sábado, 16 de outubro de 2021

nº 2114 - Homilia do 29º Domingo Comum (17.10.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Com Cristo Jesus”
 Poder do serviço 
Jesus dá a resposta definitiva à sede de poder dos discípulos que discutiam qual seria o maior. Os dois irmãos Tiago e João usaram até a própria mãe para chegarem primeiro à posse dos cargos. Ensina: o Filho do Homem... Veio servir e dar sua vida pelo resgate de muitos (Mc 10,45). Por isso entendemos que o sentido da morte de Jesus é o grande serviço que presta à humanidade. Vai ao último do ser humano para mostrar o amor de Deus. É um serviço prestado a nós. O grande serviço de Deus é cuidar dos sofredores. Ele Se sente responsável por eles. Ele Se faz redentor (goel), isto é, o parente mais próximo (Pr 23,11). O pobre que não tem ninguém por ele. Por isso temos a frase: “Quem humilha um pobre, ofende seu Criador” (Pr 7,5). Rezamos no salmo: “O Senhor pousa o olhar sobre os que O temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar suas vidas e alimentá-los em tempo de penúria” (Sl 32). Quem ama a Deus, ama aqueles que Deus ama... Deus escolhe cada um de nós para estar em seu lugar e servir aos necessitados. Será essa a pauta do julgamento final (Mt 25,31). Essa palavra incide diretamente sobre os problemas atuais do mundo dos quais os pobres são a maiores vítimas: fome, sede, doença, prisão, migração, vestuário. O que mais incomoda é que lemos a Palavra, professamos a fé, temos uma Igreja com muito poder e poderosos. E essa palavra permanece inócua. Ide malditos! Na formação de nossas comunidades essa dimensão fique esquecida, aliás, abafada.
Função do sofrimento 
“Meu servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si as suas dores” (Is 53,10-11). Jesus, em sua Paixão prestava um grande serviço à humanidade, tirando-a da condenação. Jesus se identifica com o servo sofredor. “Por esta vida de sofrimento alcançará a luz e uma ciência perfeita. ‘Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas”’ (Is 53,11). A morte de Jesus com todo o sofrimento que Ele suportou, nos trouxe a vida. O significado da vida cristã está em aliviar o sofrimento de muitos e conduzi-los à vida plena. Essa será plena se a colocarmos a serviço. Não é esse o que vemos na Igreja. Por isso temos aí os escândalos de todo o tipo. Façamos um exame de nossa vida eclesial, nossa estrutura da Igreja, suas atitudes. Por isso ela perde sua capacidade de influir no mundo “pagão” e transformar sua situação. Perde a credibilidade. Pela história vemos que os santos foram sempre pessoas dedicadas aos necessitados. A Igreja, desde o início, como lemos em Atos dos Apóstolos, se preocupou com os fragilizados. Foi ela a primeira. E assim continuou. Sempre somos convocados para ter atitudes concretas. Somos preocupados com o que não salva. Se procuramos os necessitados, torna-se “política”...etc... Assim dizem os que não admitem esse evangelho. 
Capaz de nos ouvir 
Nossa oração está sempre clamando para que Deus nos ouça: “Ouvi, Senhor, a minha oração! Estejam atentos os vossos ouvidos ao clamor da minha prece”. Deus sempre nos ouve. Essa é a qualidade de quem está sempre pronto para atender às necessidades de todos. Uma das características do ser humilde e pobre de Jesus é estar atento porque passou pelos mesmos sofrimentos: “Temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15). Saber ouvir é compartilhar da vida, e ouvir com o coração. O amor faz o coração pobre.  
Leituras: Isaias 53,1-11; Salmo 32; 
Hebreus 4,14-16; Mc 10,35-45 
Ficha nº 2114 
 Homilia do 29º Domingo Comum (17.10.21) 
1. Deus escolhe cada um de nós para estar em seu lugar e servir aos necessitados. 
2. O significado da vida cristã está em aliviar o sofrimento de muitos e conduzi-los à vida. 
3. Saber ouvir é compartilhar da vida, e ouvir com o coração. 
Patrão virou empregado 
Quando um patrão ou dirigente fica muito ligado aos empregados perde a autoridade e é desobedecido. Colocar medo é um jeito fácil de governar. Mas Jesus não quis assim: quis se abaixar mesmo, ao último, sem medo de perder a autoridade. Tanto que os maus acabaram com Ele. Ele sabia que a força do amor jamais será vencida. Ele, esvaziou-se a si mesmo, assumiu a condição humana e se fez escravo e foi obediente até à morte e morte de Cruz. Por isso Deus o exaltou. A resposta à humildade é a ressurreição.

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