quinta-feira, 9 de setembro de 2021

nº 2103 Artigo - “José, Pai intercessor” (9)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Imitar com amor 
Chegamos ao final da carta apostólica “Patris Corde” do Papa Francisco, uma comemoração dos 150 anos da declaração de Pio IX declarando S. José Patrono da Igreja Universal. Foi um momento feliz de procurarmos acolher um ensinamento profundo em sua realidade, fácil na sua compreensão e, melhor ainda, propício para aumentar nosso amor ao Santo Patriarca, José. E diz a finalidade da carta: “O objetivo desta carta apostólica é aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo”. Três motivos de sua carta: aumentar o amor, implorar sua intercessão e imitar suas virtudes e desvelo. A missão de S. José é “interceder por nós diante de Deus, como fizeram os patriarcas Abraão, Moisés e como faz Jesus “único mediador” (1Tm 2,5), que junto do Pai é nosso “Advogado” (1Jo 2,1), “vive para sempre a interceder por nós” (Hb 7,25). “Os santos ajudam os fiéis a “tender à perfeição do próprio estado” (LG 42). Jesus diz igualmente: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). Sua intercessão e a imitação, que podemos fazer, são o caminho dessa espiritualidade. Normalmente queremos líderes falantes e eloqüentes. José é silencioso. Age sem precisar aparecer. Poderia ter passado despercebido, mas é eloquente no serviço. Em tão grande posição, tem tão grande simplicidade. Vivemos num mundo e numa Igreja onde o desfile e a posição em destaque parecem ser uma necessidade. 
Imitação de José 
Paulo diz: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (1Cor 11,1). Imitar Cristo vai além de fazer as mesmas coisas ou ter o mesmo pensamento. Leva-nos a buscar também a união espiritual a ponto de podermos dizer como Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gal 2,20). Diz o comentário (Bíblia de Jerusalém”): “Cristo torna-se, de certo modo, o sujeito de todas a ações vitais do cristão”. José não toma posse de nosso interior, mas nossas ações se unem num só conhecimento de Jesus. Imitar José, como ele imitava Jesus, sem deixar de ser seu pai e educá-Lo. Havia uma união de mútua imitação. Ele imitava Jesus em sua abertura ao Pai: “Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai” (Lc 2,49). José aprendia o amor de Jesus ao Pai e Jesus aprendia dele, ser o homem que Deus queria para salvar a humanidade. Jesus era um retrato de José. Podemos afirmar que, quem via Jesus, identificava seu pai. Por isso, falam tanto que era filho de José. Jesus dizia: “Quem me vê, vê o Pai” Vê também o pai da terra. 
Rezamos com o Papa 
“Só nos resta implorar, de São José, a graça das graças: a nossa conversão. Dirijamos-lhe nossa oração: Salve guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-Se homem. Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,e defendei-nos do mal. Roma, em São João de Latrão, na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, 8 de dezembro do ano de 2020, oitavo do meu pontificado”. Francisco 
Assim podemos concluir essa leitura refletida do ensinamento do Papa sobre S. José.

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