos que essa mulher é, no pensar de João, a Igreja gloriosa, presença de Cristo no mundo, fundada nos apóstolos. Ela é perseguida porque dá à luz a seus filhos no meio da perseguição. O dragão quer devorar os filhos. Assim há também nessa visão, Maria que gera Jesus é perseguida por Satanás que quer devorar o Filho e os filhos. É notório que a Igreja é perseguida de todos os modos porque gera o Salvador para o mundo. Maria, a Mãe de Jesus, é simbolizada. Por mais que seja amada, sabemos que é perseguida pelos dragões do mal que querem tirá-la da Palavra de Deus. Símbolo de devorar o Filho. Se não formos capazes de ver em Nossa Senhora Aparecida a Mulher que tem em torno de si os apóstolos do Filho que foram perseguidos, podemos não conhecer a riqueza dessa Mãe Aparecida. Ela não apareceu no céu, mas nas águas turvas. Foi “salva” pelas mãos dos simples discípulos de seu Filho que buscavam a vida em sua fraqueza. 
Rainha de um povo 
O termo rainha está desgastado pelo uso e pela falta de sentido. Mas podemos dizer que Maria é Senhora do povo. Senhora, não como dona, mas como serva. É o papel que ela assume no encontro com o “Anjo”: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). A palavra serva está em consonância com o mesmo termo aplicado a Jesus: O Servo (Is 42,1) que nos narra Isaías. E o próprio Jesus diz de Si: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mt 20,28). Filho e Mãe são o modelo. A missão de Jesus foi socorrer os necessitados. Por isso o povo de Deus vê em Nossa Senhora Aparecida aquela que serve os sofredores. Pedem com fé e são atendidos com generosidade. Notamos aí a força da figura da Rainha Ester ao interceder pelo povo. Maria continua essa missão de interceder, pois somos parte de seu corpo.
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