quinta-feira, 28 de outubro de 2021

nº 2117 Artigo - “Tudo com Maria”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Nada sem Maria 
Falar sobre Nossa Senhora é um privilégio. Desde as narrativas evangélicas, a história nos traz uma quantidade imensa de textos retratando a personagem humana mais importante depois de Jesus. Todos os santos souberam colocá-la em suas vidas e em suas obras. Isso, sem dizer dos artistas. Ultimamente, com o Concílio Vaticano II, nós a vemos no coração da Igreja, não como uma devoção, mas como presença no mistério de Cristo. A Lumen Gentium nos descobre essa riqueza. Temos a seguir o Marialis Cultus de Paulo VI. É bonito ver como os Papas, em seus documentos, sempre terminam com uma referência a Maria. Nisso, Papa Francisco manifesta uma devoção muito carinhosa. Não sai de casa sem tomar a bênção da Mãe. Quando volta, vai diretamente até a Basílica S. Maria Maior, para agradecer a viagem. Faz parte da vida da Igreja, ter sempre Maria em tudo o que se diz espiritual. Ela está sempre presente ao lado de Jesus. Não se trata de um exagero. É algo natural. O povo não erra. O Ser humano tem mãe. Viva ou morta é minha mãe. Jesus, que foi humano em tudo (menos no pecado), tem sempre junto de Si sua mãe. E continua sendo. Não sei porque alguns tipos religiosos recusam essa presença tão natural. O modo de prestar o culto deve ser feito de tal modo que Jesus esteja sempre no centro. 
Nada sem Jesus 
Essa questão mariana não perturba a fidelidade a Jesus. E até a estimula. Não se pode perder de vista a centralidade de Jesus. Essa centralidade em que tudo se refere a Ele e por Ele ao Pai, acontece quando procuramos não só ter uma devoção, mas viver a vida cristã a partir do Evangelho. Eu posso ser muito devoto, com sinais exteriores, mesmo fazendo uma longa romaria, mas não ter uma vida cristã como Jesus nos apresenta e manifesta também através da Igreja. Fundamentalmente é o amor ao próximo. É a coerência cristã. Aqui se pode atrapalhar a “verdadeira devoção”. Não basta gostar de Nossa Senhora, mas gostar dela em Jesus. Não se trata essa questão com os métodos humanos, pois Deus é quem costura os corações. A devoção a Maria é uma garantia de estarmos em Jesus. Esclarecendo essa devoção, temos que fazê-la sempre com o olhar a Jesus. Maria nos conduz a Cristo e Cristo nos conduz ao Pai. Viver o Evangelho como Maria viveu é o melhor caminho para que Jesus sempre esteja no centro. Para ela, Jesus era o centro de sua vida. Assim desenvolvia sua vida e suas atividades, na total simplicidade de quem ama. Seguindo Jesus, sigo-O, naturalmente, com Maria. Buscamos a simplicidade de Jesus no relacionamento com sua Mãe. A devoção não é um arroubo interior, mas é ação em Cristo.
Ensinando a amar 
Tenho a impressão que a devoção está sempre voltada para o que eu preciso: bênçãos, graças, milagres, resolução de problemas etc... tudo se ajusta bem, pois para Deus não é o esquema que funciona, mas o amor. Por isso, é bom e necessário buscar Maria e, com ela, encontrarmos Jesus. Mesmo que não saibamos explicar, o amor que temos nos ajuda a entender. Amor são gestos e não palavras. Quanto mais somos capazes de levar o amor de Jesus a todos, compreenderemos melhor o que significa amar Nossa Senhora e ser um devoto. Nós vemos que cristãos pouco se dedicam ao amor concreto pelas pessoas necessitadas. É fácil fazer um culto bonito, mas vazio de conteúdo espiritual que só é real no amor. Isso podemos ver na Palavra de Deus. Como Deus não quer um culto sem Justiça, Maria também segue Jesus. Mas...mesmo que não entendamos tudo, façamos esse culto com muito amor.

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